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quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Bambu — gigantescas gramíneas da Ásia




POR trás da minha casa, o gramado é amplo e atinge uns quatro centímetros de altura. Do lado dela, as gramíneas atingem seis metros ou mais! Todavia, essas gramíneas de seis metros são apenas uma fracção da altura que atingem algumas gramíneas desse tipo. Algumas variedades podem atingir até 36 metros e seus caules podem chegar a ter 30 centímetros de diâmetro. E há uma variedade trepadeira que cresce até a 60 metros!
Minha casa abraça o extremo de um bambuzal, e o bambu é o membro mais alto da família das gramíneas. Do andar de cima de minha casa, olho sobre esta floresta plumífera de gramíneas. As borboletas dançam por cima das árvores. As aves raramente deixam a luz sombreada e a sombra ali embaixo. Apenas seu canto e seus pios revelam que se acham ali.
O bambu é abundantíssimo na Ásia. Apenas a China cultiva mais de 160 variedades. Mas, o bambu também cresce no hemisfério ocidental, desde os Estados Unidos até o norte do Chile e da Argentina.
Na cadeia costeira da Carolina do Norte, o gado vacum pasta em bambuzais. Seu processo digestivo destrói o veneno que precisa ser eliminado pelo cozimento, se é que os humanos hão de comer com segurança esta gramínea. Ainda assim, na Índia, as vacas às vezes morrem por comerem mui avaramente os brotos das variedades locais.

Muitos Usos

O bambu se presta para muito mais do que para simples alimento do homem e dos animais. Seus usos são tantos que se tem dito que a vida dos povos do Extremo Oriente ficariam inteiramente alteradas se não existisse o bambu.
Talvez tenha visto fotos de centenas de juncos chineses rebocados pelas turvas corredeiras do poderoso Rio Iangtzé, da China. A corda que usam é de bambu.
A tensão que suporta ultrapassa 10.000 libras por polegada quadrada. É quase tão forte quanto o aço! Com efeito, o bambu constitui excelente reforço para o concreto.
O oriental talvez vá pescar num barco de bambu. Apanha o peixe com uma vara de bambu, coloca o peixe num cesto de bambu e talvez se proteja do sol com um guarda-sol de tiras de bambu.
Em casa, seu peixe talvez seja preparado em panelas de bambu e comido com fachis de bambu. Parte de sua refeição talvez sejam os tenros brotos de bambu. Para beber água, talvez enfie na água uma caneca de bambu; a água talvez seja levada até sua casa por um cano de bambu. Depois de comer, talvez palite os dentes com um palito de bambu, e se refresque por meio dum leque de bambu.
A própria casa desse homem talvez seja feita de bambu, inclusive o assoalho, as paredes e o tecto. Sua mobília talvez seja feita de bambu, e não apenas a cadeira em que ele se senta, mas também os vasos que contêm flores de seu jardim. Talvez a vassoura usada para varrer a casa e o jardim também seja de bambu, ao passo que uma cerca de bambu rodeie sua propriedade.
As donas de casa chinesas usam comumente folhas de bambu para envolver o arroz, as castanhas de caju e carne de porco, ou outros pratos, assim como a dona de casa do Chile usa palha de milho, a mulher grega usa folha de parreira e outras donas de casa recheiam várias comidas em folhas de repolho. Também, as folhas secas e maduras de bambu são usadas para desodorizar os óleos de peixes.
Aparentemente não há fim dos usos do bambu. Pela destilação, pode-se preparar óleo diesel líquido do bambu. As firmas farmacêuticas usam substâncias do bambu para fabricar hormônios e remédios. E, a cultura mediana usada para nutrir os germes retirados dum paciente talvez tenha sua origem numa floresta oriental de bambu!

A “Voz” do Bambu

Reputa-se que o bambu tem “voz”, tendo a habilidade de dizer seu nome em algumas línguas. Se a palavra para bambu em sua língua tiver a mesma derivação que a palavra tem em inglês, então talvez possa ouvir essa gramínea falar. Como assim?
Bem, a palavra inglesa “bamboo” imita o som que faz quando queimado. Arde com alto “BAM! BOO!” Marco Polo, viajante do século treze, há muito relatou sobre o uso da “voz” do bambu. Os viajantes de seus dias atavam bambus verdes em feixes e os suspendiam sobre uma fogueira à noite, e o alto “BAM! BOO!” visava afastar os saqueadores.
O bambu também fala com a voz que os homens lhe deram. O bambu é amplamente usado para fazer instrumentos musicais orientais, tais como a flauta. Tanto em Tóquio como em Manila, há órgãos feitos de tubos de bambu. Numa igreja num subúrbio de Manila, Las Piñas Rizal, há um órgão de 150 anos que tem tubos de bambu.

Crescimento

O bambu tem uma vida média de até 120 anos. Isso é quase que 44.000 dias. Todavia, a maioria dos bambus completam seu crescimento em seus primeiros sessenta dias!
Assim como a baleia azul é o maior animal vivo que já habitou a terra, assim também o bambu é famoso como a planta actual que mais rápido cresce. Pode-se ouvi-lo crescer e pode-se vê-lo crescer. Existem relatórios de um crescimento de um metro e vinte num único dia! O bambuzal literalmente ressoa de vitalidade.
O caule ou colmo jamais cresce depois daquele impulso inicial em direcção ao céu. Talvez permaneça ali, jamais mudando de tamanho por quase todo o século e um quarto seguintes.
Quando o broto atinge menos de um pé acima do solo, contém visivelmente todas as juntas que o colmo adulto possuirá. Pode-se seccionar o broto de bambu, e ali ver, comprimidos lá dentro, todos os seguintes do que seria um gigante de 36 metros! É similar a um bulbo de tulipa. Corte-o pela metade e encontrará a completa flor embrionária da tulipa que teria florescido na primavera caso tal cirurgia não tivesse sido feita.
Embora este notável impulso em direcção ao céu termine em poucas semanas, o bambu ainda cresce debaixo da terra. Mesmo que o alto caule de bambu cheio de juntas seja cortado, como amiúde ocorre, continua tal crescimento subterrâneo. Ali, não visto pelos olhos, prossegue maravilhoso processo de substituição. A cada ano, de 200 a 1.500 novos renovos por acre serão produzidos, quer em blocos quer em fileiras subterrâneas. Estes formam um jardim de infância sempre crescente de progênie.
Quando os novos renovos abrem seu caminho através do solo na primavera, toda a energia do bambu que cresce se dirige a erguer no ar a nova safra. Cessa temporariamente o crescimento subterrâneo durante este crescimento para o alto.

Morte

É interessante que a cada ano sucessivo, os brotos de bambu têm um ano a menos de vida potencial do que seus predecessores. Assim, quer tenham cem anos, quer cinquenta, vinte e cinco, cinco, ou sejam da safra do ano passado, todos os bambus morrem por volta do mesmo tempo.
Ao florescer seu colmo, o bambuzal morre por um período de um ano ou dois. Assim, o bambuzal floresce uma vez em cerca de um século e então morre. Até mesmo as plantas transportadas para outros países florescem e morrem no mesmo ano ou dentro de dois anos da época em que morre o bambuzal “mãe”. O bambuzal e toda a sua prole transportada, embora espalhada por todo o mundo, agem bem parecido aos salmões espalhados por todos os mares, segundo um relógio interior.
Recentemente, para exemplificar, o bambu madake floresceu no Japão. Visto que três quartos do bambu japonês é desse tipo, o Japão entrou numa década de grande perda, visto que levam cerca de dez anos para que um bambuzal retorne em pleno vigor.
Quando morre um bambuzal, como é que volta?

Renascimento

Em certas variedades, é através da semente produzida pelo fruto das flores. Mas, há ainda outro modo, que é ímpar.
Conforme adrede observado, quando o bambuzal floresce, as plantas morrem dentro de uns dois anos. Não se trata apenas de morte superficial; os rizomas subterrâneos também morrem. Trata-se de caules ou raízes subterrâneos carnosos e que retêm a nutrição. Bem, então, qual é a fonte duma nova floresta?
É resultado do crescimento subterrâneo de novos rizomas. De forma notável, a vida é transferida, por um período de três anos, da velha floresta de bambu para estes diminutos rizomas novos. Levam então outros sete anos para que a rede de rizomas prolifere, e para que esta clareira se torne uma floresta.
E, assim, em meu quintal dos fundos, às vezes me deleito de correr descalço pelo gramado cheio de orvalho que naturalmente não é de bambu, ao mesmo tempo contemplando com admiração as gigantescas gramíneas de bambu.

in Despertai de 8/7/1973 pp. 23-25

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.