Obrigado,Nélia Rodrigues!
Um bonito poema para vocês da Nélia...
Renascer
“Olhos negros,
fundos de tristeza
abalam castelos celestiais,
construídos de incessante alegria
castelos, que ninguém diria
que pudessem ser abalados...
Olhos pesados,
presos de sofrimento
transparentes de agonia,
destroem jardins perfumados
construídos de pleno êxtase...
Jardins, que ninguém diria
que deixassem de existir...
Olhos cansados,
soltos nas lágrimas
de palavras feridas,
eliminam a música de movimentos
dançados à luz das estrelas...
Passos, que ninguém diria
que se deixassem de dar...
Mas o coração é senhor
sobre todos os reinos,
conhece todos os jardins,
domina todas as danças
e apaga todos os lagos
em olhos cansados...
Usando o tempo como aliado,
vence todas as batalhas,
construindo castelos e jardins
com a ajuda da música...
Traz luz e côr
a olhos ansiosos por amor,
aconchega o perfume das flores
em seu regaço
e a lua e as estrelas
cantam de novo
aquela canção de embalar
e beija, beija aqueles olhos
num beijo rejuvenescedor de felicidade,
felicidade, que ninguém diria
que àqueles olhos pudesse jamais voltar... “
Praticante do Brandismo - "Empenha-te pela justiça, pela devoção piedosa, pela fé, pelo amor, pela perseverança, pela BRANDURA de temperamento"
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segunda-feira, 19 de janeiro de 2004
sexta-feira, 2 de janeiro de 2004
Mais uma contribuição do meu amigo Nuno Mendes.
A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida.
E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que
hoje tem idade compreendida entre os 25-30.
O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando falei a um rapaz no
Tom Sawyer.
"Quem?", perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus...
Como é que ele consegue viver com ele mesmo? A própria música: "Tu que andas
sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos
deixarás, aqui e além..." era para ele como o hino senegalês cantado em
mandarim.
Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não
conhece outros ícones da juventude de outrora. O D'Artacão, esse herói
canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Galáctica, que acalentava os
sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu
Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida,
com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; O Barco do Amor,
que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela
altura era actual...; E para acabar a lista, a mais clássica de todas as
séries, e que marcou mais gente numa só geração: O Verão Azul.
Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer. Quem não chorou com a
morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não
sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.
Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram,
o que os torna fracos. Ele nunca subiu a uma árvore! E pior, nunca caiu de
uma. É um mole. Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser
duplo de cinema. Ele não se transformava num super-herói quando brincava com
os amigos. Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos
nas obras e que depois personalizávamos. Aliás, para ele é inconcebível que
se vá a uma obra. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.
Confesso, senti-me velho...
Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador. Tudo bem,
por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em
que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à
toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft. Óbvio,
nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a
fazer corridas de bicicleta uns contra os outros. Hoje, se um miúdo cai,
está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e a fazer exames a
possíveis infecções, e depois está dois meses em casa a fazer tratamento a
uma doença que lhe descobriram por ter caído. Doenças com nomes tipo
"Moleculum infanticus", que não existiam antigamente. No meu tempo, se um
gajo dava um malho (muitas vezes chamado de "terno") nem via se havia
sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por
cima não estancasse. Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos
pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos. Um
gajo na altura aprendia a viver com o perigo. Havia uma hipótese real de se
entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos
tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia
para ir para a praia. E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? Não somos
até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade?
Nós éramos mais a geração "à rasca", isso sim. Sempre à rasca de dinheiro,
sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na
universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o
carro. Agora não falta nada aos putos. Eu, para ter um mísero Spectrum 48K,
tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de prenda de anos
e Natal, tudo junto. Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil,
Gameboy, tudo. Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de
bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM
tem aquela versão da bicicleta.
Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que
8 em cada dez putos sejam cromos. Antes, só havia um cromo por turma. Era o
tóto de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e
que não tinha namoradas. É certo que depois veio a ser líder de algum
partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.
Hoje, se um puto é normal, ou seja, não tem óculos, nem aparelho nos dentes,
as miúdas andam atrás dele, anda de bicicleta e fica na rua até às dez da
noite, os outros são proibidos de se dar com ele.
Valha-me Deus. "What's wrong with the world, momma?"
Obrigado,Nuno!
A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida.
E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que
hoje tem idade compreendida entre os 25-30.
O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando falei a um rapaz no
Tom Sawyer.
"Quem?", perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus...
Como é que ele consegue viver com ele mesmo? A própria música: "Tu que andas
sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos
deixarás, aqui e além..." era para ele como o hino senegalês cantado em
mandarim.
Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não
conhece outros ícones da juventude de outrora. O D'Artacão, esse herói
canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Galáctica, que acalentava os
sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu
Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida,
com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; O Barco do Amor,
que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela
altura era actual...; E para acabar a lista, a mais clássica de todas as
séries, e que marcou mais gente numa só geração: O Verão Azul.
Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer. Quem não chorou com a
morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não
sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.
Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram,
o que os torna fracos. Ele nunca subiu a uma árvore! E pior, nunca caiu de
uma. É um mole. Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser
duplo de cinema. Ele não se transformava num super-herói quando brincava com
os amigos. Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos
nas obras e que depois personalizávamos. Aliás, para ele é inconcebível que
se vá a uma obra. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.
Confesso, senti-me velho...
Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador. Tudo bem,
por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em
que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à
toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft. Óbvio,
nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a
fazer corridas de bicicleta uns contra os outros. Hoje, se um miúdo cai,
está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e a fazer exames a
possíveis infecções, e depois está dois meses em casa a fazer tratamento a
uma doença que lhe descobriram por ter caído. Doenças com nomes tipo
"Moleculum infanticus", que não existiam antigamente. No meu tempo, se um
gajo dava um malho (muitas vezes chamado de "terno") nem via se havia
sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por
cima não estancasse. Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos
pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos. Um
gajo na altura aprendia a viver com o perigo. Havia uma hipótese real de se
entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos
tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia
para ir para a praia. E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? Não somos
até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade?
Nós éramos mais a geração "à rasca", isso sim. Sempre à rasca de dinheiro,
sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na
universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o
carro. Agora não falta nada aos putos. Eu, para ter um mísero Spectrum 48K,
tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de prenda de anos
e Natal, tudo junto. Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil,
Gameboy, tudo. Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de
bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM
tem aquela versão da bicicleta.
Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que
8 em cada dez putos sejam cromos. Antes, só havia um cromo por turma. Era o
tóto de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e
que não tinha namoradas. É certo que depois veio a ser líder de algum
partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.
Hoje, se um puto é normal, ou seja, não tem óculos, nem aparelho nos dentes,
as miúdas andam atrás dele, anda de bicicleta e fica na rua até às dez da
noite, os outros são proibidos de se dar com ele.
Valha-me Deus. "What's wrong with the world, momma?"
Obrigado,Nuno!
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OBRIGADO RUI COSTA!
AMOR MEU, DOR MINHA
DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;
PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;
NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;
FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;
FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;
POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;
PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;
NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;
FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;
FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;
POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.