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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Ver com apreciação


JÁ VIU um pássaro ou um inseto voar? Antes de responder, “É claro que sim”, deixe-nos definir mais precisamente o que queremos dizer com “viu”.
Por exemplo, muitas pessoas, quando vêem uma ave, notam apenas o lindo arranjo de penas. Mas, um gato, vendo o mesmo pássaro, talvez veja nele um bom jantar. Daí, então, o lavrador, ao ver um pássaro, digamos, uma andorinha, talvez veja um sinal da primavera que se aproxima. Assim, “ver” pode significar muito mais do que apenas receber uma imagem na retina do olho.
Considere, por exemplo, um experimentado relojoeiro que examina um relógio peritamente construído. O que “vê”? Sua visão penetra mais fundo do que apenas uma olhadela dentro de sua caixa. Julga suas qualidades como relógio, pesando os prós e os contras do método de construção empregado e avaliando sua eficiência. O seu “ver” talvez atinja a mente do inventor do relógio, ao comparar o resultado que vê com os problemas que o inventor teve de vencer. Talvez até mesmo estabeleça uma espécie de familiaridade respeitosa com o fabricante por meio de seu produto.
Este exemplo de “ver” nos preparará para uma “espiada” profunda no vôo das aves e insetos. Sem dúvida, seu vôo é gracioso, mas, quão bons são como máquinas voadoras? E que qualidades reflete sua feitura sobre seu arquiteto?


Versatilidade


Quando viu pela última vez, digamos, uma libélula, o que viu realmente? Talvez sua atenção fosse atraída a ela à medida que adejava diante de seus olhos. Provavelmente a admirasse por suas cores belas que reluziam ao sol. Daí, talvez tenha partido de súbito em espantosa velocidade, numa direção aparentemente imprevisível. Se já se interessou pela ciência do vôo, poderia quedar-se imaginando como é que essa criaturinha conseguia combinar as peculiares qualidades do adejar, de um helicóptero, com a estabilidade de alta velocidade dum avião de asas fixas. Que versatilidade!
Quanto mais ponderasse, mais isso o deixaria impressionado. Sem dúvida, os estrategistas militares de grandes potências deste mundo, que competem furiosamente, dariam até o resgate dum rei para conseguir aplicar os segredos guardados por esse pequeno inseto. Assim, se “viu” com discernimento, observou não apenas um belo inseto, mas maravilhoso exemplo de versatilidade numa máquina voadora.
Esta qualidade invejada de versatilidade é comum em toda a criação. Tome, por exemplo, o gavião, que possui uma estrutura de asas e um mecanismo que não têm muita semelhança com os da libélula. Todavia, também ele consegue adejar num certo local e partir em alta velocidade, duas qualidades de vôo que o homem continuamente se empenha em alcançar.


Efeitos Ambientais


É digno de nota que um arquiteto magistral leva em conta todas as coisas, inclusive os efeitos ambientais. Recusa-se a se deixar escravizar aos interesses adquiridos ou a algum aspecto estreito da eficiência técnica. Com efeito, um arquiteto perito é reconhecido pela forma com que equilibra maravilhosamente os aspectos técnicos e estéticos e então extrai, a duras penas, o máximo de cada aspecto.
Com isto em mente, considere outro aspecto do vôo. Já notou que as criaturas voadoras não perturbam os sentidos? Os sons produzidos por elas, por exemplo, são em geral sons bem recebidos. Mas, quão diferentes são os sons que abalam os nervos, provenientes quer de um avião de asas fixas quer dum helicóptero. Também, as máquinas voadoras do homem poluem o ar que respiramos, provocando doenças e moléstias. Que contraste!


Eficiência Aerodinâmica


Mas, como se compara uma ave com um avião na eficiência aerodinâmica? Consideremos a asa. Quão eficaz é? Isso depende em grande parte de sua forma. Depois de muito esforço, envolvendo alta matemática e experiências em túneis de vento, o homem conseguiu desenhar uma asa que fornece aceitável eficiência de vôo. Mas, como seria de esperar, a asa da ave tem exatamente a forma ideal para o tipo de vida que vive essa determinada ave. Exemplificando, o albatroz e o gavião vivem vidas completamente diferentes, e suas asas são feitas com perfeição para satisfazer seus requisitos variados. Realmente, quem já viu um avião que consegue fazer o que uma ave faz com suas asas?


Propulsão


Bem, então, o que dizer do método de propulsão? A bem da simplicidade, consideremos a hélice ou, mais especificamente a hélice de avião (airscrew). Como funciona este método de propulsão?
Como seu nome em inglês subentende, ela vai abrindo caminho em espiral pelo ar, fornecendo assim o empuxo necessário para o avião a que está ligada. No entanto, difere dum parafuso de metal que penetra numa porca sólida porque o ar como que escorrega, constituindo assim contínua perda que não se daria na porca sólida.
Para visualizar este tipo de perda, poderíamos pensar num pescador que pesca com linha e que puxa enorme peixe. Se seu barco estivesse rigidamente ancorado no leito do rio ou do mar, o único trabalho que teria seria enrolar a linha com seus braços. No entanto, se o barco não estivesse ancorado, e desejasse manter sua posição exata, teria de fazer o motor do barco operar com igual velocidade para impedir ser arrastado pelo peixe. Toda a energia usada pelo motor seria assim pura perda, devido à fluidez do ambiente.
Mas, o que dizer da asa dum pássaro? Ora, passa ao largo virtualmente toda a perda de deslizamento de um motor, devido a seus movimentos maravilhosamente coordenados das batidas e das técnicas de adejamento. Nem o método de propulsão a jato empregado pelos aviões modernos chega perto da eficiência da propulsão alcançada pelas asas dos pássaros.
A batida das asas e a planagem como meio de propulsão empregados pelo pássaro podem, em certo sentido, ser comparadas aos movimentos de um patinador. Tente imaginar um patinador que desliza por pequeno declive e então, pouco antes de chegar ao fim do declive, consegue pisar no ápice de outro declive que corre ao lado. Na patinação normal, emprega-se este princípio, exceto que as pernas são jogadas para o lado, para dar propulsão ao corpo. No caso dum pássaro, o movimento para baixo das asas impele a criatura.


Maneabilidade


Que máquina voadora verdadeiramente maravilhosa e eficaz é um pássaro! Ora, parece destilar evidência de engenhosidade. E, em especial, que maravilhoso instrumento é a asa!
Já viu duas gaivotas mergulharem em busca do mesmo petisco ou quase colidirem? Mas, note que apenas quase colidem, pois parecem flutuar um ao redor do outro num lufa-lufa de batidas de asas, à medida que o perdedor age de modo evasivo.
Ou já observou um corvo pousar numa cerca de arame? A perda de velocidade não o deixa temeroso. Ao se aproximar do pouso, parece que vai ultrapassar o alvo, mas lá vem a ponta daquela poderosa asa, que apenas há pouco prestara tão eficaz serviço como hélice, e faz uma acrobacia aérea. E que acrobacia! Quão belamente controlado, ao deslizar brandamente em direção ao arame! Mas, com mais probabilidade, devido a ser um camarada tão suspeitoso, não pousará sequer, mas deixará de imediato o estol e, despreocupadamente baterá asas, corvejando ao partir, bem indiferente ao feito notável que acabou de realizar.
Os desenhistas aeronáuticos em geral reconhecem os muitos benefícios das asas moventes e das asas de forma variável, quer para se obter maior versatilidade, quer para conseguir os movimentos difíceis que são necessários para se executar as manobras de pouso como as dum pássaro. Mas, os resultados lamentáveis que os engenheiros humanos já conseguiram com asas oscilantes e asas de forma variável sugerem quanto o homem ainda precisa ir antes que possa sequer chegar aos pés dos feitos de acrobacia aérea vistos na criação.
Assim, quanto mais observamos e ponderamos a respeito das criaturas voadoras, quer pelo aspecto da versatilidade, da eficiência aerodinâmica, quer da maneabilidade, tanto mais podemos avaliar que mestre em sua arte é o seu Criador. Vendo quão belas as criaturas volantes são aos olhos, bem como quão quietas e graciosas, sentimos mais profunda apreciação pelo seu Grande Arquiteto.


in Despertai de 22/2/1971 pp. 16-18

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.