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sábado, 16 de julho de 2011

Uma língua internacional em elaboração


TEM-SE calculado que cerca de 326 milhões de pessoas falam inglês, tornando-a uma das línguas mais amplamente usadas na terra hoje. Todavia, quando Júlio César sentou pé pela primeira vez na Bretanha, em 55 A. E. C., ninguém ali falava inglês de forma alguma. Não havia povo inglês; as Ilhas Britânicas eram habitadas pelos celtas e antigos bretões.

Em 43 E. C. as legiões romanas subjugaram os celtas, e estes foram expulsos para Gales, a Escócia e Irlanda. Um pouco de seu vocabulário sobreviveu no inglês moderno, a maior parte sendo incorporada em nomes de lugares tais como London (Londres) e o condado de Kent, que deve seu nome à palavra celta canti.

Os romanos ocuparam as ilhas por cerca de 400 anos, mas, quando o Império finalmente declinou, as legiões romanas foram chamadas de volta para defender os últimos baluartes do Império contra os invasores. Idas as legiões romanas, as tribos germânicas chamadas anglos, saxões e jutos conquistaram a Bretanha, fixando residência ali. Estes anglos e saxões falavam línguas quase idênticas, uma forma de alemão, um dos membros do ramo teutônico da família indo-européia de línguas.

O Inglês Falado Inicialmente

Visto que os anglos conquistaram a maior parte da terra, o país (Inglaterra) e a língua (inglês) foram assim chamados em honra dos anglos. Esta língua anglo-saxônica era chamada anglisc ou englisc pelos escritores daquele tempo. Embora se devesse tornar a base do inglês moderno, é totalmente incompreensível para as pessoas hoje sem um estudo especial. Por exemplo, eis aqui as primeiras linhas dum famoso poema chamado “Beowulf”, escrito por volta do ano 900 E. C.:

“Hwaet, we gardena in geardagum theodcyninga thrym gefrunon.” (Eis que ouvimos falar de quão poderosos eram, nos dias passados, os reis dos dinamarqueses portadores de lanças.)

Agora, isto é classificado como inglês antigo pelos filólogos, embora nem sequer uma pessoa dentre mil de língua inglesa consiga entendê-lo. Isto se dá porque cerca de 85 por cento do vocabulário do inglês antigo não se acham mais em uso. Aquelas que sobreviveram, contudo, eram elementos básicos, expressando conceitos fundamentais tais como mann (man, homem), wif (wife, esposa), hus (house, casa) e mete (meat ou food, carne ou alimento).

A gramática do inglês antigo também era muito diferente do inglês moderno. Era uma língua flexional, isto é, uma que indicava a função duma palavra na sentença por meio de terminações acrescentadas ao substantivo ou adjetivo, e assim por diante. Atualmente, quase todas estas terminações flexionais foram perdidas, e se usa uma ordem fixa de palavras para indicar as várias funções e relações delas.

Durante os anos 800, os vikings da Dinamarca fizeram incursões às praias da Bretanha. Por causa de os incursores vikings parecerem deleitar-se em lutar e em destruir as propriedades de suas vítimas, tendo a aparência de loucura, o nome viking para guerreiro, berserker, entrou na língua inglesa na palavra berserk (energúmeno). As atividades dos dinamarqueses terminaram na conquista da Bretanha. Ao se estabelecerem na Inglaterra, também introduziram muitas palavras no vocabulário inglês, tais como egg (ovo), e a maioria das palavras que começam com sk-, tais como sky (céu), skin (pele), skirt (saia) e skill (perícia).

Mais significativamente, os pronomes, que geralmente permanecem constantes numa língua, foram afetados. O resultado foi que alguns pronomes escandinavos substituíram os ingleses. Por exemplo, os pronomes they (eles), their e them (seu ou deles), são de origem escandinava.

Daí, algo aconteceu que deveria exercer profundo efeito na língua inglesa. Em 1066 E. C., Guilherme, o Conquistador, um francês da Normandia, invadiu a Inglaterra. Conforme ilustrado na famosa tapeçaria Bayeux, derrotou o rei saxão Haroldo, na Batalha de Hastings. Daí, distribuiu as terras inglesas entre os nobres franceses que tinham vindo com ele. De início estes senhores franceses falavam o seu próprio francês-normando, ao passo que o povo a quem escravizaram falava o anglo-saxão ou inglês. No entanto, à medida que os normandos se estabeleceram e casaram-se com o povo local, as duas línguas se fundiram. Esta mistura do inglês antigo com francês-normando produziu nova forma de inglês, agora chamada de inglês médio.

Tempo de Grandes Mudanças

O inglês médio foi marcado por mudanças momentosas na língua, mudanças estas mais fundamentais e extensivas do que quaisquer outras antes ou desde então. Desde o início, a pronúncia se alterou vagarosamente sob a influência dos normandos, e as terminações flexionais gradualmente desapareceram. Mas, a mudança notável se deu no vocabulário.

Milhares e milhares de novas palavras foram acrescentadas, à medida que os normandos começaram a falar o inglês antigo, bem misturado com o seu próprio vocabulário francês. Entre as muitas palavras inglesas resultantes da Conquista Normanda se acham air (ar), chair (cadeira), dinner (jantar), government (governo), judge (juiz), paper (jornal), prison (prisão) e towel (toalha).

Às vezes, tanto as palavras inglesas como as francesas foram retidas. Por exemplo, o camponês saxão morava numa hus (casa) inglesa, ao passo que o senhor francês morava numa maison francesa. Ambas as palavras permaneceram, house (casa) sendo a palavra moderna para moradia simples e mansion (mansão), a casa dum nobre ou homem rico.

Às vezes ambas as palavras foram retidas, mas assumiram significado ligeiramente diverso. Os ingleses criavam sheep (ovelhas), cows (vacas) e pigs (porcos). Os equivalentes franceses eram mouton, bouef, veau e porc. É fácil ver que as palavras francesas foram mantidas para designar a carne do animal. Assim, cria-se calves (vitelos) mas come-se veal (vitela), cria-se pigs (porcos) mas come-se pork (carne de porco).

Naturalmente, muitas palavras inglesas foram inteiramente perdidas. Por exemplo, o inglês inwit se tornou o francês conscience. No entanto, apesar deste tempo de grandes mudanças, o inglês continuou a comer e a dormir, a andar e a cantar em seu inglês original.

Pelo tempo de Geoffrey Chaucer (1340?-1400), às vezes chamado de o pai da literatura inglesa, esta língua mestiça tinha-se tornado uma língua bem fluente e flexível. Ademais, começou a ter a aparência de inglês moderno, o período do inglês moderno começando por volta de 1450 e durando até os tempos modernos. Chaucer escreveu muita coisa que é razoavelmente compreendida hoje. E, quando afirma, por exemplo que certo homem era “a verray parfit gentil knyght”, não se precisa de nenhum bacharelado honroso em inglês para se ver que queria dizer que ele era “um cavaleiro perfeitamente gentil”. Naturalmente, a grafia parece verray esquisita para nós!

Qualquer pessoa que leia Chaucer, contudo, notará que sua gramática e vocabulário ainda são simplicíssimos. Com efeito, a maioria das pessoas daquele tempo achava que o inglês era cru e inflexível, sendo incapaz de expressar os sentimentos mais nobres. Achavam que, se a pessoa tinha algo de importante a dizer, deveria escrever em latim ou grego, que as pessoas educadas daqueles dias entendiam. Chamavam o inglês de “a língua vulgar”, e certo escritor inglês lamentou: “Poets that lasting marble seek, must carve in Latin or in Greek; we write in sand.” (Os poetas que buscam a fama duradoura precisam esculpir em latim ou em grego; nós escrevemos na areia.)

De início esta atitude foi realçada pela chegada do Renascimento, a descoberta de casas de tesouro da erudição latina e grega. Gradualmente, porém, com a chegada da imprensa e da possibilidade de pessoas comuns adquirirem livros baratos, surgiu a demanda de livros no vernáculo.

Havia então duas escolas de pensamento: os que desejavam preservar a tradição clássica do latim e do grego, e os que desejavam aprimorar a “língua vulgar” com palavras tiradas dos clássicos. Sabemos agora que escola venceu. O inglês, “a língua vulgar”, triunfou, mas com uma riqueza dum vocabulário adicionado.

Os homens ansiosos de disseminar a Palavra de Deus contribuíram amplamente para a aceitação do vernáculo, pois desejavam ter a Bíblia numa linguagem que todos pudessem entender. Tyndale, um dos mais destacados tradutores da Bíblia, disse que a traduzira para o inglês porque desejava que até o rapaz comum do campo pudesse ler a Bíblia. Os tradutores, também, estavam ansiosos de que sua linguagem fosse um veículo digno para a Palavra de Deus, de modo que fizeram grandes esforços para que se adaptasse a tal propósito.

Contínua Absorção de Outras Línguas

Grande parte do novo vocabulário que foi adicionado veio do latim, com palavra tais como capsule (cápsula) e disrespect (desrespeito). Outras, tais como chaos (caos) e climax (clímax) provêm do grego. Alguns se opuseram a tais absorções de palavras estrangeiras, afirmando que eram termos “estranhos e pedantes”. Por outro lado, quem estava a favor de se enriquecer o vocabulário afirmava um pouco amargamente que “certas pessoas, se espiarem apenas uma palavra difícil, ficam tão atônitas como se tivessem encontrado um duende”! Mas, ainda assim as palavras penetraram.

Os estudiosos não foram os únicos que enriqueceram o vocabulário. Os séculos dezesseis e dezessete foram tempos de viagens e descobertas, e os viajantes abriram novos campos para o comércio. Alguns começaram a transacionar com países que visitaram e, em alguns lugares, a colonizá-los. Os viajantes ingleses na Itália, por exemplo, retornaram falando uma língua cheia de expressões italianas, língua esta que as pessoas simples da terra natal acharam ser muito engraçada e afetada. No entanto, será que consideramos palavras tais como álgebra, violino e vulcão engraçadas de algum modo hoje em dia? São italianas, como o são piano e pizza.

Os navios ingleses velejaram para a América do Sul, colonizada principalmente pelos espanhóis e portugueses, combateram os espanhóis na Costa Setentrional da América do Sul e trouxeram de volta palavras tais como alligator (aligátor) e apricot (abricó), cannibal (canibal) e canoe (canoa), hammock (rede de dormir) e hurricane (furacão), todas elas palavras espanholas e portuguesas.

Os mercadores em pequenos veleiros, assolados por ventos e ondas ao enfrentarem tremendas tempestades no Cabo de Boa Esperança, empenharam-se em chegar à Índia e à China. Voltaram para casa com seus porões cheios de seda e especiarias, e falando de junks (juncos) e coolies (cules), china (louça fina) e tea (chá).

Os pioneiros em carroças cobertas rodaram através das Planícies Norte-Americanas e escreveram para casa cartas que continham palavras como hominy (canjica), chipmunk (tâmias) e raccoon (mão-pelada), todas tiradas da linguagem do índio norte-americano. Sequoia era realmente um chefe cheroquês, e daí surgiu a palavra.

Assim, o espírito de exploração e de aventura abriu novos e excitantes horizontes. Novas experiências e novos produtos tornaram-se refletidos na língua. Alguns minutos gastos no exame de um dicionário etimológico mostrará que o inglês observou palavras do russo, hebraico, árabe, húngaro e hindustani, bengali, malaio, chinês e das línguas de Java, da Austrália e do Taiti, bem como de muitas outras.

Se usar um destes dicionários, poderá verificar de onde vieram as palavras jaguar, ricksha (jinriquixá) e mongoose (mangusto). Até mesmo o que talvez imagine ser uma boa palavra inglesa, tal como measles (sarampo) prova ser de origem holandesa, junto com golf. E sabia que a palavra candy (doce) provém duma palavra árabe qandah?

O aumento no vocabulário tem continuado nos séculos dezenove e vinte. Algumas palavras, tais como zipper, vieram de marcas registradas. Nos campos da medicina, eletricidade, física e química, uma inteira nova gama de palavras tem surgido. Shakespeare jamais ouvira falar de penicilina ou de glândulas endócrinas; ele nada sabia sobre dínamos, a teoria dos quanta ou o rádio. E, quanto a coisas tais como carburadores, calotas e velas de ignição . . .!

Às vezes, novas palavras foram formadas pela combinação de duas antigas, como em steamroller (rolo compressor). Algumas são tiradas de nomes próprios; limousine, por exemplo, é tirada de uma província de França. O inglês tem assimilado todas estas palavras e para as pessoas de língua inglesa elas não parecem de jeito nenhum estrangeiras. Mas, suas raízes estrangeiras se refletem na sua forma ortográfica. Diferente do espanhol e do italiano, por exemplo, muitos sons similares em inglês são soletrados de forma diferente, tais como shoe (sapato), blue (azul), crew (tripulação), too (também) e through (através). O empréstimo de palavras das línguas estrangeiras tem levado a um estado bastante caótico da grafia inglesa, e, embora numerosos esforços tenham sido feitos para se reformá-la, parece improvável que jamais tenham êxito.

Assim, de uma pequena língua amalgamada e engraçada do século quinze, grandemente desprezada como “língua vulgar”, temos uma grande língua internacional, com um dos mais ricos vocabulários do mundo, um vocabulário de cerca de 600.000 palavras.

O inglês combina a força da língua alemã à beleza do francês, e é capaz de expressar excelentes tons de sentido. É, certamente, uma língua que vale a pena aprender, habilitando a pessoa assim a comunicar-se com milhões de pessoas que já o falam. No comércio, na ciência, na religião e na vida social, o conhecimento de inglês é, sem dúvida, muito útil, e muitas obras da grande literatura foram escritas em inglês. Assim, muitos que ainda não conhecem o inglês talvez pudessem aprendê-lo com proveito, e aqueles que conhecem poderiam aprender a falá-lo melhor.

in Despertai de 22/6/1972 pp. 20-24

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.