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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

As línguas do homem




QUÃO dividida se acha a humanidade por falar diferentes línguas! Os peritos já chegaram a contar cerca de 3.000 línguas faladas. Se fossem acrescentados ao número acima todos os dialectos (formas locais de uma língua), ele provavelmente seria bem maior. Mas, o caso é que até os peritos discordam em alguns casos sobre o que é uma língua separada e o que é simplesmente um dialecto. Por quê? Porque, mesmo quando as pessoas falam o que se chama de dialectos da mesma língua, talvez não consigam compreender uns aos outros.
A maioria das línguas podem ser agrupadas em umas dez famílias de línguas, mais ou menos, (novamente neste caso diferentes autoridades fornecem diferentes números). Todas as línguas na mesma família são ramos de uma antiga língua “mãe”, e, em muitos casos, essa língua “mãe” já é morta.
Muitos sabem que o francês, o italiano, o espanhol, o português e várias outras línguas são todas modernas variedades do latim, grandemente mudadas. Não são muitos que estão a par que até mesmo o latim é classificado como sendo membro de uma família de línguas. Junto com muitas outras línguas da Europa e da Índia, diz-se que surgiu dum ancestral perdido, chamado indo-europeu.
É possível que as línguas “mães” tenham sido relativamente poucas. Com o tempo, as pessoas que falavam a mesma língua se separaram e não tiveram contacto umas com as outras por séculos, de modo que seus hábitos de linguagem divergiram e duas ou mais línguas vieram a ser usadas onde antes só havia uma.
Qualquer língua viva muda constantemente, apesar da influência estabilizadora da imprensa e de boas comunicações. Assim, gradualmente, os grupos separados deixavam de entender uns aos outros. Mesmo assim, as línguas resultantes retêm suficientes características em comum que tornam óbvio que se relacionam umas com as outras.

A Família Indo-Europeia

Examinemos em mais pormenores uma família de línguas. Quase cerca da metade da população do mundo fala uma língua classificada como pertencendo à família indo-europeia. Não foi por acidente que a palavra três, por exemplo, é tão similar em russo (tri), alemão (drei), francês (trois), dinamarquês (tre), holandês (drie), irlandês (trí), grego (treîs), lituano (trys), sânscrito (trí), albanês (tre), e assim por diante. Diz-se que todas estas línguas se derivam da desaparecida indo-europeia.
Muitas delas são menos filhas daquela língua antiga do que netas, porque diz-se que muitas se derivam de línguas desaparecidas que eram, elas mesmas, ramos da indo-europeia. Exemplificando: o galês, o bretão, o gaélico, e assim por diante, são alistados como descendentes de uma antiga língua céltica que surgiu da indo-europeia. O russo, o polonês, o sérvio, o checo, e assim por diante, têm seus ancestrais numa antiga mãe eslavônica. O inglês, o holandês, o alemão, e assim por diante, tem mãe germânica comum.

Classificar as Línguas

Apenas em data comparativamente recente, desde cerca do fim do século dezoito, é que os linguistas começaram a analisar a história e a relação das línguas vivas. Antes disso, tendiam a comparar apenas as formas escritas das palavras nas línguas diferentes, mas há muito mais nas relações familiares do que isso. Mesmo quando duas línguas têm poucas palavras similares, talvez a colocação de suas sentenças seja tal que mostre uma afinidade entre elas.
Tome o exemplo do laociano e do chinês. Seria difícil encontrar muitas palavras similares nestas duas línguas, todavia, têm três importantes características em comum. Primeira, uma palavra em ambas as línguas talvez tenha diferentes significados, segundo o tom da voz usado ao dizê-la. Por exemplo, a palavra laociana mu, proferida em tom baixo de voz, significa amigo, ao passo que em tom crescente significa porco.
Segunda, a maioria das palavras só tem uma sílaba ou se compõem de diversas palavras de uma só sílaba ligadas juntas.
Terceira, quando se fala duma série de objectos, é preciso usar uma palavra chamada classificadora toda vez para identificar a classe de objectos a que pertencem. Assim, o laociano não pode simplesmente dizer ‘Três moças’, mas tem de dizer ‘Moça três pessoas’, mostrando que as moças pertencem à classe de ‘pessoas’. Estas três características sugerem que o chinês e o laociano são parentes dentro da mesma família de línguas.
Por outro lado, não se atribui grande importância aos caracteres em que a língua é escrita. O inglês e o vietnamita usam ambos o alfabeto romano, que os vietnamitas deliberadamente adoptaram no século dezassete, mas as línguas são muito diferentes. O japonês e o chinês usam escrita similar, o que faz com que alguns os associem. Todavia, são classificados em famílias de línguas completamente diferentes. Por outro lado, o inglês e o russo, alistados como parentes distantes dentro da mesma família, usam caracteres diferentes.

Dificuldades de Aprendizagem

Talvez possa entender agora porque algumas línguas são mais fáceis de se aprender do que outras. Uma língua estrangeira que pertença à mesma família de línguas que a nossa usualmente terá muitos sons, palavras ou padrões de sentenças que verificamos serem familiares. A língua menos aparentada é, comparada à nossa, a mais estranha possível. De início, talvez nem sequer possamos diferençar os sons, e a ordem de colocação das palavras na frase talvez nos pareça esquisita.
Compare os números um a dez em alemão com os em português: eins, zwei, drei, vier, fünf, sechs, sieben, acht, neun, zehn. Especialmente se se lembrar que o alemão “z” é pronunciado “ts” e o alemão “v” é pronunciado “f”, poderá ver de imediato que há alguma semelhança. Agora, veja os números em laociano: neung, sohng, sahm, si, ha, hok, chet, bpaat, gow, sip. Não existe nenhum som em comum com o português. Quão muito mais diferentes pareceriam ser se se pudesse mostrar por escrito que cada número laociano tem de ser proferido em certo tom de voz que a pessoa decora junto com a palavra!
Observe a ordem das palavras. Em português, talvez se pergunte: “Quantas filhas tem?” Em alemão, isso seria “Wieviele Töchter haben Sie?” Aqui, palavra por palavra, a estrutura é a mesma quase. Mas, o laociano diz: “Chow mi luk sow chag kon?” Literalmente, isso significa: “Você tem filho fêmea quantas pessoas?” Estruturalmente é bem diferente do português.
Amiúde, as palavras encontradas em uma língua não têm equivalente em línguas de outras famílias. Por conseguinte, é muito mais difícil traduzir para uma língua que pertence a uma diferente família. Por exemplo, a revista A Sentinela no idioma tai ou siamês usa a mesma palavra para transmitir o que se quer dizer pelas palavras simpatia, empatia e consideração em inglês. Palavras separadas não existem em tai (ou laociano, seu parente próximo) para transmitir estas subtis diferenças. Por outro lado, o inglês consegue passar com uma única palavra para carregar, ao passo que o laociano e o tai tem palavras separadas que significam “carregar na mão”, “carregar no ombro”, “carregar numa vara de carga”, “carregar nos braços”, ou “carregar nas costas”.
A fim de ajudar os alunos a enfrentar esta situação não familiar a algumas línguas, novos métodos de ensino foram criados. Um deles é às vezes chamado de método directo. O aprendiz começa a dominar as sentenças básicas e os padrões de formação de sentenças desde o início. Aprende gramática à medida que se relacione às sentenças que ele já conhece, ao invés de penetrar nela desde o início e aprender longa lista de vocabulário sem poder falar ou entender a sentença mais simples.

in Despertai de 22/6/1973 pp. 12-15

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.