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sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Aprenda a andar — pelas colinas


O PARQUE de estacionamento de carros já se estava enchendo de visitantes do Parque Nacional do Distrito de Peak, área bem conhecida dos andarilhos e montanhistas da Região Central da Inglaterra. Alguns, nesta fria manhã de maio, achavam-se ali apenas para visitar o povoado e andar pelas estradas e trilhas vizinhas. Outros, como nós mesmos, calçaram botas fortes, puseram mochilas nas costas e verificaram tudo para certificar-se de que dispunham de tudo que é necessário para um passeio pelas colinas.
O que é que atrai um número crescente de pessoas cada ano para as colinas de seu país? Talvez, nesta recreação, encontrem algo que toda a família possa usufruir, ou que apenas um par de companheiros achem proveitoso. Há o desafio de se afastar das ruas apinhadas e caminhar seguramente pelas colinas. Certamente pode ser um desafio, pois o tempo pode mudar ou podem surgir situações que fazem com que os montanhistas olhem com respeito para as colinas e as montanhas. Assim, eu, minha esposa e três filhos, um grupo familiar, dispusemo-nos a gozar juntos algumas horas de recreação.


O Segredo de Andar Pelas Colinas


Era agradável andar ao longo da estrada em direção à trilha que queríamos — um riacho borbulhava do outro lado da muralha de pedra à nossa esquerda. Havia bastante atividade num acampamento vizinho. Aguardávamos já por algum tempo nossa longa caminhada, e, durante os meses anteriores, tentamos fazer algumas curtas caminhadas nos fins-de-semana, de modo que nossa filha de oito anos pudesse atravessar vários quilômetros de terreno difícil de se andar. Andar pelas estradas próximas de nossa casa resultou útil em nos fortificar para uma caminhada como a que intencionávamos fazer; seria muito insensato tentar caminhadas ambiciosas e pelos campos abertos sem preparação prévia.
Já agora nossa trilha serpenteava através de pequeno grupo de barracas abrigadas por algumas árvores. Alguns passos mais, por uma porta e nos dirigíamos à charneca aberta. Algumas ovelhas pararam de mordiscar para nos dar uma espiada. As chuvas de inverno tinham cavado valas na trilha de subida, e pedras e rochas soltas constituíam um obstáculo em nosso caminho. Ficamos contentes de contar com o apoio e a garra provida por nossas botas de caminhar. Tais botas dispõem dum solado que se agarra em terreno duro e ajuda a acolchoar os pés. Elas também ajudam a apoiar os tornozelos e são usualmente compradas de tamanho bem grande de modo que se possa usar dois pares de meias a bem do conforto e para se aquecer os pés.
Segundo o mapa que levávamos (na proporção de dois centímetros e meio para cada quilômetro e meio da área), estamos agora a uns 325 metros de altitude, e paramos para breve descanso. O segredo de andar, pelas colinas e seu prazer é andar com certo ritmo, visando colocar todo o pé no chão; e estabelecer um passo bom e constante que mostre consideração pelos membros mais fracos do grupo. Os descansos são certamente necessários, de preferência por curtos períodos em intervalos regulares. O bom pai ou líder dum grupo nas colinas exercerá grande cuidado de não deixar que o grupo se disperse ou se perca. Um pedaço de bombom para cada um, sem se deixar nenhum lixo, e partimos de novo.
Lá bem distante podíamos ver a nítida extremidade do platô e bem no alto André divisou um grupo de rochas de arenito de formato estranho que podíamos usar como marco orientador. Pela experiência, já sabíamos que percorríamos uns quatro quilômetros por hora em terreno difícil e para cada 300 metros de altitude podíamos adicionar meia hora. Pelo mapa, Ana calculou que chegaríamos às rochas em menos de uma hora.


Necessidade de Roupas Adequadas


Atravessamos uma ponte de pedra sobre um riacho e chegamos a uma parte da trilha conhecida como Escada de Jacó — uma escada natural de rocha, que logo nos obrigou a respirar fundo e submeteu à prova os músculos de nossas pernas. Uma vez atingido o alto, estávamos na extremidade do Platô Kinder. Olhando para trás, podíamos traçar nosso caminho e ver o vale, agora remoto. Acima de nós, cantava uma cotovia, e uma brisa fresca destacava a necessidade de roupas adequadas.
Anoraks ou windcheaters (casacos de couro e lã, bem justos nos punhos e cintura e pescoço) são ótimos, em especial com suéteres por baixo. Calças compridas feitas de material quente, e não de brim fino, são ótimas para ambos os sexos. Uma touca ou boné de lã, um chale e luvas podem todos ajudar a manter a pessoa bem aquecida e confortável. Usualmente verifico se todos nós levamos uma suéter extra nas mochilas, mas, esta manhã, não eram necessárias. A temperatura a 600 metros de altitude pode ser uns três ou quatro graus centígrados mais fria do que ao nível do mar. Também levamos uma capa de chuva de nylon para o tempo chuvoso.
Talvez fique pensando em se tudo isto é necessário apenas para se andar. À medida que mais pessoas se dirigem às colinas, os guardas de parques e organizações de socorro destacam que tantas são as pessoas que vão para lá incorretamente trajadas e equipadas. Uma camisa de colarinho aberto, um lindo vestido de verão, sapatos para a cidade — estas coisas não são muito boas quando se escalam altas colinas. As áreas montanhescas são usualmente úmidas, de modo que aqueles dias de tempo ótimo, com excelente visibilidade, são dias muito prezados por aqueles que passeiam pelas colinas.


Equipamento Útil


Uma pequena caminhada agora e chegamos ao grupo de rochas de arenito de formato estranho, que nos forneceu excelente ponto para um piquenique. Alguns sanduíches, um pouco de chocolate e algumas frutas são muito bem recebidos e sustentam a pessoa. Qualquer pequeno bornal servirá para se levar alguns poucos essenciais: roupas extras, alimento, talvez um estojo de pronto socorro. Poder-se-ia levar um apito ou uma tocha, que pode ser usado para se pedir socorro numa real emergência. No entanto, tudo estava indo muito bem hoje, e agora precisávamos planejar nossa próxima parte do roteiro.
Para cruzar o alto do platô a que havíamos então chegado não só era preciso um mapa, mas também uma bússola. À nossa frente se estendia uma área de turfeira, sem características próprias, sem trilhas definidas árvores ou marcos. Resulta ser inestimável, às vezes vital, uma bússola do tipo transferidor, para se atravessar seguramente esta região aberta e outras. Pode-se logo dominar a arte de planejar a direção certa, com a sua ajuda.
Uma vez firmada nossa base, minha esposa apontou para uma elevação à distância, para onde poderíamos dirigir-nos. É bom aprender a confiar na agulha da bússola, ao invés de no instinto — é realmente possível ficar-se andando em círculos! Pusemos os filhos à nossa frente, e caminhamos penosamente através da turfeira cheia de nascentes de água. Logo estávamos resvalando pelas encostas de solo escuro e turfoso dos profundos canais de drenagem que se entrelaçavam pelo nosso caminho. Daí, após laboriosa subida já estávamos do outro lado. Mas, ainda se achava à nossa frente, e cada vez mais próximo, nosso seguinte marco: uma subida que resultou ser pequeno afloramento de rocha. Descemos de novo, e demos a mãozinha à nossa caçula, ao nos empenharmos em atingir uma turfeira mais firme. Sapatos comuns teriam ficado atolados na lama pegajosa. Agora, um amplo leito de riacho jazia à nossa frente, e seu terreno arenoso e a água corrente logo lavaram a lama.
A conversa parou à medida que chegamos a uma massa tombada de rochas amarronadas na extremidade de uma cascata maravilhosa. Era tempo de admirarmos a ampla vastidão aos nossos pés, lá embaixo no passo. As crianças apontaram para as charnecas descampadas para o norte. Bem, talvez outro dia nos aventuremos a ir até lá. Um pedaço de chocolate para nos ajudar a prosseguir caminho, e nova consulta à bússola. A mais de 600 metros de altitude, com céu límpido e tendo apenas um outro grupo à distância como companhia, estávamos em nossa última etapa da jornada.
Uma hora mais ou menos depois, após descer com cuidado pelas rochas tombadas no extremo meridional, voltamos a uma trilha que levava à vila. Ali, uma chávena de chá quente nos revigorou. Os dois filhos mais jovens compraram cartões postais; isso ficaria de lembrança de nossa expedição. Olhei de novo para as elevadas extremidades do platô. Este fora um grande dia. Talvez, mais tarde durante o ano, nas férias, tentaríamos visitar o Distrito dos Lagos. Gozando juntos esta idéia, dirigimo-nos para o carro e voltamos para casa.
Que tal deixar esse carro, trem ou ônibus e aceitar o desafio e a beleza das colinas? Um passo ou dois de cada vez, quando se aventurar pelo campo adentro — e logo aprenderá a andar, segura e confiantemente, pelas colinas.

22/01/70-25

Sem comentários:

OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.