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segunda-feira, 30 de junho de 2008

As maravilhas do inverno


MUITO poderia ser dito sobre as inconveniências do inverno nas latitudes setentrionais, o frio e o gelo, a geada e a neve que ameaçam o homem e outras criaturas com dificuldades e fome. O inverno amiúde traz à memória rodas chiantes de carro, presas em sulcos escorregadiços, motores rangestes que demoram a pegar em temperaturas abaixo de zero, o passo apressado no meio da neve semi-derretida, e do granizo, de dedos, orelhas e pés congelados. Tendo isto presente, poder-se-ia dizer: "O que há de tão maravilhoso no inverno?"
Mas, nem tudo é ruim no inverno, não é? Pergunte quase a toda criança que rola na neve o que ela pensa do inverno. Pergunte à criança que molda um boneco de neve, ou aos jovens que patinam em tanques congelados, ou a adultos que esquiam por encostas de neve fina, ou ao vovô que lê um livro junto a uma lareira ardente. Talvez lhe digam que o inverno é "divertido", "maravilhosa época do ano", apesar de suas durezas.
As maravilhas do inverno, porém, não findam com os folguedos e a distração. As tâmias e marmotas antes barulhentas colocam-se quietamente enroladas em suas tocas bem-abrigadas, dormindo até que chegue o tempo mais quente. Os gansos, os patos e as toutinegras há muito deixaram os arbustos e as árvores desnudas, indo em direção ao sul em busca de sol e calor. Os insetos são imobilizados pelo frio.
Mas, acima e além do lençol de neve há vida. Quando se põe quieta nos bosques ou no fundo do quintal, a pessoa pode ouvir os diminutos chapins pipilando em busca de insetos e sementes. Os pica-paus correm de árvore em árvore em busca de ovos e larvas que jazem dormentes nas fendas das cascas ou seladas em seus casulos sedosos. Robustas gralhas se juntam no alto das árvores. As pegadas na neve revelam que as doninhas, os coelhos, as raposas e os veados saíram em busca de comida. Ouvem-se os tanques congelados fender-se e ranger. Há também o vislumbre de um mundo especial de cristais aquosos reluzentes que se estendem, crescem, estilhaçam, refluem e fluem com surpreendente precisão e austera beleza.
Embaixo do lençol de neve, as folhas caídas e o solo duro, também sob a casca das árvores, sob os degraus da varanda, em depósitos e prédios abandonados, há vida em forma de sementes, ovos, casulos, raminhos, animais adormecidos e raízes latentes, cada um retendo dentro de si a promessa de vida na primavera.
Com efeito, vivo e operando na floresta do inverno, acha-se outro mundo. A uma profundidade de mais de sete e meio centímetros de cada novecentos e vinte e nove centímetros quadrados de chão da floresta podem-se achar organismos que totalizam mais de 100.000.000.000 — cerca de trinta vezes a população humana da terra inteira. Deste total, os animais suficientemente grandes para serem vistos a olho nu constituem apenas 0,000.004 por cento! Estes bilhões de organismos se empenham a fundo em transformar as folhas caídas e outros detritos em gases e substâncias nutritivas que possam mais uma vez ser utilizadas pelas plantas verdes para fabricar alimento e oxigênio. Vinda a primavera, haverá alimento para as árvores e outra vida vegetal. Outra maravilha é o próprio símbolo do inverno — o floco de neve. Estes cristais extremamente frágeis mantêm suas formas hexagonais à medida que caem dos céus cinzentos a centenas de metros. Os flocos de neve são resultados rendilhados do vapor d’água que se forma em redor de diminutas partículas de pó no ar. Ao passo que normalmente não notamos este pó, podemos vê-lo quando captado por um raio de luz solar. Na temperatura correta, quando a molécula de vapor d’água se une a um núcleo de pó, nasce um floco de neve. Assume formas notáveis ao mergulhar em direção da terra. Algumas formas são deleitosamente simples e outras são fantasticamente complexas, mas não há duas precisamente iguais. Alguns cristais de neve formam os desenhos mais lindos do mundo. As belas formas rendilhadas têm sido amiúde copiadas em peças de joalheria e nos padrões de tecidos. "É uma maravilha das maravilhas que a dança das moléculas produza tais desenhos geométricos", afirmou certa autoridade sobre flocos de neve.
Usualmente os flocos de neve caem individualmente, mas se a temperatura estiver pouco acima do ponto de congelamento, talvez adiram ao cair, às vezes formando um floco de uns dez centímetros de diâmetro. Quando cai suficiente neve, uma quantidade incomum de ar é captada dentro dos cristais de neve. Soube-se de homens que sobreviveram por dois dias enterrados na neve sem ficarem sufocados. Por causa de seu potencial de retenção de ar, a neve constitui excelente insultador, retendo o calor nas camadas inferiores do solo e preservando as sementes de se congelarem e as safras hibernais de serem destruídas. Quão útil é esta linda maravilha hibernal!
Outra maravilha do inverno é o gelo! O simples congelamento da água constitui tremendo milagre em seu significado. Segundo todas as regras de comportamento físico, o gelo não devia flutuar. Quase toda substância sólida, líquida ou gasosa diminuirá de volume ao baixar sua temperatura. A água segue esta regra precisamente como gás, e como líquido, durante 96 por cento da escala de temperatura até seu ponto de congelamento. Mas, a 4° Centígrados, algo acontece. Ao continuar o resfriamento, ao invés de contrair-se, a água se expande. As moléculas de gelo parecem captar moléculas de ar em suas estruturas enregeladas, congelando-se em forma sólida a 0° Centígrados, formando blocos de gelo que flutuam, tendo cerca de nove-décimas partes submersas sob a água circundante.
Se não fosse este fenômeno — esta maravilha do gelo flutuante — os mares, lagos e rios do mundo iriam gradativamente congelando-se em forma sólida, privando a terra de sua reserva de água muitíssimo necessária. Mas, como se dá, quando chega o inverno, o gelo se forma e flutua na superfície dos corpos aquosos, formando uma pele insultadora que protege a água embaixo de continuar congelando-se e, assim, salvaguarda as coisas viventes que se acham ali.


*** g70 22/7 pp. 3-4 ***


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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.