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segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A vida entre o "povo" ártico do Canadá



AS FRIAS terras árticas do Canadá ainda são habitadas mormente por esquimós. Afirma-se, em geral, que em algum tempo em priscas eras seus ancestrais cruzaram o Estreito de Bering e se estabeleceram como os únicos habitantes nativos por toda a parte norte da América do Norte, chegando até ao leste, à Groenlândia.
Os esquimós chamam a si mesmos de "innuit", palavra que simplesmente significa "homens" ou "povo". Atingem agora uns 50.000 ou mais, um grande número dos quais vive no norte do Canadá. Trata-se dum povo amigável e hospitaleiro que é conhecido pelo seu bom humor. Falam todos a mesma língua, embora varie um tanto de local para local.
Os "innuit" são geralmente mais baixos do que seus vizinhos brancos do sul, e sua pele é ligeiramente mais escura. Por outro lado, são mais claros do que os índios estadunidenses, com os quais se acham aparentados. Ambos pertencem à raça mongolóide. Os esquimós têm cabelos pretos lisos, olhos enviesados, os ossos das bochechas destacados e rostos grandes. Sua aparência é muitíssimo oriental.
Os esquimós estão fisicamente adaptados para seu clima frio. Por exemplo, sendo de constituição robusta e baixa, retém o calor melhor do que a pessoa alta e magra. Também, possuem grossa camada de carne em sua face.
Até há uns setenta anos atrás, os esquimós foram deixados bem à vontade. Na verdade, baleeiros estabeleceram acampamentos de verão entre eles durante o século dezenove, e até exploradores anteriores e comerciantes de peles mantiveram contatos com eles. Mas, não foi senão neste século que os esquimós mantiveram íntimo contato com o mundo exterior. Assim, em especial desde o fim da Segunda Guerra Mundial, houve acentuada mudança em seu modo de vida. Muitos vivem bem diferente de seus pais e avós, de uma época relativamente recente.



Casas de Neve



Hoje em dia, uma casa de neve se torna algo raro de se ver. Não obstante, os esquimós ainda as constroem, em especial o pequeno iglu para passar a noite, que o esquimó constrói quando ele percorre sua trilha de armadilhas. Dentro de uma hora, pode dispor de um abrigo que o protegerá contra os cortantes ventos árticos. A morada mais permanente leva mais um pouco de tempo para ser construída, mas pode ficar pronta por volta do cair da noite.
O único instrumento exigido para a construção é uma faca longa para cortar os blocos de neve congelados. Quando a casa fica pronta, tem a aparência de um globo cortado ao meio. Mede usualmente de dois metros e meio a três metros de diâmetro, dependendo do tamanho da família. A altura do chão ao ápice varia em média de um metro e oitenta a dois metros e dez centímetros. Em alguns iglus se entra por um túnel que corre parte do caminho pelo lado de fora, de modo que a entrada real para a casa fique completamente protegida do vento.
A família dorme numa plataforma baixa de neve em que se faz uma cama de ramos de salgueiro, então coberta com peles de caribu. Às vezes as peles são estendidas um tanto pelas paredes, e suas extremidades são presas entre duas camadas de blocos de neve. O sistema de aquecimento é simples — um "kudlik", que é pequeno objeto raso, como uma tigela, escavada na pedra. Nele se queima a gordura duma foca ou duma baleia. Não gera muito calor, mas certamente faz falta quando o suprimento de gordura se esgota. Em tempos passados, os enérgicos "innuits" talvez construíssem diversos iglus durante o inverno, se a caça tornasse necessárias freqüentes mudanças.



Provendo um Meio de Vida



A caça e as armadilhas há muito constituem o meio de vida do esquimó. Se a caça era ruim em certa localidade, mudava com sua família toda para um local em que os animais e os peixes eram mais abundantes. Os filhos acompanhavam seus pais na caçada, recebendo treino prático em como se tornar provedores. A baleia, a morsa, a foca, o caribu e o famoso urso polar eram os principais itens da dieta, mas eram suplementados por caças menores tais como aves e peixes. Em geral, a carne era comida seca, congelada ou crua.
A responsabilidade das mulheres esquimós sempre foi a de cuidar das tarefas domésticas e de limpar e preparar as peles para se fazer artigos de vestimenta. A arte de amaciar as peles, de modo que possam ser facilmente costuradas em camisas compridas com capuz, mitenes e botas de pele de foca foi transmitida de mãe para filha por gerações.
Durante o curto período de águas livres, os esquimós fazem um caiaque de pele de foca para pescar e viajar. É suficiente leve para ser carregado em uma só mão, sendo feito de fortes peles à prova d’água, estendidas em uma armação de madeira, pontiaguda em ambas as extremidades. Com remo de pás duplas, pode-se impelir essa canoa através da água a uma velocidade surpreendente. Uma canoa maior construída pelos esquimós é o umiak ou barco aberto. Pode levar mais de uma pessoa e também é feito por se estenderem peles em uma armação de madeira.
O esquimó não raro depende muitíssimo de seus cães "husky", variedade que tem felpudos pêlos exteriores e outra camada de pêlo fino junto da pele, que impede que fiquem "ensopados até à pele". Tais cães têm sido usados para puxar três tipos de trenós. O komatik é o maior, tendo às vezes mais de seis metros e meio de comprimento. Este trenó é usualmente puxado por uma matilha de nove cães, às vezes presos em forma de leque ou aos pares, o cão guia ficando sozinho na frente. Também, usam-se tobogãs com laterais de lona e dois postes de madeira no fundo para orientá-los. São puxados por três a cinco cães. E, ainda outro tipo de viatura é o trenó de cesta. Este é erguido do solo por meio de deslizadores. Colocam-se canos laterais para proteger a carga e dar apoio para as mãos do guia.



Mudanças Modernas



Embora ainda se usem trenós com cães, estão sendo substituídos pelos tobogãs motorizados. Os esquimós estão em grande demanda deles. Com efeito, tornou-se ambição pessoal de muitos possuir um. Mas, esta é apenas uma das mudanças principais no modo de vida dos esquimós modernos.
Ao invés da vida nômade de seus ancestrais, os "innuits" se congregam em povoados junto com trabalhadores brancos, e se empenham em ocupações tais como a mineração, a extração de petróleo, pilotar aviões pelo interior, e assim por diante. Ao invés, assim, de morarem em iglus, muitos moram em casas pré-fabricadas de baixo custo providas pelo governo canadense. Muitas destas casas dispõem de equipamentos elétricos e têm encanamentos modernos e aquecedores de ar comprimido.
Entretanto, a maioria dos esquimós ainda depende das armadilhas e da caça como meio de vida. Mas, visto que os preços das peles são muito instáveis, tais esquimós são incentivados pelo governo canadense a suplementar sua renda por meio de projetos tais como esculturas em pedra-sabão, gravuras em peles de foca e em fabricar o "Ookpik" esquimó, uma boneca de aparência engraçada. Muitos dos "innuits" mostram verdadeiro talento em tais artes.
Não faz muito tempo, a educação dos jovens esquimós se limitava principalmente ao que recebiam dos pais a fim de preparar-se para as obrigações da vida adulta. Tão recentemente quanto a vinte e cinco anos atrás, havia bem poucas escolas regulares no ártico canadense. Mas, agora há suficientes escolas para prover uma educação secular regular para todo rapaz e toda moça.
A dieta dos esquimós ainda consiste principalmente em carne e peixe, mas agora inclui ampla variedade de outros alimentos. Até recentemente, o alimento tinha de ser pedido com um ano de antecedência do sul, e o navio de suprimentos anuais entregava alimentos enlatados e desidratados durante a breve estação de águas livres. Muito embora a massa dos suprimentos ainda seja entregue por navio, há, praticamente o ano todo, comunicações com o mundo do sul por meio dos serviços aéreos. Trazem correspondência e alimentos frescos, às vezes duas ou três vezes por semana, e também tornam possível que as pessoas do norte tenham acesso a outras conveniências modernas.
A introdução de tais alimentos e de melhores serviços de saúde tem servido para aumentar a população "innuit" bem rápido nos últimos anos.




*** g70 22/8 pp. 20-22 ***

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.