DECIDINDO-SE de súbito a ir com um vizinho, um senhor em Brooklyn, Nova Iorque, correu para sua porta da frente quando o carro do vizinho começava a afastar-se. Deixando de ver um cano que alguns trabalhadores colocaram na calçada, tropeçou nele e quebrou a rótula. Anos depois, feriu as costas quando pesada bobina de papel que empilhava numa fábrica caiu sobre ele. Pouco depois, ficou com hérnia por levantar caixas pesadas. E, não muito depois de ficar curado, adquiriu outra hérnia exatamente da mesma maneira. Pelas aparências, pareceria que tal homem se inclina a sofrer acidentes.
Inclinar-se a sofrer acidentes significa sofrer maior número de acidentes do que outras pessoas nas mesmas circunstâncias. É esse o seu caso? Sofre repetidos acidentes, tropeçando em coisas que estão no chão de sua casa, rolando escadas abaixo, caindo de escadas, ferindo-se quando trabalha com instrumentos cortantes, e assim por diante? Por que algumas pessoas parecem ter um quinhão bem maior de acidentes? O que podem fazer para vencer tal problema?
Pode ser-lhes algo de grande preocupação, porque pode influir em seu emprego, além de ser motivo de grande desconforto pelos ferimentos. Os patrões talvez se inclinem a despedi-lo no esforço de reduzir os ferimentos de trabalho.
Inclinar-se a sofrer acidentes significa sofrer maior número de acidentes do que outras pessoas nas mesmas circunstâncias. É esse o seu caso? Sofre repetidos acidentes, tropeçando em coisas que estão no chão de sua casa, rolando escadas abaixo, caindo de escadas, ferindo-se quando trabalha com instrumentos cortantes, e assim por diante? Por que algumas pessoas parecem ter um quinhão bem maior de acidentes? O que podem fazer para vencer tal problema?
Pode ser-lhes algo de grande preocupação, porque pode influir em seu emprego, além de ser motivo de grande desconforto pelos ferimentos. Os patrões talvez se inclinem a despedi-lo no esforço de reduzir os ferimentos de trabalho.
Por Que Alguns Sofrem Mais Acidentes?
É difícil dizer precisamente porque alguns parecem sofrer mais acidentes do que outros. Que os sofrem, contudo, parece ser confirmado pelas descobertas do Professor Hans Hahn, que calcula que 25 por cento da população tenha este problema. Outros pesquisadores acham que o número na força de trabalho vai de 10 a 30 por cento, com este grupo sofrendo de 40 a 60 por cento dos ferimentos resultantes de acidentes.
Vários fatores se acham sem dúvida envolvidos. Um, por exemplo, poderia ser a falta do devido treino para se executar determinada tarefa. O homem ferido pela bobina de papel que caiu sobre ele não recebera o treino correto para cuidar de tais coisas. Ajudava num serviço com que não estava familiarizado.
Uma situação similar pode existir numa fábrica em que um homem é colocado numa máquina sem suficiente treino e supervisão. É mais provável que sofra um acidente do que a pessoa que recebeu treino na maneira correta de trabalhar.
Outro fator talvez seja a capacidade mental da pessoa para certo tipo de trabalho. Talvez não seja apropriada para o trabalho, por ser um tanto vagarosa mentalmente, ao passo que ser alerta e fazer decisões prontas talvez seja algo necessário para a tarefa. Assim, estaria mais propensa a acidentes. Se lhe for dada outra coisa a fazer que seja mais apropriada à sua capacidade mental, talvez sofresse menos acidentes.
O mesmo é verdadeiro sobre a pessoa que não tenha aptidão física para uma tarefa de mover objetos pesados. Talvez se adapte melhor fisicamente a uma tarefa de escriturário e talvez não tenha condições de trabalhar em algo que exija considerável vigor físico. Deixar de reconhecer isso talvez leve a acidentes.
O temperamento nervoso de uma pessoa é ainda outro fator. Talvez seja emotivo ou se perturbe facilmente quando sujeito à tensão nervosa. Se algo simplesmente não vai cem por cento certo, poderia perder sua precaução costumeira e agir de um modo que o fizesse sofrer um acidente.
Como Vencer o Problema
Não é possível delinear uma solução simples, porque há muitos fatores diferentes envolvidos. Entretanto, há coisas que podem ser feitas que ajudem a vencer o problema.
O patrão, por exemplo, pode reconhecer as limitações da pessoa que parece inclinada a sofrer acidentes. Se forem necessários melhor treino e instruções sobre segurança, isso valeria a pena. Poderia aprimorar o registro de segurança de seu estabelecimento, bem como a produção. Ou talvez seja melhor mudar a pessoa para outra tarefa, uma que esteja dentro de suas aptidões.
Quanto à própria pessoa, também precisa admitir suas próprias limitações. Se não gozar de condições físicas para fazer um trabalho que exija levantar pesos, seria sábia se procurasse outro emprego, e assim evitasse possíveis acidentes. Se o tipo de trabalho a colocar sob tensão nervosa e sabe que tem temperamento nervoso ou é muito emotiva, poderia procurar um trabalho diferente. Assim, por reconhecer suas limitações, poderá tentar evitar situações que sabe serem perigosas para ela.
Com freqüência ocorrem acidentes quando a pessoa perde o domínio de si em momentos de tensão emocional. Não é incomum que ocorra um acidente automobilístico quando o motorista está sob tensão, talvez irado com algo. Assim, a pessoa que tende a sofrer repetidos acidentes por ficar facilmente irada ou agitada emocionalmente, faria bem em empenhar-se em desenvolver o domínio de si. Precisa aprender a desperceber coisas que podem fazê-la irar-se.
Observe Situações Perigosas
A fim de evitar acidentes, a pessoa precisa treinar-se a seguir o aviso dado aos automobilistas em alguns cruzamentos ferroviários — "Pare! Olhe! Escute !" Neste caso, poderia Parar! Olhar! e Pensar!
Por se treinar a examinar uma situação antes de agir, haverá mais possibilidades de evitar acidentes. Se o homem mencionado antes tivesse olhado em redor ao sair de casa, sem dúvida teria notado o cano na calçada e não teria tropeçado nele.
Para a pessoa que cultivou o hábito de andar sempre correndo nervosamente, não será fácil treinar-se a olhar e pensar primeiro. Mas, se fizer determinado esforço neste sentido, terá mais possibilidade de não se ferir. Na dor e nos gastos dos acidentes passados, dispõe de amplo incentivo para mudar sua maneira de agir.
Não raro, poderá antecipar o que aconteceria em dada situação. Por exemplo, suponhamos que talvez tivesse assoalhos bem encerados em sua casa. Para usufruir sua beleza, talvez decidisse colocar passadeiras neles. Bem, não pare aí, mas olhe adiante para o que poderia acontecer quando pisa em uma de tais passadeiras quando corre para atender o telefone ou à campainha da porta. O tapete poderia escorregar debaixo de seus pés e provocar grave queda. Considerando tal possibilidade, poderá evitar um possível acidente por colocar certo material em baixo dos tapetes, para evitar que escorreguem.
Em outra situação, a pessoa talvez esteja prestes a acender o forno dum fogão a gás. Se não pensar adiante no que poderia acontecer se o forno estiver cheio de gás, poderia sofrer sério acidente. Poderia explodir no seu rosto. Ao invés de ligar o gás antes de acender o fósforo, deveria ligá-lo depois, de modo que o gás não tenha tempo de acumular-se. Isso mostraria bom raciocínio.
Quando se senta numa banheira de água, a pessoa talvez decida ligar o rádio ou uma tomada de luz. De novo neste caso, precisa parar e perguntar a si mesma: Haverá perigo nisso? O que poderia acontecer se eu tocasse num aparelho elétrico, quando sentado na água? Visto que a água é bom condutor de eletricidade, poderia receber um choque fatal.
Suponhamos que se levante à noite para apanhar algum remédio no armário. Sabendo onde está o frasco, talvez o apanhe sem ligar a luz. Eis aí outra situação perigosa. Precisa pausar por um momento e pensar. Deveria perguntar a si mesmo: "Suponhamos que alguém tenha mudado o frasco e eu apanhe um errado; o que acontecerá então?" Poderia haver sério acidente. O mesmo perigo existe em se tomar remédio de um vidro sem rótulo. Um erro poderia ser facilmente cometido. São armadilhas que provocam acidentes, que a pessoa precisa treinar-se a reconhecer.
Ainda outra situação perigosa é sentar-se num carro parado com o motor em funcionamento e com as janelas fechadas. Algumas pessoas fizeram isso no inverno, de modo a manter-se quente com o calor do carro enquanto esperam alguém. Sem nenhum ar entrando no carro, o que poderia acontecer? O monóxido de carbono pode penetrar no carro e matar os passageiros. Isto já aconteceu muitas vezes.
Situações como estas causam acidentes entre pessoas que não se treinaram para ver as armadilhas que provocam acidentes. Assim como o ato de olhar em ambas as direções antes de cruzar a rua se estabelece na pessoa desde que é criança, de modo que se torna automático, assim a pessoa propensa a acidentes precisa recordar constantemente de parar, olhar e pensar. Precisa ficar continuamente cônscia de sua inclinação a sofrer acidentes, de modo que a precaução se torne hábito.
Ao receber instruções de segurança no trabalho, deve prestar mais do que a atenção usual a elas, lembrando que precisa delas muito mais do que os outros. Quando encontra artigos publicados sobre segurança, faria bem em lê-los cuidadosamente, de modo a ser ajudado a reconhecer situações perigosas, armadilhas que provocam acidentes. Ao ler sobre pessoas que sofrem acidentes, pode observar em especial o que fizeram de errado, de modo a evitá-lo.
Por estabelecer o hábito de parar, olhar e pensar antes de agir, pode automaticamente se tornar cauteloso sob circunstâncias de todos os tipos. Pode poupar-lhe muitos acidentes desnecessários e livrá-lo da desagradável reputação de ser inclinado a sofrer acidentes.
in Despertai de 22/9/70 pp. 12-14
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