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segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Siba, espantosa criatura marítima



TRÊS terra-novenses — Daniel, Teófilo, junto com Tom, de doze anos — pescavam em seu pequeno dóri quando notaram um objeto incomum flutuando ali perto. Por curiosidade, atingiram-no com um croque. Que choque tiveram! Subitamente, as águas borbulharam e surgiu a gigantesca siba, atacando-os com seus tentáculos malhadores, por fim envolvendo-os ao redor do barco e ameaçando virá-lo.
Rapidamente, o jovem Tom apoderou-se da machadinha que usavam para cortar isca e decepou um tentáculo do monstro. Para seu grande alívio, este então abandonou a luta e deslizou de novo para o oceano.
Mas, se não fosse o pedaço do tentáculo que jazia no fundo do barco, é duvidoso que outros pescadores na Baía de Conceição cressem no seu aterrorizante relato. A parte do tentáculo media cinco metros e oitenta centímetros de comprimento e mais de oito centímetros e meio de grossura.
Durante séculos, as pessoas ouviram falar de lendários monstros marinhos de todas as descrições. Pode bem ter ocorrido que alguns destes relatos de arrepiar os cabelos fossem ocasionados pela visão do que os cientistas agora reputam ser o maior cefalópode vivo, a siba. Imagine só ver uma criatura com cerca de dezoito metros de comprimento, tendo oito poderosos tentáculos e dois tentáculos mais longos, ligados a um corpo em forma de bala. Seus olhos são do tamanho de pratos. Seu bico como dum papagaio de sua boca é suficientemente forte para cortar fio grosso. É a maior criatura da terra desprovida de espinha dorsal.

Descoberta Moderna

Embora se possa encontrar moluscos cefalópodes em todo oceano, havendo mais de 300 espécies diferentes, a espécie siba vive em profundidades de 450 a 900 metros. Não é de admirar que raramente seja vista pelo homem! Embora antigos registros falem de marinheiros terem visto e até mesmo capturado estes gigantes marinhos, tais incidentes foram comumente desacreditados pelos cientistas até há um século atrás. O ceticismo foi causado até certo ponto por estórias fantasiosas.
Os cientistas puderam observar bem pela primeira vez a Arqui, a Siba, como poderíamos chamá-la, na década de 1870. Por algum motivo desconhecido, possivelmente devido às mudanças oceânicas, muitas vieram à superfície na costa do Canadá. Foram vistas e algumas foram capturadas. Daí, em novembro de 1873, apenas um mês depois de os três pescadores terra-novenses quase serem afogados por uma, uma siba foi capturada e examinada criteriosamente. Revelou ser um espécimen de nove metros e setenta.

Gigantescos Tentáculos com Ventosas Articuladas

Por causa de seus tentáculos compridos, como serpentes, muitos pensam que a siba é uma espécie de polvo. Mas, não é. Há muitas diferenças. O polvo possui corpo redondo, bolsudo, com oito tentáculos. Os maiores talvez cheguem a pesar quase trinta quilos e os tentáculos estendidos chegam a cerca de três metros.
Agora, visualize a siba. Tem dez vezes o tamanho do maior polvo. Seu corpo cilíndrico tem cerca de quatros metros e meio, não tendo apenas oito, mas dez dos mais terríveis tentáculos imagináveis. Oito destes tentáculos podem estender-se até a três metros e setenta. Além disso, possui dois tentáculos com pontas cheias de ventosas que podem estender-se por de doze a quinze metros!
Os tentáculos também dispõem de filas de discos de ventosas, erguidos em pedúnculos curtos e flexíveis que permitem que as ventosas se articulem em qualquer direção. E, dependendo da espécie, tais ventosas podem ter dentes pontiagudos ao redor das extremidades ou garras que podem ser recolhidas ou estendidas a bel prazer. Que ótimas são para apanhar e segurar uma refeição em potencial que tenha pele escorregadiça!

Corredor a Jato

Ao passo que o polvo se arrasta pelo fundo do oceano e vive em fendas, Arqui, a Siba, pode ser encontrada a nadar no alto mar. Usando duas nadadeiras ao longo dos lados de seu corpo, pode navegar num cruzeiro desapressado. Mas, quando deseja ir depressa a algum lugar, vai a jato! Em algumas espécies, o empuxo deste jato é suficiente para lançá-lo fora d’água e a trinta metros no ar. Como isto é possível?
O manto detém o segredo. O manto se compõe de pele grossa e músculos que não só protegem os órgãos vitais da siba, mas também lhe fornecem a propulsão a jato. Quando os músculos no manto se descontraem, a água entra por meio duma fenda paleal do pescoço e enche grandes cavidades internas. Daí, quando o manto se contrai, fecha-se a abertura e força-se a saída da água sob alta pressão por meio de uma passagem semelhante a um funil embaixo da cabeça. Por mudar a direção deste “injetor”, a siba pode conseguir instantâneo empuxo invertido, movendo-se para frente ou para trás sem se virar.
Se atemorizada, os nervos incomumente grandes da siba provocam espontânea geração de energia que a impulsiona à alta velocidade em questão de instantes. Estas fibras nervosas, que são cem vezes maiores que as do homem, são tão sensíveis que, quando a siba se vê ameaçada, um impulso nervoso parte simultaneamente para todas as partes do manto. Reagindo com tremenda força, os músculos se contraem, criando poderoso empuxo como o dum jato.

Outro Equipamento Incomum

A siba é, literalmente, o sangue azul do mundo marinho. Seu sangue tem coloração azulada por causa dum composto de cobre nele. Quando se vê desprovido de oxigênio, é impulsionado pelas guelras por dois corações, bombeando-o cada um a uma guelra. Daí, um coração sistêmico serve para bombear o sangue fresco pelos tecidos. Assim, a siba tem realmente três corações! Os órgãos desta viva máquina a jato fornece maravilhoso testemunho da obra-prima do Criador.
Arqui e seu cônjuge se acham, cada um, equipados com uma bolsa de tinta. Esta libera grandes quantidades de fluido negro para camuflagem, lançando uma mancha colorida aproximadamente do tamanho da siba para confundir os perseguidores. Uma submarina “cortina de fumaça”!
Ajudando também a siba a confundir os atacantes, há pequenas células cromatóforas que lhe fornecem a habilidade de mudar de cor. Tais células são tão eficientes que podem imitar de perto a cor do fundo, até mesmo fazendo com que uma onda colorida flua pelo corpo da siba à medida que nada de um ambiente para outro.
Gigantescos, deveras, são os olhos deste surpreendente monstro marinho. Talvez cheguem a atingir trinta e oito centímetros de diâmetro, o que é maior do que algumas bolas de praia. Os olhos da Sra. Siba são surpreendentemente similares ao olhos humano. Ambos possuem pálpebras, córneas transparentes, camarás anterior e posterior, retinas, cristalinos, células em forma de bastonetes que permitem as imagens preto e branco e células em forma de cone que registram as impressões de cores. A semelhança estrutural é tão notável que o Dr. N. J. Berrill, famoso biólogo, comentou: “Penso que, se pedisse a qualquer zoólogo que selecionasse a característica mais surpreendente em todo o reino animal, as probabilidades seriam, diria ele, não o olho humano, que sob qualquer aspecto é um órgão surpreendente, quase inacreditável, nem o olho da siba, mas o fato de que estes dois olhos, o do homem e o da siba, serem semelhantes em quase todo pormenor.” Os 100.000 receptores por milímetro quadrado no olho da siba fazem com que seja possível ver até os mínimos detalhes.

Questões de Tamanho

Muitos ficam pensando em quão grandes estas sibas realmente se tornam. A maior já examinada foi encontrada na Baía de Lyall, Nova Zelândia, e media dezessete metros e quarenta de comprimento. Mas, apenas doze espécies diferentes de sibas foram classificadas, e é possível que existam outras maiores. Com efeito, algumas evidências sugerem isto.
Por exemplo, os cachalotes vivem quase que exclusivamente de moluscos, desde as espécies menores até às maiores. Muitos destes enormes cachalotes, pesando cinqüenta toneladas, apresentam profundos talhos de seus encontros com a siba. Não raro, sua pele está pontilhada de cicatrizes circulares que medem de seis a dez centímetros de diâmetro. Foram aparentemente infligidas pelas ventosas dos tentáculos da siba durante horrendas lutas submarinas, visto que tais Cicatrizes são aproximadamente do tamanho dos discos de ventosas duma siba de quinze metros.
Mas, se o tamanho da ventosa for proporcional ao tamanho da siba, então os oceanos talvez contenham alguns gigantes verdadeiramente espantosos. Por que? Porque algumas destas cicatrizes medem quarenta e cinco centímetros de diâmetro! Em comparação, uma siba com ventosas de quarenta e cinco centímetros teria cerca de sessenta metros. A existência de tais gigantescas sibas jamais foi confirmada, e é verdade que tais grandes cicatrizes poderiam ter resultado de as ventosas esticarem a pele elástica do cachalote. Não obstante, um escritor de viagens do século dezenove afirmava ter visto um tentáculo de siba que era tão grosso quanto o corpo dum homem e que tinha ventosas do tamanho dum pires.
Sem dúvida, com o tempo, muito mais será conhecido sobre a siba e os mistérios que cercam esta dinâmica e espantosa criatura marítima.

in Despertai de 8/4/1971, pp.5-11

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.