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quarta-feira, 30 de junho de 2010

A música de muitos países


TEM-SE dito muitas vezes que a música é uma língua internacional. Prova disso é a música folclórica do mundo. O prazer de ouvi-la não se limita ao país de sua origem. As pessoas podem apreciar e amiúde apreciam ouvir a música de países além da do seu próprio. Familiarizar-se com a música de outros países pode ser deleitoso.

Se chegasse a viajar a todas as partes de nossa terra, verificaria que cada nação ou grupo de pessoas tem suas próprias canções e danças características. Cada uma contribuiu seu próprio “sotaque” à “língua” da música. E este “sotaque” é em geral tão distintivo que a pessoa pode dizer o país em que certa canção ou dança se originou, assim como em grande parte se pode dizer a nacionalidade de um estrangeiro por seu sotaque.

Grande parte da música folclórica não foi composta por compositores profissionais. Algumas delas já existem por milhares de anos. Em priscas eras, as melodias eram compostas por pessoas inclinadas à música e estas eram transmitidas de geração para geração. A letra das canções tratavam do amor, da paz, da guerra, do beber, de personagens fictícios e de incidentes engraçados. E as pessoas dançavam segundo as melodias, cada grupo desenvolvendo seu próprio estilo.

Assim, quando as pessoas se reuniam em ocasiões sociais nos mercados do povoado, nos lares ou em torno das fogueiras dos acampamentos, cantavam e dançavam a música que fora transmitida de seus antepassados. Naturalmente, a topografia e o clima de seu país, bem como sua história, seu idioma, seus costumes e seu temperamento ajudaram a moldar suas canções e danças. E são essas coisas que dão à música folclórica de cada grupo aquele “sotaque” peculiar que a identifica como pertencente a eles.

Música da Europa

Grande parte da música mais grandiosa do mundo ocidental foi produzida na Europa. Desde o século dezessete, vários compositores musicais de renome escreveram grande quantidade de música tanto para instrumentos como para canto. Sua música orquestral exigia muitos instrumentos de corda, bem como os de sopro e percussão. Seus belos concertos apresentavam um instrumento de solo com uma orquestra de acompanhamento. E havia obras comoventes que exigiam um grande coro de vozes junto com uma orquestra.

A Europa é conhecida pelas suas óperas. Ao passo que a peça é encenada no palco, com cenários e trajes, a apresentação se torna mais comovente porque as palavras são em geral cantadas ao invés de faladas. Uma orquestra que acompanha os cantores acrescenta um efeito dramático. As operetas como as óperas, têm enredos, mas são mais leves e a música é alegre.

Os oratórios começaram nesta parte do mundo. Estas composições tratam em geral da história bíblica. Não se usam acessórios de palco nem trajes. Os solistas cantam as várias partes, e se empregam um coro e uma orquestra. G. F. Handel escreveu grandes oratórios bíblicos que tratam de José e seus irmãos, a libertação de Israel do Egito, Josué, Débora, Jefté, Sansão, Saul, Salomão, Atalia, Baltazar e a queda de Babilônia, Ester e o Messias.
Às vezes esses compositores desenterraram o tesouro da música folclórica européia. Usavam por inteiro uma melodia folclórica ou compunham uma melodia que tinha as características distintivas da música folclórica de uma nação. No início de sua composição, não raro indicavam que era no estilo da música de certo país.

No que diz respeito à música folclórica da Europa, a mais distintiva é a da Espanha. A ocupação moura deste país desde o oitavo até o décimo quinto século E. C., bem como os ciganos, deixaram sua impressão na música da Espanha. Talvez nenhum outro povo tenha tantas espécies diferentes de danças como têm os espanhóis, contudo aquele “sotaque” espanhol de vitalidade é evidente em todas elas. Contribuindo para este “sotaque” figuram os instrumentos usados pelos seus músicos folclóricos, a saber, a guitarra, o tamborim e as castanholas com seu som repicador.

Poder-se-ia dizer que a música ocidental da Europa encontra um representante básico entre os alemães. Destaca a escala maior de sons animados e é rica em harmonia. A música italiana é em geral mais melodiosa do que a alemã, e é muito mais leve. A música folclórica dos franceses também é muito melodiosa; porém, o realce em sua música é dado em geral mais sobre o ritmo.

O sabor oriental na música européia é especialmente evidente na da Rússia. Isto bem que se poderia dever aos mongóis que invadiram aquele país no décimo terceiro século. Também, as privações que o povo passou sob os czares despóticos sem dúvida ajudaram a dar à música russa seu tom menor e triste. Ademais, os longos e frios invernos ali contribuíram para este “sotaque” melancólico.

A música escandinava, poder-se-ia dizer, se situa um tanto entre a dos alemães e a dos russos. A música finlandesa parece ter um toque oriental em torno de si. No entanto; muitas melodias folclóricas da Dinamarca e da Holanda são bem similares à música folclórica alemã. A música folclórica polonesa revela tanto a influência russa como francesa.

Atualmente, são em geral os europeus que vivem no interior que não só escutam mas cantam e dançam sua música folclórica. Os que vivem nas cidades são mais inclinados a ir às salas de concerto e a ouvir a música pelo rádio.

Aquele “Sotaque” Latino-Americano

A música latino-americana é uma combinação de música espanhola, Africana e, dependendo do país, de música índia nativa. Nesta música, a influência Africana se notabiliza em especial no maior uso de tambores, o forte realce no ritmo e na variedade de ritmo. Exemplos destas características se encontram em danças tais como a conga, a rumba, o samba e o beguine. Nessas danças, bem como em outras, o ritmo se acha vivamente definido, sendo realçado por tambores e outros instrumentos de percussão. É esta qualidade que torna esta música tão contagiante e move a pessoa a querer dançá-la.

Entre os latino-americanos há muitos que gostam de ter música o tempo todo — e alta. Assim, não é incomum ouvirem música pelo rádio o dia inteiro e freqüentemente até tarde da noite, com o volume aberto no máximo. Os bares com vitrolas automáticas e as lojas com rádios aumentam o som que pode ser ouvido por boa parte da vizinhança. Em assuntos sociais, talvez se contrate uma banda, ou um fonógrafo ligado no volume máximo talvez forneça a música. Naturalmente, as preferências variam. Em algumas regiões, as pessoas pegam um violão ou um acordeão e produzem a sua própria música, cantando ou dançando juntas.

A Música da África

A música africana é usada principalmente para acompanhar o canto e a dança. Há diversos estilos de cantos prevalecentes neste continente. Em algumas regiões é nasal; o canto é agudo, tendo linhas melódicas de grande beleza, cuja música é em geral sem harmonia. Os ritmos acompanhantes não são muito complicados. Daí, há, em certas partes da África, o canto à viva voz de melodias simples. Nestas a harmonia também se acha incluída. Neste caso, os ritmos são muito complexos, de fato, usando-se amiúde diversos ritmos ao mesmo tempo. O ritmo é o elemento mais distintivo de grande parte da música folclórica da África.

Um jornal da Tanzânia, África, trazia uma refutação da acusação de que os tanzanianos nada tinham a ver com a música moderna “soul” ‘porque é ocidental e decadente’. Ao contrário, o escritor argumentou: “Soul é uma dança que se originou na África. . . . Os pretos desenvolveram a soul, no seu estado atual, de seus espirituais negros.” Segundo este escritor, “nenhum artista branco pode cantar soul como um preto”.

Os principais instrumentos musicais Africanos são os tambores. Amiúde estes são apenas instrumentos cilíndricos com uma pele numa das extremidades. Entre outros instrumentos populares entre os nativos da África se acham o xilofone, os arcos musicais, as harpas e instrumentos de sopro tais como as flautas de taquara e as cornetas de chifres de animais.

A Delicada Música do Oriente

Entre os orientais, há tantas espécies diferentes de música quanto há nações. Acima de tudo o mais, a música desta parte do mundo se distingue pela sua delicadeza. Talvez pareça bastante estranha aos ouvidos ocidentais porque usa quartos de tons e diferenças de tom ainda menores. Quanto aos seus ritmos, alguns são bem mais complicados do que qualquer ritmo encontrado na música ocidental. De modo geral, a música oriental desconsidera os acordes e a harmonia. Os concertos são dados na maioria por solistas com seu acompanhador, ou por grupos de três, antes que por grupos de cem músicos, conforme abrange a orquestra sinfônica ocidental. A música oriental é altamente desenvolvida na Índia.

A música folclórica do Oriente é bem diferente de sua música cultural. No entanto, a música cultural é mais representativa e melhor conhecida. Os artistas da música clássica indiana têm de ser compositores, bem como executores. A improvisação (mas só segundo certas regras) é a principal realização do executor.

Crê-se que a música oriental tenha influência nos destinos das pessoas e está intimamente relacionada com sua religião, suas filosofias e até mesmo com a magia. Os instrumentos usados no Oriente incluem instrumentos de corda como a cítara, que são tangidos com um pedaço de marfim ou de metal chamado plectro e várias flautas do tipo de taquara, bem como diferentes espécies de tambores.

O Dialeto Musical dos EUA

O que é a música folclórica norte-americana? É uma amálgama de muitos tipos de música, assim como sua população é uma amálgama de pessoas de diferentes nacionalidades. Não há dúvida sobre a influência básica européia. Os variados “sotaques” da música folclórica da Europa aparecem em muitas canções e danças norte-americanas. Até mesmo podem-se ouvir vestígios de orientalismo ali e acolá.

Proeminente é a influência negra, representada no espiritual negro, nos “blues” e no jazz com sua nitidamente definida síncope ou realce na batida que liga um tempo fraco com um tempo forte ou parte forte de um tempo do compasso seguinte, e uma certa espécie de harmonia que emprega o que é conhecido como acordes de si bemol. A música negra norte-americana derivou sua principal inspiração da África, conforme mencionou o escritor tanzaniano citado antes.

Nas cidades grandes norte-americanas os amantes da música vão aos salões de concerto para ouvir execuções musicais de orquestras sinfônicas como fazem os europeus. E apinham tais salas para ouvir e ver músicos e executores folclóricos da Rússia, África, México, Índia, Filipinas e outros países quando tais viajam para os EUA. Em suas horas de lazer, muitos ouvem gravações de todos os tipos de música em sistemas estereofônicos de reprodução de som ou em transmissões de rádio em FM.

Atualmente, a forma principal de música popular norte-americana é o “rock ‘n’ roll”. Gravações dela são vendidas aos milhões. De fato, a gravação de música séria nos EUA encara uma crise, visto ser feita com perda financeira, ao passo que a música rock ‘n’ roll é imensamente popular.

Basicamente, pode-se dizer que o rock ‘n’ roll é forte no ritmo mas fraco em atrativo melódico. Este ritmo, conjugado com sua letra, agrada aos jovens rebeldes. Muitas de suas canções incentivam o vício de entorpecentes. E tem-se demonstrado que esta música também desempenha papel proeminente na imoralidade sexual. Não só nos EUA, mas em muitos países os jovens ficaram inflamados de paixão com sua batida insistente.

A música norte-americana também inclui a chamada música “Western” ou de vaqueiro, um tipo de música folclórica distintivamente norte-americana. Desenvolveu-se junto com a colonização da parte oeste dos EUA. Os assuntos de suas canções retratam o modo de vida do vaqueiro do oeste, bem como a história desta região. Esta música tanto para cantar como para dançar é imensamente popular.

O gosto de alguém em matéria de música depende em grande parte do ambiente em que foi criado e o tipo de música a que ficou exposto. Mas, se a pessoa parar o suficiente para ouvir algumas das músicas de outros povos, verificará que tem características fascinantes. E notará que reflete as coisas interessantes sobre o modo de vida das próprias pessoas que vivem em outras partes do mundo.

in Despertai de 22/9/1971 pp. 9-12

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.