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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Excursionando pelo laboratório químico intestinal



ACOMODE-SE em sua poltrona, acompanhe-nos numa excursão imaginária num dos laboratórios químicos mais interessantes do mundo. A excursão é grátis e altamente educativa. Não tomará muito de seu tempo — apenas uns dez a vinte minutos, dependendo de quão rápido possa assimilar a informação.

O homem projetou muitos tipos de laboratórios químicos automáticos e semi-automáticos para processar e refinar toda gama de matérias-primas. Mas, nenhum se igualou a este laboratório que visitará. A simplicidade de seu traçado, e contudo a complexidade das muitas reações que ocorrem simultaneamente, conjugadas com sua alta eficiência, sua automanutenção, e sua automatização quase perfeita são coisas com as quais os bioquímicos nunca deixam de maravilhar-se.

Este incomum laboratório químico situa-se em seu próprio abdômen. Consiste num tubo que tem quase nove metros de comprimento, e com propriedade tem sido denominado “o tubo da vida”.

Naturalmente, devido à sua natureza, não podemos realmente percorrer este laboratório químico para examiná-lo, mas se observar os diagramas a sua frente, o levaremos numa excursão visual.

Ao iniciarmos nossa excursão, note por obséquio que a primeira parte deste laboratório é conhecida como o intestino delgado. Possui um diâmetro que varia de dois e meio a três e oitenta centímetros, e um comprimento de cerca de sete metros. Isto parece dar-se com todos os adultos, não importa a sua altura ou peso. Mais adiante examinaremos a segunda parte deste laboratório químico — o intestino grosso. É bem denominado porque tem um diâmetro médio duas vezes maior do que o do intestino delgado. Este tubo maior mede entre um metro e meio a um e oitenta de comprimento. E pense só nisso: a construção que abriga este inteiro laboratório químico tem menos de 0,0094 metros cúbicos em tamanho! É interessante, também, que as paredes desta construção podem expandir-se para acomodar as pressões de gases que talvez dilatem as seções dos tubos do laboratório ao dobro de seu tamanho — em diâmetro e não em comprimento.

Seus Componentes

Examinemos agora os ‘encanamentos’ deste laboratório químico. Não são feitos de metal, mas de elementos orgânicos, flexíveis e dilatáveis, de carne e sangue, consistindo em quatro capas ou camadas. A camada externa é uma membrana fina, na verdade uma extensão do peritônio ou revestimento interno do abdômen. A seguir temos a segunda capa; e note quão incomum é. Consiste em duas camadas de fibras, a exterior se estendendo longitudinalmente e a interna sendo circular. As fibras que se estendem longitudinalmente exercem um tipo de pressão sobre o conteúdo do tubo, ao passo que as fibras circulares aplicam outra espécie de pressão. As duas camadas são programadas de modo que a sua atividade seja coordenada. Não há confusão ou desarmonia de funcionamento, e não precisamos dirigir as operações. Que digam o que quiserem da automatização! O Projetista desta máquina, o Criador, certamente já a produzira primeiro!

A terceira capa consiste em tecido conjuntivo areolar ou de constituição frouxa que liga a capa muscular com a capa interna. A mais importante de todas é essa quarta capa, a mais interior, que examinaremos agora. Trata-se duma membrana mucosa que forra a parte interna do tubo. Esse revestimento é especialmente importante no Intestino delgado. Por quê? Porque nele a camada interna está equipada para lançar sucos digestivos no tubo por um lado, e, por outro lado, está equipada com a habilidade de absorver os elementos nutritivos digeridos, enviando-os à corrente sangüínea onde alimentam todas as células do corpo.

Sua Atividade Química

Mas, antes de prosseguirmos nesta excursão, eis algumas palavrinhas sobre o estômago e sua relação com o intestino delgado. Muitas pessoas têm idéias errôneas quanto ao papel que o estômago desempenha na digestão dos elementos alimentares e na absorção das substâncias nutritivas digeridas. O estômago só começa a digerir as proteínas e não faz quase nada quanto aos carboidratos (os amidos e açúcares) ou as gorduras. A absorção no estômago parece limitar-se a quantidades mínimas de açúcar e álcool. De fato, algumas pessoas passaram muito bem mesmo tendo grande parte de seu estômago removida. Em tais casos, este maravilhoso laboratório químico se acomoda automaticamente às novas circunstâncias — o intestino delgado expande a sua parte inicial a proporções de uma bolsa e assim consegue, com efeito, substituir o estômago.

A função do estômago é preparar o alimento que recebe para que se torne próprio para mais processamento nos intestinos. Tanto por ação química como mecânica, decompõe as partículas alimentares até que se tornam algo parecido a uma sopa de ervilhas cinzentas meio grossa chamado “quimo”.

Em intervalos regulares, e automaticamente, o estômago espreme parte deste quimo através de sua válvula inferior (tem também uma válvula superior). Agora dê uma olhada nesta válvula inferior do estômago; impede que o quimo nos intestinos volte para o estômago. Devido a que a quantidade de sucos digestivos adicionados à massa alimentar neste laboratório químico é mais ou menos igual aos elementos nutritivos absorvidos e lançados na corrente sangüínea, o quimo mantém quase a mesma consistência ao se mover através dos sete metros de intestino delgado.

Neste laboratório químico não só se fornecem sucos digestivos através da camada interna do intestino, mas também se recebem sucos digestivos de duas outras fontes. O fígado, por meio de um tubo, supre a bílis para decompor as gorduras. E o pâncreas, por meio de dois tubos, supre basicamente três tipos de enzimas. Estas são para a digestão das proteínas, carboidratos e gorduras. Certas glândulas neste laboratório químico servem para neutralizar a acidez do quimo recebido do estômago. Sim, a tarefa executada pelo estômago requer um meio ácido, ao passo que a executada no intestino delgado exige um alcalino.

Depois de o alimento ser digerido, precisa ser absorvido. De fato, a digestão e a absorção ocorrem ao mesmo tempo sem uma interferir com a outra. A absorção se efetua por meio destas diminutas protuberâncias cônicas que vê no revestimento interior deste tubo. Agem como bombas de sucção. Por meio delas, os elementos proteínicos e os carboidratos vão diretamente para o sangue. As partículas digeridas de gordura, porém, entram primeiro nos linfáticos, e dali vão para a corrente sangüínea.

Por volta do tempo em que o quimo já foi plenamente digerido e quase todos os seus elementos nutritivos já foram absorvidos, a massa alcançou o fim da primeira parte deste laboratório químico, o fim dos sete metros. Mas, nossa excursão não termina aqui, pois uma válvula então se abre, dando passagem à esta massa semelhante a uma sopa de ervilhas para a primeira parte do intestino grosso, conhecida como o ceco, que pode observar agora. À medida que a massa se move através do intestino grosso, a água e vários elementos minerais são absorvidos. Há considerável atividade bacterial aqui. Para a boa saúde, esta ‘flora’, como é conhecida, é absolutamente essencial.

A Ação Mecânica

Para que a massa alimentar seja digerida e absorvida, e para que viaje desde o início até o fim através deste laboratório químico, é preciso mais outra coisa além da gravidade. É preciso ação mecânica. É aqui que entram em cena as duas camadas de músculos anteriormente descritas. Produzem basicamente dois tipos de ação: mistura e propulsão. Assim que um pouco de quimo passa do estômago para o intestino delgado, começam contrações rítmicas — automaticamente. Em distâncias regulares de um para o outro, feixes circulares de fibras musculares começam a contrair-se e assim dividem o quimo em segmentos. Daí, esses músculos relaxam e outros, situados a meio caminho entre os que acabaram de relaxar, se contraem. Desta forma, metade de cada segmento anterior se torna parte de um novo segmento, com o resultado de que novas superfícies do quimo ficam constantemente expostas às ações químicas e às superfícies absorventes dos intestinos. Estes músculos circulares continuam a contrair-se e descontrair-se, em condições normais, de sete a dez vezes por minuto por cerca de meia hora seguida, tudo automaticamente. E daí?

Daí, o outro conjunto de músculos entra automaticamente em ação. Por uma lenta peristalse, o quimo é levado adiante, e nunca para trás. Depois de o quimo ser levado adiante por certa distância, a peristalse cessa automaticamente e a “segmentação rítmica”, conforme a chamam alguns, reinicia. O quimo leva de duas a quatro horas para percorrer os sete metros de comprimento da primeira parte deste laboratório químico. De novo, periodicamente, a válvula que guarda a entrada para o intestino grosso se abre. A seguir, por meio de vigorosa ação peristáltica, toda automática, como é natural, o quimo, então praticamente desprovido de elementos nutritivos, é empurrado para o cólon ou intestino grosso.

Agora observemos o que se passa no cólon. Daqui em diante, ao ser aliviada do excesso de umidade, mais ação peristáltica força a massa através do cólon. Primeiro vai para cima, daí transversalmente, e então para baixo, no abdômen, até o tempo de soar o sinal de que deve ser expelida do corpo. Esse sinal é dado pelo hipotálamo no cérebro. É um sistema surpreendente, não é?

Por fazer essa excursão hoje, está agora em posição de entender melhor como cuidar de seu próprio laboratório químico intestinal.

Quando Algo Vai Mal

Se se pudessem evitar coisas tais como úlceras, infecções de vírus ou amebas parasíticas, e a temível doença do câncer, raramente dá-se algo de errado com este maravilhoso laboratório digestivo durante a maior parte da vida da pessoa. Desde que, naturalmente, essa pessoa coma de modo correto, faça exercício adequado e durma o suficiente, e tenha controle sobre suas emoções.

Um dos problemas mais comuns que muitas pessoas têm é com gases ou flatulência. Pode ser causada por alguma enfermidade séria ou simplesmente ser devida a puro nervosismo. Mas, também poderia ser devida a hábitos impróprios de comer ou à ingestão de certos alimentos que são propensos a causar gases, tais como os da família do repolho e certos legumes.

Outro problema que muitas pessoas têm, especialmente as empenhadas em ocupações sedentárias, é a prisão de ventre. Nesse caso, novamente, a dificuldade talvez se deva a maus hábitos de comer, a não se ter uma dieta equilibrada, ou a não se beber suficiente água para que este laboratório químico funcione corretamente. Comer alimentos integrais e bastantes frutas, em especial ameixas e figos, e vegetais folhosos, talvez resulte útil. Daí, novamente, para casos agudos, alguns talvez prefiram obter remédios da farmácia.

Às vezes, algo sai errado com este laboratório químico e o resultado é exatamente o contrário da prisão de ventre, a saber, a diarréia. Isto talvez se deva à intoxicação alimentar, infecção virosa ou a hábitos insensatos de comer. Um simples remédio comprovado pelo tempo é chá preto sem mais nada. Outro remédio é a polpa de maçã, crua ou cozida, sem mais nada. Alguns acharam útil suco de uva não-adocicado. E há outros remédios.

Visto que o apêndice é parte deste laboratório químico, há também a possibilidade de apendicite, provavelmente a mais freqüente doença grave do trato intestinal. Quanto mais moderados e sadios forem os hábitos de vida da pessoa, mais regulares e normais serão os movimentos do intestino, e menor será a probabilidade de que o apêndice dê problema.

Mostrar Apreço

Os biólogos gastaram muito tempo estudando este laboratório químico intestinal, especialmente sua parte inicial, e há ainda muitas coisas que não entendem. Mas, desta breve excursão aprendemos algumas coisas interessantes. Uma coisa é certa — a automatização e a programação de várias ações químicas e mecânicas, trabalhando juntas em perfeita coordenação, nunca poderiam ter surgido pelo acaso cego.
Mostre, então, apreço pelo seu laboratório químico intestinal. Em primeiro lugar, não coma demais. É melhor levantar da mesa sentindo que poderia ter comido mais do que sentir-se empanturrado. Quando come demais, coloca uma carga extra sobre o coração, fígado, rins e outras partes de seu corpo, bem como sobre este laboratório químico intestinal. Comer mais do que necessita talvez também resulte em excesso de peso, que tem as suas próprias desvantagens.

Há também o fator psicossomático já aludido. Não tenha pressa ao comer, mantenha uma disposição mental alegre. Por que empenhar-se em contendas familiares à mesa do jantar ou recontar todas as provações e desapontamentos do dia?

Emoções prejudiciais tais como preocupação, ira e temor consomem muita energia e talvez causem estragos aos processos automáticos em seu estômago e intestinos. Conforme bem se disse: “Aquilo que ‘consome você’ pode causar-lhe mais dano do que aquilo que você consome.” É um provérbio verdadeiro que a disposição alegre é como bom remédio, mas o espírito abatido mina a força do homem.

Nosso Criador, o Projetista do laboratório intestinal, fez um excelente trabalho ao produzir este ‘tubo da vida’ em que ocorrem admiráveis funções químicas e mecânicas. Mostre apreço por ele e pelo restante de seu corpo por meio de hábitos de vida sábios. Por assim fazer, terá um mínimo de desconforto e problemas e terá mais probabilidade de gozar boa saúde e anos de vida. Quanto a nós, foi um prazer conduzi-lo nesta excursão pelo laboratório químico intestinal.

in Despertai de 22/9/1971 pp. 16-20

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.