Brandus dream list

Mensagens populares

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Bonsai — as admiráveis árvores anãs




VIAJÁRAMOS uns cinqüenta quilômetros da cidade de São Paulo para ver o que os japoneses chamam de “Bonsai”. Enquanto tomávamos chá trazido pela esposa do cultivador, expressamos surpresa quando nos disse que algumas de suas quatrocentas árvores anãs tinham trinta anos de idade.

Numa longa mesa havia alguns pinheirinhos que tinham a aparência idosa, assolada pelo vento. Em outras prateleiras, sobressaíam árvores isoladas em vasos rasos. A descrição que lhes parecia apropriada era: “Árvore solitária numa campina.” Outras pareciam secas, com galhos vergados, evidentemente se debruçando sobre um penhasco imaginário. Duas outras cresciam de um mesmo toco; “as gêmeas” como eram chamadas. Outra tinha altas raízes expostas, agarrando-se firmemente a um barranco de rio em que a água tinha quase que desgastado o solo, ou algo parecido.

No caso de algumas, o fascínio reside na propagação das raízes, ao passo que em outras é a distribuição dos galhos, a aparência do tronco, das folhas ou flores. Às vezes, um pouco de musgo ou alguns pedregulhos são tudo o que se precisa para adicionar um toque de cenário real.

Um caquizeiro de vinte anos com frutos de tamanho natural atingia apenas 60 centímetros de altura. E uma laranjeira ainda menor e diversas ameixeiras atraíram nossa atenção.

Grupos de árvores similares ou diferentes sugerem uma floresta. E as que crescem numa rocha simulam árvores ananicadas pela tempestade e pelo vento constantes num precipício montanhoso. De fato, há alpinistas que arriscam a vida na tentativa de deslocar árvores anãs reais de posições precárias em penhascos e rochas expostos às intempéries.

Quem teve a idéia de reduzir árvores normalmente grandes a este tamanho minúsculo? — era o que queríamos saber. Soubemos que um dono de um templo japonês chamado Honen Shonin, no século doze de nossa Era Comum, segundo se afirma, produziu árvores miniaturadas para decorar seu pequeno templo da seita Bodô. Não se sabe, porém, se realmente originou ou apenas copiou a técnica de miniaturização.

As árvores anãs vieram a ser conhecidas como “bonsai”, literalmente bone (vaso raso) e saigh (cultivo). Logo se espalharam pelo Japão, China, Ásia Meridional, Pacífico, Europa e América, encontrando admiradores em quase toda parte. No século dezessete, os holandeses trouxeram esta arte ao Ocidente. Hoje em dia, não é mais só uma questão de espaço que inspira os entusiastas e jardineiros amadores. É a beleza graciosa das árvores anãs.

Os imigrantes japoneses trouxeram o bonsai a São Paulo há uns trinta anos. Agora miniaturizam não só árvores importadas, mas também espécies brasileiras comuns, tais como goiabeiras e palmeiras, ipês-amarelos, buganvílias e muitas mais.

Suas idades são notáveis. Por exemplo, algumas trazidas do Japão para o Brasil têm mais de duzentos anos. E no Japão, calcula-se que algumas atingiram seiscentos anos, tais como uma em Osaka.

Como É Efetuada a Miniaturização

O método natural de reduzir o tamanho de uma árvore é ainda muito popular, embora se usem produtos químicos e hormônios para conseguir espécimens ainda menores do que a altura convencional de cerca de cinqüenta centímetros.

A árvore é moldada e podada por muitos anos até adquirir a forma imponente de uma árvore grande. Pode-se cultivar os bonsai de sementes ou de mudas. No caso das sementes, é preferível usar as de árvores menores por natureza, e serem plantadas em terra misturada com meia parte de areia. Depois de quatro a oito meses, germinam e se deixa que cresçam normalmente. As mudas são plantadas como as de quaisquer outras árvores. O processo de miniaturização começa depois de sete a nove ou doze meses, embora ainda no chão ao ar livre.

Cortam-se as raízes secundárias com uma pá, numa distância de 15 a 20 centímetros do tronco. Mesmo nesse estágio, pode-se envergar um galho na forma desejada com um arame de ferro forte, que é enrolado em volta dele. Aos dezoito meses, cortam-se de novo as raízes secundárias. Repete-se esse processo aos vinte e quatro, trinta e dois e trinta e seis meses. Durante os primeiros três anos cruciais, uns 60 a 70 por cento das plantinhas talvez morram.

A seguir, planta-se a árvore num vaso raso. Desta vez corta-se a raiz principal, deixando-se uns cinco centímetros a partir do colo. Assim, coíbe-se todos os meios de crescimento.

O formato do vaso tem de combinar com o tipo de árvore e com aquilo que o ambiente cênico deverá sugerir ao observador. É em geral de cerâmica, e seu formato e sua profundidade têm de estar na proporção certa com a árvore.

Fixa-se uma rede de metal no vaso para impedir que a terra grude em seus lados. O bonsai corretamente plantado pode ser tirado de seu vaso a qualquer tempo, mas permanece nele por dois ou três anos, quando se troca a terra para evitar o apodrecimento das raízes. Daí a planta está pronta para que seus galhinhos sejam podados com uma tesoura, e os galhos podem se vergados com arame segundo o projeto do cultivador.

A rega é em geral feita uma ou duas vezes por dia, exceto no inverno, quando a árvore descansa. Muitos introduzem um palito de fósforo na terra e o puxam. Se sair úmido, não regam, mas se sair seco, o fazem.

Em intervalos regulares durante o período de crescimento suspende-se a árvore para fora do vaso para cortar as raízes. Isto prossegue até que a árvore fique “adulta”, depois de uns dez a quinze anos ou mais!

Exceto no tempo frio do inverno, pode-se deixar o bonsai fora. O ar fresco é necessário, de modo que onde há aquecimento central, não podem permanecer dentro de casa por mais de uma semana de cada vez.

Nosso anfitrião deu alguma ordem em japonês para seu filho, que logo voltou e nos presenteou com dois ciprestes bonsai. Agradecemos esta inesperada generosidade, e regressamos, com as palavras dele ainda soando em nossos ouvidos:

“O valor de um bonsai reside em seu formato, sua altura e idade. Quanto mais velha a árvore, tanto mais valiosa. Embora em tamanho miniatura e antiga na aparência, é uma árvore que agradará seus filhos, netos e as gerações vindouras, bem dentro de sua própria sala de estar.”

in Despertai de 22/11/1971 pp. 11-12

Sem comentários:

OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.