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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Chupim — bandido brilhante do mundo das aves





QUANDO os moradores da Grã-Bretanha se abaixam para apanhar o leite de manhã, talvez verifiquem que foram assaltados. Sim, o creme foi pilhado das garrafas de leite! O chupim, esse bandido brilhante do mundo das aves, atacou de novo.
Intrépido e ágil, o chupim sabe o que quer e se inclinará precariamente numa garrafa de leite para beber uns dois a cinco centímetros do creme. Mas, como é que este bandido de penas chega até o leite? As tampinhas da garrafa de leite não constituem grande problema. Quando discos grossos de cartolina encerada eram usados para selar as garrafas de leite, pareciam estar seguras e (segundo se pensava) à prova do bico. Mas, o chupim os descascava pacientemente, camada após camada.
Daí, veio a tampinha de lâmina de metal. Mas, ela também falhou em impedir a acção do bico do chupim, de alto poder e que nem cinzel. As pedras colocadas em cima são retiradas descaradamente pelas bochechas. Cobrir as garrafas de leite com pano também deixou de protegê-las.
Mas, se a dona de casa tem problemas ocasionais, o leiteiro também os tem. Há relatos de que bandos de chupins seguem as carrinhas de leite pelas ruas, assim como as gaivotas seguem o arado, e abrem as tampinhas de garrafas enquanto o leiteiro se ocupa com suas entregas.
Agora parece que o chupim exerce sua má influência sobre os companheiros de plumas. Um leiteiro ao fazer entregas relatou que em diversas ocasiões os tordos, com seus bicos compridos, o seguiram e beberam leite das garrafas convenientemente abertas para eles pelos muito menores chupins azuis. O chupim lidera e os outros o seguem. É um fato que onze outras espécies de aves são conhecidas como tendo tomado o mesmo ‘carro de leite’, por assim dizer.
E o que vem em seguida? Ora, um correspondente do The Times assegurou o seguinte: “Uma raposa descoberta por uma vizinha, quando ela foi buscar o leite de manhã, estava sentada sobre seus quadris no matagal de amoras silvestres, observando atentamente os chupins azuis rompendo a tampinha de uma das garrafas e, sem dúvida, se não fosse perturbada, teria esperado até que terminassem o serviço, e então tomaria um gole.”
Mas, o chupim não anseia apenas o creme. Certo ingrediente da massa de vidraceiro é também do agrado do chupim. O acabamento de certo bangaló foi certa vez suspenso quando um matagal próximo soltou sua grande população de chupins azuis; a farra de comer massa que se seguiu causou que todo painel de vidro caísse.

Espiada no “Bandido” e Seu Comportamento

Que aparência tem este bandido de penas? O chupim azul é uma das aves mais bonitas dentre as menores que se encontra na Grã-Bretanha. Muitas pessoas, vendo pela primeira vez uma ave preparada para “atacar a garrafa”, confunde o chupim mais comum de Londres com uma ave estrangeira que talvez tenha fugido de algum aviário. Pois, ao voar, seu cocoruto e suas asas dum azul-cobalto, bochechas brancas e partes inferiores amarelas formam fascinantes raias de cores que não podem deixar de cativar os olhos.
Talvez o chupim se tenha tornado destro especialista na arte de abrir garrafas, devido à sua habilidade de aprender truques. Diz o livro Birds of the World (Aves do Mundo): “Os chupins são as mais adaptáveis e susceptíveis de ensino das aves bem pequenas . . . os truques que se pode ensinar aos chupins domesticados são surpreendentes.” Por exemplo, o livro declara que, no Japão, o chupim variado é usado pelos que predizem a sorte. Ao receber ordem, a ave pula para seu poleiro, tira uma moeda de entre os dedos, deixa-a cair numa caixa, abre a porta dum relicário em miniatura, e puxa um pedaço de papel, até mesmo desenrolando-o.
Assim, os chupins azuis parecem ser capazes de aprender pelos métodos de errar até acertar. Escreve o biólogo das aves, J. C. Welty, da Faculdade Beloit, Wisconsin, EUA: “Tal pilhagem de leite, de garrafas feitas pelo homem, dificilmente pode ser um comportamento inato.” E, como escreve o ornitólogo Kenneth Graham: “Se inteligência é definida como a habilidade de ver as ligações e tirar proveito da experiência passada, então, é preciso admitir que os chupins possuem este atributo em medida maior do que se pensou antes ser possível nos estudos do comportamento das aves.”
Visto que o habitat natural dos chupins azuis é a floresta, sua incursão bem para dentro do coração de grande metrópole é ainda mais notável. Sua perícia inata os habilita a existir e a multiplicar-se nas áreas lúgubres e comparativamente desprovidas de árvores numa cidade palpitante.
E sua escolha de locais para aninhar numa grande cidade também demonstra habilidade de tentar quase que tudo. Pois seus lugares de aninhar são tipicamente imprevisíveis: o estepe dum carro, caixas de correio, calhas de chuva, luminárias de rua, canos velhos, e até mesmo os bolsos dum casaco dum espantalho colocado numa fileira de ervilhas especialmente para assustar — imagina quem? — os chupins azuis!

Ave Desejada Apesar do Banditismo

Como é que o público em geral vê esta ave tão talentosa, Apesar de lhe pilhar o creme, não há nada que se assemelhe a um clamor público, não há grandes sentimentos de revolta. Pelo contrário, algo semelhante à admiração sublinha os relatos pessoais do banditismo das aves.
Assim, embora estas avezinhas às vezes causem barulho por si mesmas, os amantes das aves ainda acenam com petiscos num jardim a fim de serem visitados por este pequeno almofadinha do mundo das penas. Os petiscos apreciados pelos chupins incluem queijo, pele de bacon, amendoins enfiados num fio, sementes e meio coco. Com efeito, o chupim é realmente uma das aves favoritas dos jardins britânicos. É grandemente apreciado por seus atraentes trejeitos, tais como o de se pendurar de cabeça para baixo para atingir um meio coco suspenso.
Outra razão pela qual o chupim é uma ave desejada, apesar de seu banditismo, é que serve o homem proveitosamente por consumir grande quantidade de insectos. Um casal de aves foi observado fazendo oitenta visitas por hora ao seu ninho. Concedendo-se os necessários períodos de descanso, o Sr. e a Sra. Chupim estavam buscando 1.500 refeições por dia, ou 10.000 ou mais por semana, consistindo em gorgulhos da flor de maçã, e larvas de tentredrém. Os chupins azuis então são uma força operária gratuita para livrar as árvores frutíferas de pragas. Infelizmente, a impensada remoção de árvores e o uso indiscriminado de pesticidas compele os chupins azuis a procurar suas refeições em outras partes.
Por causa de seu banditismo, alguns chamaram de “loucos” os chupins azuis. Mas, um leitor escreveu o seguinte a um editor de jornal, em defesa dos bandidos avícolas: “Com o crescimento das áreas urbanas e a redução das áreas férteis — amiúde quimicamente tratadas — seria simples demais sugerir que somos nós aqueles cujo comportamento louco atingiu os chupins?”

Solucionando o Problema, Apreciando a Ave

Mas, o que fazer quanto aos hábitos do chupim azul de surripiar o leite? Pegar o leite antes do chupim é uma solução para o problema. A dificuldade é que o ataque aéreo ocorre com surpreendente velocidade. Segundos após a entrega, os bandidos plumíferos mergulham, como fizeram numa consignação de leite a uma escola em Merstham, Surrey, em que mais de 50 de 300 garrafas de leite foram abertas antes de o zelador da escola poder apanhá-las.
Lembre-se sabiamente que para uma ave o alimento se acha onde puder encontrá-lo. Assim, em bondosa cooperação com seu leiteiro, esconda o leite numa caixa forte, com tampa pesada.
O chupim azul não é senão um de uma quase infindável variedade de maravilhas vivas, o trabalho de um Criador todo-sábio. De um amante de aves vem este excelente tributo ao chupim e a seu Criador: “Contemplar estas criaturinhas espertas, activas e felizes, tão belas em forma, linha e cor, tão perfeitas em seus movimentos, tão cheias de propósito, tão seguras em todos os seus caminhos, torna a pessoa bem humilde. O que é a obra do homem em comparação com elas?”

in Despertai de 22/9/1972 pp. 20-22

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.