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segunda-feira, 20 de abril de 2009

As obras-primas australianas


IMAGINE-SE no sertão australiano. Ao olhar em redor, notará uma marca no solo que se assemelha ao número onze. O que está vendo? Ora, apenas uma das muitas características da criação animal australiana que a torna diferente da de outros países. Vê as pegadas deixadas pelo animal que saltita ao invés de correr — o canguru.
Imagine que siga um conjunto de pegadas por um pouco. Note que, aqui e acolá, há uma terceira marca adicionada ao par, abaixo e entre elas. E ali que descansou, sentando-se talvez sobre sua cauda grossa e talvez batendo no solo com ela para fazer sinais para outros do rebanho.
Fique bem quieto e simplesmente olhe. Ali, viu aquelas "folhas" pontiagudas levantar-se por trás daquele arbusto? Ele também já nos notou. Veja com que saltos graciosos o "papai canguru", como o chamamos, ultrapassa os obstáculos em sua fuga para a segurança!
Seu modo de andar é apenas uma das várias coisas que tornam diferente o canguru. "Joey", como chamamos o filhote de canguru, destaca ainda mais as diferenças. Estas começam antes de seu nascimento.
O canguru é o que se chama de "marsupial", significando que tem uma bolsa onde carrega seu filhote. Mas, realmente, a denominação "marsupial" tem uma conotação mais profunda do que simplesmente essa.


Notável Nascimento de Joey


Os animais que não são marsupiais (ou "monotremos", como veremos depois) são chamados "placentários", significando que a mãe dispõe dum útero em que o embrião é nutrido e ao qual se liga por uma "placenta". A mãe de Joey não tem útero. Ao invés, ele começa a crescer logo após a concepção num saco vitelino em que o embrião é nutrido até que, de oito a quarenta dias depois, de acordo com a espécie, o saco se rompe e Joey nasce.
Dizemos "nasce", mas "é produzido" poderia ser melhor. Porque, quando deixa sua mãe, ainda se acha num estado semi-embrionário, não tendo desenvolvido olhos nem orelhas, e tendo apenas o senso do olfato. Na aparência, assemelha-se a um pedaço de borracha torneada, quase transparente. Prepare-se agora para algo realmente surpreendente. Esta diminuta criatura embrionária, grande como um feijão, sobe de pata em pata pela pele de sua mãe, guiada, segundo se crê, pelo seu senso de olfato, em busca da bolsa dela — jornada que leva cerca de três minutos. Localizando-a, se o fizer, mergulha lá dentro, para ali completar o processo de nascimento, que leva diversos meses.
Mas, suponhamos que não encontre a bolsa, o que se dá então? Pior para ele! Poderia continuar perambulando por cerca de meia hora, e, se ainda falhar, sua carreira vitalícia atinge um fim prematuro. E o que faz a mamãe canguru durante tudo isso? Simplesmente nada. Ela nem se preocupa. Por volta deste tempo, com toda a probabilidade, ela já concebeu de novo, enquanto Joey se achava no seu canal de nascimento. Mas, o novo embrião não se desenvolverá além de cem células. Neste estágio, seu desenvolvimento é paralisado no que é chamado de "blastocisto", prevendo-se alguma emergência como esta. E, neste estágio paralisado de desenvolvimento, permanecerá até que a bolsa seja desocupada e só então reiniciará seu crescimento.
Mas, nosso Joey realmente conseguiu. Atingiu seu destino sem ser ajudado. A mamãe canguru fez muito poucos preparativos, simplesmente lambendo a bolsa para limpá-la, e daí sentando-se em sua cauda virada para a frente e encostando-se numa árvore para não tombar desta posição instável. Uma vez dentro da bolsa, Joey se fixa em uma teta e esta imediatamente se incha e o prende ali, e mamãe, pela ação muscular, injeta seu leite pela pequenina garganta dele. Daqui para a frente o único meio de remover Joey é por rasgar sua boca.
Tão incrível é todo este processo que os primitivos exploradores e naturalistas achavam que Joey nascia na bolsa, "como maçãs num ramo de árvore", como um deles o descreveu. Foi muitos anos depois que, no Zoológico de Londres, se testemunhou o nascimento embrionário e até mesmo então pensava-se que a mãe transferira o filhote para a bolsa com seus lábios. Não foi senão em 1932 que se soube que ele se dirigia para a bolsa sem ser ajudado.
Podemos pular o período em que Joey se acha na bolsa, exceto para observar que cresce ali do tamanho de um feijão, pesando menos de um grama, chegando a atingir vários quilos. Só depois de oito meses e quando desmamado, ele se desliga e então começa a deixar a bolsa por curtos períodos. Mesmo assim, ainda gosta de tomar seu desjejum na cama — proeza que facilmente executa por inclinar-se para fora da cama e petiscar a grama que passa, à medida que mamãe se alimenta.
Correndo (saltitando) agora, junto com de seis a cinqüenta cangurus, Joey atinge a maturidade como canguru, sendo chamado de "papai canguru" na linguagem do sertão. Se for da variedade "vermelha", talvez atinja de um metro e meio a um e oitenta de altura, pesando cerca de 90 quilos, pule até uns três metros de altura e percorra uns seis metros em cada salto, a uns quarenta e oito quilômetros por hora.
Trata-se duma criatura branda ou até mesmo tímida, a menos que seja encurralado e tenha de lutar pela sua vida. Nesse caso, com as costas viradas para uma árvore e sentado sobre a cauda, golpeia com as patas dianteiras e traseiras e unhas aguçadas — bom páreo para diversos cães. E, se achar que está levando a pior, saltita até um "bilabong" ou poço de água. Ali, com água até a cintura, submergirá um cão após outro, à medida que nadam até ele, e os segurará em baixo de sua cauda ou de suas patas até se afogarem. Isto já é o bastante quanto ao canguru.


O Coala


Há outros marsupiais além do canguru. Isto o surpreende? Surpreende a alguns, mas quem já não viu uma figura do acariciante coala? É marsupial, e as fêmeas dispõem duma bolsa. Seu nome significa, na linguagem dos aborígenes: "Não bebo." E, deveras, não bebe. Mas, o que come? Até um quilo e trezentos gramas de folhas de eucalipto diariamente. Isso explica por que, se vive fora da Austrália, não dispõe dum coala em seu zoológico local. O governo da Austrália proíbe sua exportação. Nenhum outro país pode alimentá-lo. Ele é um comedor seletivo. Dentre mais de cem espécies de eucaliptos, come as folhas de apenas seis, e, visto não se encontrarem fora da Austrália em profusão, ele morreria.
Diz-se que as folhas do eucalipto têm efeito narcótico, sendo possivelmente responsável pela natureza sonolenta e dócil do coala. Mas, cuide-se! Não permita que a amabilidade e a brandura dele o enganem. Certo soldado estadunidense cometeu tal erro, depois de acariciar um deles no zoológico. Encontrando um outro mais tarde na floresta, pensou que aceitaria isso e mostrou-o a sua namorada no carro. O coala pensava diferente. O preço da ignorância do soldado foi um novo uniforme e seis semanas no hospital.


Outros Marsupiais


Entre os outros marsupiais há muitos bem parecidos com seus "sósias" placentários, tanto em aparência como em hábito, que podiam ser facilmente confundidos com eles. Camundongos, ratos, gatos, toupeiras, tamanduás e lotos marsupiais são como os placentários em certos respeitos, todavia, são bem diferentes de outros modos.
Por exemplo, há um camundongo que pode saltar um metro e oitenta e apanhar um inseto no ar pela detecção do tipo sonar, um gato que dá à luz vinte gatinhos, mas só tem seis tetas, e um lobo que pode abrir a boca por 180 graus.
Há o ratão que pode fazer um buraco mais rápido do que o homem e sua pá podem segui-lo e cuja bolsa se abre sabiamente na direção da cauda, de modo a não encher-se de poeira. Certo canguru com cauda preênsil é arborícola e um notável acrobata. Há o tamanduá marsupial que não possui bolsa, também um pequeno camundongo marsupial que vive nas rachaduras secas da lama, e tem um crânio de apenas uns dois centímetros desde o cocoruto até o pescoço.
Ainda existe hoje na Austrália e na Nova Guiné um total de 175 espécies de marsupiais, das quais 104 são vegetarianos e 71 são carnívoros. Os marsupiais extintos, segundo se diz, incluem o diprotodon, tão grande como um rinoceronte, e um canguru de três metros de altura, o procoptodon.
Fica maravilhado de que os primitivos exploradores e colonizadores da Austrália ficaram perplexos com a vida selvagem ali, tão oposta a tudo que conheciam antes? Exceto dois nas Américas, os marsupiais não são nativos de nenhuma outra parte da terra.


Os Monotremos


Há milhares de espécies de placentários, 175 de marsupiais, como já observamos, mas apenas dois monotremos. Ambos se acham apenas na Austrália.
A palavra "monotromo" provém do grego e significa "uma cavidade". Isto se refere a que no corpo do monotremo só existe uma saída, chamada a "closea". Através desta passagem sai o excremento, a urina e os ovos. Sim, OVOS! As duas espécies de monotremos são os únicos mamíferos conhecidos que põem ovos.
A maioria das pessoas já conhecem o ornitorrinco. Como se não ficasse satisfeito de ser um mamífero que põe ovos, o ornitorrinco acumula uma excentricidade sobre a outra, até que parece alguma brincadeira dum taxidermista. E assim parecia aos que aos primeiro o viram. Com efeito, quando se enviou uma descrição dele a alguns naturalistas britânicos, simplesmente se recusaram a crer no informe. Até mesmo quando se lhes enviou um pele seca, decidiram que era impostura. Por que toda essa incredulidade? Vejamos.
Além de por ovos, o ornitorrinco tem a seguinte miscelânea: pele animal, condutos mamários, bico de pato, pés palmados, cauda pesada do tipo de castor, garras venenosas nos pés e bolsa nas bochechas semelhante à do macaco para estocar alimento. Pode imaginar a impressão que o ornitorrinco causou a estes primitivos naturalistas?
Todavia, por causa desta miscelânea de dádivas, o ornitorrinco reflete a sábia perícia do Criador, tornando-o admiravelmente adequado para seu ambiente, de modo que floresceu até o advento do homem e da espingarda. Com esporões para escavar e pele para manter-se quente, está bem à vontade em terra, embora seu ambiente real seja a água. O mais maravilhoso de tudo, porém, é seu bico.
Não se trata dum membro córneo e sem vida como o do pato. É altamente sensível — uma massa de terminais nervosas. Quando submerge e se impele pela poderosa cauda e pés palmados, seus olhos e ouvidos ficam hermeticamente selados e o bico assume o controle. Penetrando pelo limo, suga lama, areia e vermes! Vermes, e camarões grandes e larvas! Agora seu bico mantém-se ocupado em selecionar a carne da lama, estocando a primeira em sua bolsa das bochechas e expelindo a última até vir à tona em busca de ar e para consumir sua presa. Mantém-se ocupado, legitimamente, pois come a metade de seu peso em vermes por dia. Isto explica por que, em cativeiro, custa mais de ser mantido do que um elefante.
Além de funcionar como orelhas, olhos e nariz quando nada, seu bico se torna um radar embutido quando escava. A Nature Library (Biblioteca da Natureza) de Life, tem o seguinte a dizer: "O bico do ornitorrinco é uma massa de nervos que transmite sensações táteis . . . Quando escava, o ornitorrinco, segundo se diz, possui misteriosa consciência das cavidades na terra adiante, o que o habilita a evitar romper adjacentes coutadas de coelhos, buracos de ratos ou outras cavidades de ornitorrincos." Similarmente, sente as raízes das árvores e as rochas que estão adiante, desviando-se antes de atingi-las. Não concordaria que o ornitorrinco se acha maravilhosamente adaptado para seu ambiente?
O mesmo se pode dizer do outro membro da família dos monotremos, a équidna. Como o único outro mamífero que põe ovos, poder-se-ia esperar que se assemelhasse ao ornitorrinco. Mas, além de por ovos, assemelha-se ao outro esperar que se assemelhasse ao ornitorrinco. Mas, além de pôr ovos, assemelha-se ao outro apenas de duas formas: Ambos amamentam seus filhotes e ambos têm uma única saída para o corpo, ou cloaca.
O nome mais comum, tamanduá espinhoso, revela melhor a aparência da équidna. Em realidade, parece-se muito ao porco-espinho, exceto que seus espinhos são mais curtos, mais grossos e extremamente aguçados. Suas pernas curtas e poderosas se acham admiravelmente feitas para meter-se em cupinzeiros duros como o ferro em busca de sua dieta favorita, os cupins.
A équidna dispõe também duma bolsa. Ou, declarando-se melhor, pode produzir uma à vontade. Depois de ter chocado o filhote, a fêmea, por contração muscular, forma uma bolsa em torno das glândulas mamarias, e nela, por meios que não conhecemos, é colocado o filhote. Ali permanece como hóspede, lambendo a superfície saturada de leite para nutrir-se, até que seus espinhos comecem a formar-se e deixe de ser um ocupante pacífico do berço carnal da mamãe. E lá se vai ele!
Além destas, a équidna possui outras características singulares. Uma destas é sua prodigiosa força, apesar de ter apenas uns cinqüenta centímetros de comprimento e pesar apenas de novecentos gramas a um quilo e trezentos. Certo naturalista provou isto quando manteve uma a noite toda para a sua segurança em sua sala de estar. Por volta da manhã, nos esforços de conseguir um meio de fuga, a équidua havia arrastado toda peça de mobília pesada para longe da parede! Somente um fogão de ferro a derrotara — achava-se preso à parede!
Outro atributo interessante da Sra. Équidna é a sua habilidade de escavar verticalmente — em grande velocidade! O focinho e as garras se unem em mover até mesmo pedrinhas duras de debaixo dela para os lados e para cima a uma velocidade que a abaixará, escondendo-a da vista, em cerca de um minuto, não raro deixando visíveis alguns espinhos agudos para pegar qualquer nariz ou garra perscrutadores. Por fim, há a sua habilidade de achatar-se e penetrar por uma abertura de apenas dois centímetros e meio.


in Despertai de 8/1/1971 pp. 9-13

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.