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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tempo de construir no reino das aves



COMO se sentiria se tivesse de construir uma nova casa todo ano, logo que chegasse duma viagem que levasse centenas de quilômetros? Qual seria sua atitude se esta nova casa só lhe pudesse ser útil por cêrca de seis ou sete meses? É exatamente isso que fazem as aves de todos os tipos em cada primavera nas regiões setentrionais da nossa terra!

Entusiasticamente, arremetem-se em juntar vários materiais para uso em construir acolhedores ninhos a fim de alojar seus futuros filhotes. Movidos por seu instinto dado por Deus, e usando apenas seus bicos como instrumento modelador, tais aves empreendem surpreendente programa de construção.

Os Que não Constroem Ninhos

Nem todas as aves, por certo, entram nos negócios de construção de ninhos na primavera. Algumas voltam a antigos ninhos, fazem os consertos necessários e então fixam residência nêles mais uma vez. Outras aves nem se incomodam de construir um ninho. Entre estas se acham certos maçaricos. As fêmeas destas espécies contentam-se simplesmente de pôr os ovos no chão, onde o musgo e as folhas formam exíguo ninho. No entanto, a sabedoria divina compensa o perigo que isto poderia representar. Os filhotes destas aves nascem cobertos de penugem e conseguem correr. Assim, quando rompem suas cascas de ovo, secam sua penugem no sol quente e então disparam para um lugar seguro.

A alca é outra ave que não se preocupa em nidificar. A mamãe alca tem o hábito incomum de pôr ovos em saliências das encostas. Talvez pense que este seria o último lugar da terra em que uma ave poria seus ovos, pois há o perigo sempre presente de rolarem, despedaçando-se lá embaixo. Mas, o Criador da alca cuidou desta possibilidade. Os ovos da alca são moldados como um pião e dispõem de casca dura que não se quebra fácil. Bem, como tudo isto serve de proteção?

A experiência dum admirador das aves ao observar a alca responde a essa pergunta. Deixou um dos ovos dela rolar pela encosta. Relatou que o ovo não rolou direto para baixo mas rodopiou como um pião e veio a parar com sua casca dura intacta. Nem sequer um ovo desta forma de pião rolou pela encosta. Apenas um Criador inteligente podia ter moldado a forma destes ovos como meio de os manter seguros naquelas saliências das encostas em que são postos!

Os curiangos e os talha-mares negros também se poupam ao trabalho de nidificar. Os curiangos simplesmente põem seus ovos, que têm cor protetora, sobre o chão, em cascalhos, em cima duma rocha, ou até mesmo sobre o teto achatado de cascalho de algum edifício citadino. Quanto ao talha-mar negro, a fêmea se acocora em areia solta e se vira para lá e para cá, fazendo leve buraco em que põe seus ovos. Um método que economiza bastante trabalho!

Lar Para as Aves Que Nidificam

Os locais que as aves que nidificam escolhem para estabelecer seu lar são tão variados quanto às próprias aves. Até mesmo entre as mesmas espécies, os locais dos ninhos variam consideravelmente.

A família da carriça fornece notável exemplo disto. O macho começa a construção por erguer um ninho rude. Daí, vão para outro lugar e constrói outro. E como se entusiasma por isto! Construirá um ninho rude em todo lugar adequado de seus domínios. Mais tarde, quando a fêmea chega, ele a leva numa viagem de inspeção a estes ninhos prospectivos, de modo que ela possa escolher o que mais lhe agrada. Daí, ela passa a jogar fora seus galhos sêcos e a construir um ninho segundo seu gosto.

E quais são alguns dos lugares em que o Sr. e a Sra. Carriça construíram seu lar? As investigações revelam que usam buracos de pica-paus, ninhos de aves, e cestas de peixes, cestas de pregadores de roupas, sapatos velhos, latas, chapéus, radiadores de automóveis, sim, até mesmo já se fixaram numa perna de calças, num bolso de roupão de banho, bem como, em calções de banho! Evidentemente, para as carriças, montar casa não constitui problema!

É interessante notar que os ninhos rudes que a Sra. Carriça rejeita não são destruídos. Certa autoridade sugere que tais ninhos servem para desanimar outros prospectivos interessados em ninhos de entrar nos domínios da carriça. Por quê? Porque as carriças criam famílias grandes, cujas exigências alimentares são tremendas. Assim, a vizinhança imediata da creche das carriças, com suas reservas alimentares, deve ser mantida livre de qualquer competição por parte de outras famílias com bocas famintas.

Então, considere outro parente nesta mesma família, a prima carriça do cacto, habitante do deserto. O instinto desta ave a move a localizar seu ninho num lugar que não incentiva o tráfego, a parte mais espinhosa do nada convidativo cacto cholla. Ali, seu ninho globular é bem guardado por espinhos que se parecem a muitas espadas dispostas de forma a lancinar e apegar-se a qualquer coisa que descuidadamente roce nêles. E outra prima a carriça das rochas, faz seu ninho em grêtas rochosas, não raro usando pequenas pedras para formar um passeio que leva à sua entrada. A carriça dos pântanos, ainda outra parenta, constrói seu lar bem-camuflado bem no meio da vegetação dos pântanos.

Aquêle pássaro sempre favorito da primavera, o tordo, faz seu ninho numa variedade de locais. Usa ramos ou forquilhas em árvores; arbustos, trepadeiras, arcos de roseiras, postes de cêrcas, muros de pedra, escaninhos de prédios, pontes, barcos e vagões, bem como viveiros de aves feitos por algum humano bondoso. A altura destes lugares, segundo se observa, varia de alguns metros a uns vinte e um metros do solo.

Talvez o local mais estranho de nidificar seja o do mergulhão, pequena ave aquática que é residente o ano inteiro das longínquas montanhas ocidentais da América do Norte. Esta criatura não raro constrói seu ninho bem no alcance do borrifar duma catarata, ou, às vezes, mesmo atrás da catarata, sendo a única entrada possível através da água que cai! Ou, constrói o ninho entre as raízes das árvores ou numa fenda rochosa próxima da água cascateante. É o lugar certo para a ave que se deleite em andar debaixo d’água!

Materiais de Construção e Formas dos Ninhos

Os ninhos das aves são fascinantes. Há algo nêles que parece ser convidativo, sim, que o move a ir e espiar de perto. Aquêles que já acharam um ninho abandonado não podem deixar de admirar-se com sua arquitetura. Embora tecido com materiais primitivos e aglutinados pela lama, um ninho não é, de forma alguma, algo frágil, pois usualmente suporta chuva e ventos fortes, permanecendo firmemente grudado ao local em que é construído. Ali mantém sua preciosa carga de ovos, seguro contra todas as espécies de tempo. E pensar que uma criaturinha, pelo instinto, pôs tudo aquilo junto, usando apenas o bico como instrumento de construção!

Quais são alguns materiais que tais criaturas aladas usam para construir suas ‘surpreendentes creches? Alguns dos itens são raminhos, grama, folhas, casca, penas, cabelo humano e crina de cavalo, e lama usados como aglutinantes, às vezes fortalecidos pela saliva da ave. O interior do ninho, em que ficam os ovos, é geralmente revestido de materiais macios tais como musgo, teias de aranha, lanugem de plantações de algodão, fios e até fiapos dum secador de roupa!

O ninho do mergulhão, que é feito de grama, folhas e raminhos, se caracteriza pelo musgo verde. Esta ave faz questão da condição do musgo. Deve ser mantido verde para camuflar seu ninho, que tem mais ou menos a forma esférica, medindo de uns quinze a dezoito centímetros de diâmetro. Diz-se que tais aves às vêzes pingam gotículas de água de suas asas molhadas para fazer com que o musgo parecer fresco e verde, se não houver suficiente umidade onde seu ninho se acha.

O joão-de-barro constrói interessantíssimo ninho. Suas características são responsáveis pelo nome da ave. Um teto de tiras de cascas de árvore, folhas, grama e outro material é construído sobre ele como um arco. A entrada se acha num lado, ao invés de no alto. Isto faz com que a estrutura inteira pareça um tanto com um forno arredondado antigo.

Um ninho notável é o do papafigo de Baltimore. Usando apenas seu bico como agulha, a Sra. Papafigo tece uma bolsa em forma de pêra de fibras de plantas, cabelo, musgo, porções de fios macios, fios de lã e assim por diante, na ponta de um ramo que balança alto. Tão durável é este ninho que restos do mesmo ficam apegados às pontas do ramo três ou quatro anos depois de ser abandonado. Na verdade, trata-se de arte avícola de alta qualidade!

Os andorinhões das chaminés constroem ninhos em forma de discos dentro de árvores ocas ou chaminés que se parecem com prateleiras semicirculares de parede. Formam-nos por ajuntarem diminutos raminhos e colarem-nos com sua saliva aglutinante que se endurece quando exposta ao ar.

Falando de adesivos, os tordos usam lama natural como cimento para seus ninhos. Se não houver nenhuma disponível, sabe-se que fabricam-na por encher seus bicos de pó e então mergulhá-los numa banheirinha de ave. Ou, talvez molhem as penas e sacudam as gotas num lugar poeirento.

Deveras, o tempo de construção no reino das aves é uma época deleitosa revigorando a alma dos que tomam o tempo para examinar suas atividades.

in Despertai de 22/1/1972 pp. 13-15

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.