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sábado, 29 de janeiro de 2011

Dragões voadores do céu



NOS dias quentes de pleno verão, o ar acima dos campos e dos charcos se torna palco para alguns dos mais surpreendentes pilotos do reino dos insetos — as libélulas.

Dotados de dois pares de asas compridas, reluzentes ao sol, pode ver as libélulas movendo-se de um lado para o outro, executando o “loop”, dando voltas e mergulhando à vontade. Em dado momento, estarão zumbindo à velocidade de um trem expresso, bem alto no céu, daí, no instante seguinte, mergulham vertiginosamente para recochetear na superfície dum charco. Estas maravilhas da criação podem até mesmo voar para trás, ou pairar no ar, como um helicóptero.

Mas, as libélulas amantes do sol não voam simplesmente por prazer. Estes dínamos aéreos utilizam suas perícias para satisfazer insaciável apetite. Com efeito, a Sra. Libélula pode, dentro de meia hora, comer o equivalente a seu próprio peso, e ainda sentir-se faminta.

Quando caça uma refeição para satisfazer seu apetite, as libélulas demonstram hábitos distintivos. Algumas espécies procuram o alimento por grandes áreas. Outras estabelecem trilhas que seguem uma geração após outra. As libélulas maiores delimitam seus territórios para si mesmas e afastam outras libélulas por agitar loucamente suas asas. Às vezes, se uma libélula invasora for destemida e não ficar intimidada pelo bater das asas, será enfrentada cabeça a cabeça. Pairando juntas ameaçadoramente, estas duas permanecerão em tal posição enquanto sobem reto para o céu.

Quer resolvam divagar ou estabelecer-se em um só lugar, as libélulas permanecem alerta quanto à sua dieta favorita: mosquitos e borrachudos. Também obtêm deliciosas refeições de traças e mutucas. Por causa de seu corpo alongado e delgado, em forma de agulha, muitos crêem que as libélulas aferroam, mas isto elas não fazem. São não só inofensivas ao homem, mas também são muito úteis, visto devorarem gigantescas quantidades de moscas e mosquitos.

Quando a libélula caça tais insetos, eles são completamente sobrepujados. Equipada de seis patas espinhosas que se agrupam como uma cesta, a libélula abiscoita a presa no ar e suga seus corpos por completo, enquanto corre atrás de outra vítima. Tão rapidamente se apoderam da presa que sabe-se de libélulas que chegaram a comer quarenta mutucas em duas horas. Encontrou-se uma libélula com a boca cheia de cem mosquitos! Não é de admirar que estes insetos vorazes tenham granjeado o nome de “dragões voadores” em inglês.

Reprodução e Vida sob a Água

Mas, há uma época em que as libélulas prestam menos atenção ao comer e mais à sua habilidade de pilotar. Isto acontece na época de reprodução. Machos rivais, procurando atrair as atenções duma fêmea, alçam vôo para lutar. Seus duelos aéreos apresentam algumas das mais brilhantes manobras aéreas de que qualquer outra criatura viva. Algumas espécies são mais moderadas, porém, e efetuam uma espécie de dança de corte.

Uma vez encontrem uma consorte, os machos carregam literalmente a fêmea. Para acasalar, as libélulas voam em tandem, isto é, os machos seguram a fêmea pela parte de trás da cabeça enquanto voam pelo ar. Quando a fêmea vai acasalar-se, ela estende a ponta do abdômen para o segundo segmento toráxico do macho e recebe uma cápsula de espermatozóide.

Depois de os ovos serem fecundados, a fêmea os deposita na superfície dum charco ou em plantas aquáticas. Exatamente quantos ovos a libélula põe é algo posto em dúvida; mas, já se encontrou um único grupo até com 110.000 ovos.

Os ovos jazem na água ou em plantas aquáticas por alguns dias. Daí, a prole começa a emergir. E são deveras criaturas estranhas. Ao invés de nascerem com violentos apetites, tais criaturas, chamadas ninfas, assemelham-se muito pouco aos pais. Têm guelras nas paredes finas de seus intestinos. Tais guelras não só absorvem oxigênio, mas, em tempos de dificuldades fornecem à ninfa rápida potência de fuga. Quando alarmada, a ninfa levanta as patas do fundo do charco, expele um jato d’água por meio das guelras, e impele-se como foguete por diversos centímetros.

Talvez a característica mais incomum da ninfa seja sua maneira de pegar comida. Diferente de seus velozes pais, a ninfa é vagarosa. Assim, espera que uma larva de mosquito ou peixinho nade por perto. Daí, subitamente, lança um lábio inferior oculto sob a cabeça. Aguçadas mandíbulas na ponta do lábio inferior captam a presa incauta e a puxam para a boca da ninfa. Este lábio inferior é dobradiço e alongado, operando similarmente ao braço humano. A dobra do meio é como o cotovelo, permitindo que o lábio inferior mova-se para a frente e para trás com facilidade.

Quando o lábio inferior não está em uso e e dobrado de volta ao corpo, acontece algo incomum. As mandíbulas cobrem a face da ninfa como a máscara dum bandido. Um traje apropriado para estas diminutas criaturas submarinas!

Vida no Céu

Muitas ninfas entre as cerca de 5.000 espécies de libélulas completam sua vida submarina dentro de um ano. Outras, contudo, talvez levem de dois a cinco anos. Durante este tempo, passam por de dez a quinze estágios diferentes de transformações. Ocorrem muitas metamorfoses: o número de lentes hexagonais nos olhos compostos aumenta; as antenas ganham novas juntas; as patas perdem sua pilosidade; aparecem no tórax as formações das asas. Mas, tais mudanças são mero prelúdio de sua metamorfose em libélulas adultas.

O passo final da ninfa para se tornar uma criatura alada usualmente começa à noite. Sobe da água e apega-se à margem ou a uma haste. Doze ganchos, dois em cada pata, garantem seu apego. Ali permanece imóvel por algum tempo, à medida que o corpo completa sua metamorfose.

Por último, uma fenda aparece na parte de trás do tórax, e a libélula desalinhada empenha-se em sair do invólucro quitinoso da ninfa. De início, suas quatro asas estão umedecidas e dobradas como um leque, mas continuamente são abertas pelo sangue que corre em ampla rede de veias que percorrem os tecidos transparentes.

Também, as cores das libélulas que emergirem recentemente são apagadas. Mas, intensificam-se até que as libélulas rivalizam até as borboletas e as mariposas em beleza. Suas cores percorrem o espectro do arco-íris — marrom, lavanda, azul-ultramarino, verde, azul-celeste, escarlate, carmesim, lilás azul-cerúleo, vermelho e marfim.

A libélula esperará cerca de cinco horas depois de abandonar seu invólucro quitinoso para permitir que suas asas e seu corpo endureçam. Uma vez as asas possam sustentá-la em vôo, a libélula arremete-se no ar. Jamais usará de novo suas patas para andar. Tornou-se uma criatura aérea.

Poderoso Piloto

A maior libélula hodierna é uma espécie tropical que tem, de ponta a ponta das asas, uns dezoito centímetros. Alinha-se como um dos melhores e mais fortes pilotos do reino dos insetos. Com efeito, este inseto-aviador de grandes consecuções, segundo se sabe, voa de oitenta a noventa e seis quilômetros horários!

A potência de suas asas é suprida pelos seus músculos motores que constituem um quarto do inteiro peso da libélula. Tais músculos, fazendo as asas vibrar 1.600 vezes por minuto, habilitam as libélulas a abranger enormes distâncias. São pilotos tão potentes que os passageiros de navios as têm observado a voar pelo oceano a uns 280 quilômetros de distância da costa da África. Certa espécie se estabeleceu numa ilha que está 320 quilômetros em alto mar!

Voam grandes distâncias quando secas ou escassez de alimentos as obrigam a emigrar. Tais emigrações às vezes atingem proporções fantásticas. Em 1839, milhões delas cobriam os céus ao seguirem pelos rios e correntes pela maior parte da Europa. Nos Estados Unidos, enxames delas emigraram para o Sul, em 1881, literalmente escurecendo os céus.

Mas, estes grandes pilotos têm de ficar sempre alertas. Correm constante perigo da parte de aves, rãs e peixes. Contra tais predadores, as libélulas dispõem de velocidade e de visão aguçada. Seus olhos esbugalhados, que cobrem a maior parte da cabeça, podem espreitar bem à distância. O Criador as fez de tal modo que cada olho contém tantos cristalinos quanto os olhos de 15.000 homens! Podem também ver virtualmente em toda direção ao mesmo tempo. E têm longa visão, permitindo-lhes ver um mosquito a mais de nove metros de distância!

Dotadas de tal visão, as libélulas podem esquivar-se de quase qualquer perseguidor, inclusive o homem. Tentar pegar estes pilotos adestrados pode constituir-se uma tarefa e tanto. Mas, as crianças japonesas abandonaram a rede em favor da engenhosidade. Atam pequenas pedrinhas às extremidades de fios de cabelos compridos e os lançam no ar perto de onde as libélulas circulam. Quando um dos insetos se agarra à pedra que passa, o cabelo se enrosca no seu corpo e o peso da pedrinha o lança ao chão.

Muito embora estas criaturas animadas consigam enganar a maioria dos inimigos, as da zona temperada por fim são apanhadas pelos ventos frios do outono. A vida para a libélula é curta, durando apenas os meses quentes da primavera e do outono. No outono, verificará que se apegam sem mover-se aos galhos ou às folhas, imobilizadas pelo frio. Só voam durante a parte mais tépida do dia. A primeira geada fecha a cortina para elas, deixando o ar em cima dos campos e das correntes desprovido de sua fascinante presença.

Mas, a cadeia da vida não pára. Ninfas, protegidas em baixo dos charcos e das correntes, continuam a amadurecer. Com a chegada do calor, emergirão deles para se tornar uma nova geração dos dragões do céu.

in Despertai de 8/3/1972 pp. 21-23

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.