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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Iguarias marinhas do Pacífico Sul





FOI em 1520. Os primeiros viajantes em volta ao mundo, velejando através do estreito que acabaram de descobrir, próximo do extremo sul da América do Sul, dificilmente podiam acreditar no que viam! Aqui, onde ventos penetrantes sopram das regiões polares, índios nus remavam em suas canoas; seus corpos estando inteiramente protegidos por grossa camada de óleo de foca.
Apesar do clima rigoroso, tais índios usufruíam uma existência relativamente saudável, vivendo duma dieta inteira de peixe cru. Anos mais tarde, contudo, quando a chamada civilização invadiu essa área, foram dizimados pelas doenças contagiosas. Mas, em pequenos bares por toda a longa costa do Chile, derivações de sua dieta de peixe cru sobreviveram a eles.
Antes que estremeça diante da ideia de comer peixe cru, pense só: Já confrontou ostras cruas em meia concha embebidas em gelo triturado? Aqui, no Chile, há muitas outras iguarias deliciosas que se derivam das águas costeiras do Pacífico Sul.

País Que Aprecia os Alimentos do Mar

Em 1970, o Chile colheu 1.300.000 toneladas de alimentos do mar, situando-se nos primeiros lugares entre os países dotados de indústria pesqueira do mundo. No que tange ao consumo de alimentos do mar, o Chile é o primeiro dentre os países latino-americanos; cada chileno, em média, come cerca de dezoito quilos por ano. Algumas famílias que vivem nas costas comem quase todo o dia o que o mar lhes oferece.
Aqui em Concepción encontramos carrocinhas nas ruas carregadas de bolas verdes espinhosas chamadas erizos (ouriços-do-mar). Rompendo a concha dura, encontramos lá dentro línguas amarelo-pálidas como dum girassol. Se as conseguirmos retirar, e lhes adicionarmos suco de limão e pimenta, ah! Que sabor original!
Uma visita ao mercado municipal é interessante experiência. Aqui nos sentamos num balcão coberto de ladrilhos brancos, e pedimos uma mistura de alimentos do mar crus conhecida como mariscal. Uma vez que o prato esteja diante de nós, podemos distinguir algo familiar a nós — pequenos mariscos, mas, e as outras coisas? A garçonete nos diz seus nomes: Cholhuas (mexilhões), machas e almejas (tipos de mariscos), ulte (algas marinhas picadas e cozidas) e erizos com rodelas de cebola, salsa, pimenta e suco de limão. Se quisermos, podemos servir-nos à vontade de aji (pimenta ardida), mas achamos que o alimento do mar em si é mais revigorante.
No Verão, algumas famílias se deleitam em obter seus próprios mariscos. Rastejando sobre as rochas na maré baixa, arrancam pequenos caracóis das superfícies ásperas. Daí, correndo para casa, pacientemente removem os corpinhos lá de dentro e os enfeitam com cebolas, limão, salsa e pimenta malagueta.
Conhecido apenas no Chile e no sul do Peru (onde é menor), o loco é um dos tipos mais em moda de mariscos. Tem uma carne branca firme e sabe um pouco à vieira, mas é muito mais firme. Enfileirado numa salada de batatinhas com alface picada e maionese, e tiras de pimentão, é servido como aperitivo.
Talvez estes mariscos tenham conseguido sua classe porque nem todos dominam a arte de prepará-los. Alguns os envolvem em sal, para marinar durante a noite, e então batem neles no dia seguinte. Outros põem cada loco, junto com cinzas de madeira, dentro dum pedaço forte de pano, e então os batem contra uma superfície dura por bastantes vezes, até que fiquem com a maciez desejada. Depois de lavá-los, estão prontos a serem lançados em água fervente ou para serem cozidos em óleo borbulhante até que fiquem suficientemente macios para serem comidos. No entanto, até que esfriem, não se deve prová-los com um garfo, de outra forma permanecem duros.

A Planta Mais Comprida

Tomando-se um trem costa acima, de Concepción, notamos uma mula arrastando-se com maços de tiras marrom escuras nas costas. As tiras são empilhadas como lenha, mas se parecem mais a canos compridos. Sabia que esta talvez seja a planta mais comprida do mundo? Pode atingir mais de 30 metros de comprimento! O leitor a chamaria de alga marinha.
Há muitas coisas que podem ser feitas com a cochayuyu, o nome que o índio quíchua dá à alga comestível. A melhor parte, chamada ulte, é o talo, antes que se divida nos compridos braços flutuantes. É primeiro cozida e então picada, de modo que possa ser misturada com rodelas de cebola, suco de limão e óleo, constituindo uma salada. As rodelas de cebola são usualmente mergulhadas primeiro em água para se eliminar o forte sabor, e, então, são apertadas para retirar a água toda, antes de serem adicionadas à ulte.
Em muitos armazéns pequenos, pilhas de cochayuyu secas podem ser vistas. Olhando para ela, a pessoa julgaria não serem comestíveis, mas, depois de cozidas em água, podem ser combinadas com rodelas de cebola, puré de batatas e um ovo batido para se fazer um assado, ou, pode ser mergulhada numa massa mole e ser fritada em gordura quente.
Luche, outro tipo de alga marinha comestível, cresce um tanto em forma dum grande amor-perfeito verde. Pode-se fritá-la, fazendo tortas conhecidas como empanadas, apenas que não contêm carne. Há, também, o prato conhecido como mar y tierra, um cozido feito de luche com batatas e cebolas fritas. Todos estes pratos de algas marinhas constituem valiosas fontes de iodo para a dieta.

Outras Iguarias Marinhas

À medida que nosso trem corre abraçando a costa, notamos de vez em quando meia pescada ou merluzza pendurada em arame farpado para secar no sol e vento do verão. Depois disso, são guardadas para uso no inverno, quando as tempestades oceânicas tornam impossível a pesca. As crianças gostam muito de beliscar pedacinhos de merluzza seca como lanche entre as refeições. Suas mães amolecem o peixe seco em água fervente, junto com batatas e cebolas, fazendo nutritiva sopa para um dia um tanto frio.
Nosso trem pára na Praia de Dichato, e os vendedores ansiosos levantam varas em que estão enfiados uma meia dúzia de mariscos-facas crus, chamados narvajuelos. Alguns passageiros vieram preparados com pimenta malagueta para temperar seus mariscos. Outros, dirigindo-se ao interior do Chile, aproveitam a oportunidade para comprar um congrio de barriga vermelha ou preta, uma espécie de congro, para levar para casa. A carne branca, ligeiramente mais doce do que a de outros peixes, é apropriada para os melhores restaurantes.
Embora os caranguejos sejam um tanto menores em Dichato, no extremo sul do Chile há uma gigantesca variedade chamada centolla (do latim, significando cem olhos), que fornece pedaços de carne branca com tenra pele vermelha como a lagosta. Estes são semelhantes aos límulos das águas japonesas, apenas que são maiores.
Que as águas aqui abundam de peixes foi evidente no décimo campeonato mundial de pesca submarina, realizado em Setembro de 1971. Naquela oportunidade, cada mergulhador alcançou, em média, cerca de 180 quilos de peixes em doze horas de competição! Incluídas na colheita do Pacífico Sul acham-se, deveras, muitas iguarias marinhas que deliciam o paladar.

in Despertai de 8/3/1973 pp. 24-26

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.