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quinta-feira, 10 de julho de 2008

Mulheres de seita polígama lançam linha de roupa na Internet


As mulheres de uma seita (...) do Texas, que ficaram conhecidas em Abril pela retirada dos seus 468 filhos, lançaram na Internet uma linha de roupa feita à mão que está a seduzir as norte-americanas.Vestidos austeros, camisas modestas, bibes amplos e ceroulas são algumas peças de vestuário, em algodão, confeccionadas pelas mulheres da Igreja Fundamentalista dos Santos dos Últimos Dias, (...). A pedido das autoridades texanas, as mulheres começaram por produzir roupa para vestir as crianças retiradas do rancho da seita e transferidas para centros de acolhimento. Os serviços sociais haviam tentado, em vão, mudar os seus hábitos. Em Maio, o Tribunal Supremo do Texas considerou infundada a retirada das crianças mas as mães tomaram o gosto pela costura «em massa» através da Internet. O vestuário destas mulheres, entrevistadas pela televisão norte-americana na Primavera, lembra as robustas pioneiras do século XIX, já que os seus vestidos são compridos, de cores apagadas e colarinho «chegado» ao pescoço. Ainda assim, a indumentária tem sido procurada por várias norte-americanas no portal fldsdress.com.

Lusa / SOL / EstranhomasVerdade.com

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Japoneses inventam "cerveja" para crianças


Uma empresa japonesa lançou uma linha de bebidas "alcoólicas" para crianças. A Sangaria vende cervejas, vinhos, champanhes e coquetéis feitos especialmente para o público infantil, segundo o blog Kilian-Nakamura. As bebidas têm feito tanto sucesso que estão sendo oferecidas em garrafas, latas e até embalagens com seis unidades. Os consumidores também podem adquirir o produto em restaurantes. A cerveja, por exemplo, é feita a base de soda e suco de maçã. Diferente do Ocidente, onde uma linha de produtos como esta provavelmente despertaria críticas, no Japão as bebidas infantis são bem aceitas. A Sangaria veicula inclusive um comercial na TV em que crianças reunidas bebem cerveja.

Fonte: Redação Terra / EstranhomasVerdade.com


Ora essa! Não inventaram nada! Nós já cá temos o Chamonix!!! ( não tenho a certeza que se escreva assim, mas é aquele champanhe de cidra... )

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Cola — noz apreciada da África Ocidental


SE VISSE um dignitário visitante presentear a um poderoso chefe africano com algumas nozes, talvez se inclinasse a comparar isso a um embaixador oferecer a uma rainha ou a um presidente um saco de balas. Mas, sua comparação estaria longe de ser exata. Pois não se trata de nozes comuns. São as apreciadas colas ou nozes-de-cola — a semente de uma árvore conhecida pelos botânicos como Cola acuminata.
Em realidade, as nozes-de-cola não têm aparência extraordinária. Têm usualmente três e meio a cinco centímetros em sua parte mais ampla e têm a forma de castanhas-da-índia. Sua cor é vermelho-arroxeada, rosa ou branca. E ao invés de ser um petisco saboroso, como se poderia esperar, têm um sabor extremamente amargo, que nem quinino. Mas, sua fama é grande em seu habitat na região da África Ocidental.
Uma análise da noz-de-cola revela que tem quase que todos os componentes do café, do chá e do cacau, além de outros não possuídos por eles. Seu conteúdo de cafeína pode ser tão alto quanto 3,5 por cento. Isto a torna popular entre os trabalhadores noturnos, visto que os ajuda a manter-se despertos. A cola contém teobromina e um estimulante cardíaco glucósido. Assim, é possível detectar o apressamento das batidas do coração depois de mascar uma. Uma noz-de-cola, segundo se diz, habilitará as dançarinas da Sociedade Bundu feminina de Serra Leoa a manter o passo rápido a noite toda.
Mas, além de ser estimulante, as nozes-de-cola têm valor nutritivo. Os homens que trabalham longas horas mantêm-se com nozes-de-cola. Com efeito, muitos africanos comem centenas delas por ano. É interessante que a noz-de-cola tem sido chamada de "uma xícara de café, uma barra de goma de mascar, um tablete de chocolate, um estimulante, uma cápsula de aspirina e uma cápsula de vitamina — tudo isso misturado numa só coisa".
As propriedades medicinais da cola há muito têm sido apreciadas. As pessoas doentes, incapazes de reter o alimento são incentivadas a remoer uma noz. São usadas às vezes junto com a antipirina para tratar a enxaqueca, e há vários outros preparados medicinais que usam nozes-de-cola.
Outro uso da cola é como cosmético. As nozes podem ser também usadas para se fazer um corante marrom para roupa. Mas, naturalmente, talvez o uso mais familiar dela seja em se fabricar muitos tipos de refrigerantes de "cola". Em vista de suas muitas notáveis propriedades, é compreensível por que as nozes-de-cola possam ser compradas nas ruas e em quase todo mercado de Gâmbia ao Congo, bem como em países no interior do norte e do ocidente da África.


Símbolo Social


Muito embora as nozes-de-cola possam ser compradas bem barato, seu uso qual símbolo de amizade as torna um presente apreciado. Assim, figuram com proeminência em cerimônias como um marco de estima para os chefes. Os votos também são feitos sobre uma noz-de-cola.
Entre os povos da África Ocidental, os noivados, os casamentos e os nascimentos raramente deixam de contar com presentes de cola. É costumeiro entre os crioulos de Freetown, Serra Leoa, que um homem envie uma dádiva simbólica à sua futura noiva. A aliança de noivado e uma Bíblia são colocadas numa cabaça branca, fruto parecido a enorme tomate verde, mas que é escavado e endurece para formar um receptáculo útil. Numa segunda cabaça são colocadas algumas coisas que a mulher necessitará depois do casamento — agulha e linha, tesoura, um pedaço de pano e quer sete quer vinte e uma nozes-de-cola.
O país africano de Máli importa grandes quantidades de nozes-de-cola, e ali, também, os noivados envolvem a cola. Uma proposta de casamento da família do rapaz é acompanhada duma dádiva de nozes-de-cola. O número será algum múltiplo de cem, mais um extra para o patriarca responsável de dar o consentimento final. Se a noz-de-cola extra não for enviada, as outras colas serão devolvidas e o casamento será cancelado. A aceitação das nozes-de-cola sela legalmente o acordo matrimonial.
Também em relações que não têm a aprovação paternal se emprega a noz-de-cola. Entre os mossi de Alto Volta, reuniões clandestinas são arranjadas durante as visitas da moça ao mercado. Por fim, o rapaz talvez envie um amigo, que informa a moça de suas intenções. Se houver resposta favorável, ela receberá um presente de quatro colas junto com algum dinheiro. Assim, o arranjo é selado sobre as nozes-de-cola.


Emprega a Linguagem


Tão destacado é o uso da noz-de-cola na África ocidental que é empregada em muitas expressões coloquiais para indicar algo de valor ou um presente. Por exemplo, há o provérbio: "Com boa saudação de cola, obtém-se uma boa acomodação." Este provérbio da língua mende de Serra Leoa não precisa de explicação. Também há o provérbio krio: "As boas palavras resultam em cola." Isto quer dizer que suas palavras bondosas resultarão num presente.
Outra forma de se usar a cola na linguagem coloquial é em relação a uma peita ou dinheiro de tributos. Tem sido costumeiro em alguns países que os que desejam trabalhar disponham de algum dinheiro para dar ao agente empregador como sua "cola". Os capatazes extorquem a "cola" dos homens que trabalham sob eles. Também, homens em posição de conceder grandes contratos receberão "cola", isto é, suborno.


Envolvida em Práticas Supersticiosas


Em Serra Leoa, é costume bem estabelecido cozinhar para os mortos no sétimo e no quadragésimo dia. Quando a comida fica pronta, colocam-se pratos para os mortos, e a viúva toma uma noz-de-cola vermelha e uma branca, cada uma tendo dois segmentos. As nozes são partidas ao meio. Agora, segurando os quatro pedaços na mão, a viúva fala com seu ente querido que partiu, pensando que pode comunicar-se com ele. Daí, a cola é lançada ao solo. Se duas, três ou todas as quatro extremidades internas parecem estar voltadas para cima, crê-se que o falecido respondeu e aceitou a dádiva de alimento. Os pedaços da noz-de-cola que ficam voltados para cima são compartilhados pelos convivas; os outros são enterrados do lado de fora da casa.
Ao passo que tal costume está em grande uso, muitas pessoas simplesmente fazem isso como formalidade ou para apaziguar outros parentes. Outra prática supersticiosa que envolve o uso de cola é a de o genitor levar o filho delinqüente ao túmulo de um parente de destaque e relatar as más ações do filho. Deixa-se então um presente de nozes-de-cola na esperança de que o parente influencie o filho a moldar seus maus hábitos. Também, fazem-se pedidos aos mortos para se ficar rico e nozes-de-cola são amiúde deixadas no túmulo como esmolas.


Importante Exportação — Presente e Passada


Cultivar a cola pode ser um sólido investimento. As árvores crescem em abundância nas regiões costeiras da África Ocidental. Também têm sido cultivadas nas Índias Ocidentais e nas áreas tropicais da América do Sul e da Ásia. Uma árvore madura de quinze metros de altura produzirá duas safras ao ano durante cinqüenta anos, dando talvez quase 55 quilos de nozes por ano.
Em milhares de comunidades da África Ocidental, a produção de nozes-de-cola cresceu a índices enormes. Grandes quantidades delas são enviadas para os Estados Unidos e os países europeus, onde a cola é secada e usada para se fabricar refrigerantes. As nozes-de-cola também são exportadas para os países no interior da África, tais como Máli, Alto Volta e Níger. A Nigéria apenas envia as nozes-de-cola para o norte por rodovia e ferrovia no valor de cerca de Cr$ 100 milhões por ano. E a Costa do Marfim, com seus oito milhões de árvores coleiras, produz uma safra anual de 20.000 toneladas, valendo cerca de Cr$ 30 milhões.
Durante séculos, caravanas levavam nozes-de-cola de Kano, na Nigéria, da Serra Leoa e da região montanhosa da Guiné para as costas do norte do continente. As rotas de caravanas há muito estabelecidas ainda existiam perto do fim do século dezenove. Naquele tempo, Freetown, Serra Leoa, era visitada por caravanas sudanesas que traziam ouro e gomas, e uma caravana de 5.000 pessoas levava em troca nozes-de-cola. Assim, se não fossem as nozes-de-cola, as rotas de caravanas que cruzavam milhares de quilômetros do deserto do Norte da África talvez jamais tivessem sido estabelecidas.
Quando foi abolido o tráfico de escravos, a noz-de-cola não perdeu nada de sua popularidade. Ainda é parte proeminente da vida na África Ocidental. Por exemplo, quando a Serra Leoa lançou vinte e cinco novos selos em dezembro de 1967, nada menos de onze deles traziam a gravura das folhas verdes e flores amarelas da coleira. Na verdade, a cola é apreciada noz da África Ocidental!


*** g70 22/7 pp. 17-19 ***

Provérbio da semana (14:5)

Testemunha fiel é quem não mente, mas a testemunha falsa profere apenas mentiras.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

As maravilhas do inverno


MUITO poderia ser dito sobre as inconveniências do inverno nas latitudes setentrionais, o frio e o gelo, a geada e a neve que ameaçam o homem e outras criaturas com dificuldades e fome. O inverno amiúde traz à memória rodas chiantes de carro, presas em sulcos escorregadiços, motores rangestes que demoram a pegar em temperaturas abaixo de zero, o passo apressado no meio da neve semi-derretida, e do granizo, de dedos, orelhas e pés congelados. Tendo isto presente, poder-se-ia dizer: "O que há de tão maravilhoso no inverno?"
Mas, nem tudo é ruim no inverno, não é? Pergunte quase a toda criança que rola na neve o que ela pensa do inverno. Pergunte à criança que molda um boneco de neve, ou aos jovens que patinam em tanques congelados, ou a adultos que esquiam por encostas de neve fina, ou ao vovô que lê um livro junto a uma lareira ardente. Talvez lhe digam que o inverno é "divertido", "maravilhosa época do ano", apesar de suas durezas.
As maravilhas do inverno, porém, não findam com os folguedos e a distração. As tâmias e marmotas antes barulhentas colocam-se quietamente enroladas em suas tocas bem-abrigadas, dormindo até que chegue o tempo mais quente. Os gansos, os patos e as toutinegras há muito deixaram os arbustos e as árvores desnudas, indo em direção ao sul em busca de sol e calor. Os insetos são imobilizados pelo frio.
Mas, acima e além do lençol de neve há vida. Quando se põe quieta nos bosques ou no fundo do quintal, a pessoa pode ouvir os diminutos chapins pipilando em busca de insetos e sementes. Os pica-paus correm de árvore em árvore em busca de ovos e larvas que jazem dormentes nas fendas das cascas ou seladas em seus casulos sedosos. Robustas gralhas se juntam no alto das árvores. As pegadas na neve revelam que as doninhas, os coelhos, as raposas e os veados saíram em busca de comida. Ouvem-se os tanques congelados fender-se e ranger. Há também o vislumbre de um mundo especial de cristais aquosos reluzentes que se estendem, crescem, estilhaçam, refluem e fluem com surpreendente precisão e austera beleza.
Embaixo do lençol de neve, as folhas caídas e o solo duro, também sob a casca das árvores, sob os degraus da varanda, em depósitos e prédios abandonados, há vida em forma de sementes, ovos, casulos, raminhos, animais adormecidos e raízes latentes, cada um retendo dentro de si a promessa de vida na primavera.
Com efeito, vivo e operando na floresta do inverno, acha-se outro mundo. A uma profundidade de mais de sete e meio centímetros de cada novecentos e vinte e nove centímetros quadrados de chão da floresta podem-se achar organismos que totalizam mais de 100.000.000.000 — cerca de trinta vezes a população humana da terra inteira. Deste total, os animais suficientemente grandes para serem vistos a olho nu constituem apenas 0,000.004 por cento! Estes bilhões de organismos se empenham a fundo em transformar as folhas caídas e outros detritos em gases e substâncias nutritivas que possam mais uma vez ser utilizadas pelas plantas verdes para fabricar alimento e oxigênio. Vinda a primavera, haverá alimento para as árvores e outra vida vegetal. Outra maravilha é o próprio símbolo do inverno — o floco de neve. Estes cristais extremamente frágeis mantêm suas formas hexagonais à medida que caem dos céus cinzentos a centenas de metros. Os flocos de neve são resultados rendilhados do vapor d’água que se forma em redor de diminutas partículas de pó no ar. Ao passo que normalmente não notamos este pó, podemos vê-lo quando captado por um raio de luz solar. Na temperatura correta, quando a molécula de vapor d’água se une a um núcleo de pó, nasce um floco de neve. Assume formas notáveis ao mergulhar em direção da terra. Algumas formas são deleitosamente simples e outras são fantasticamente complexas, mas não há duas precisamente iguais. Alguns cristais de neve formam os desenhos mais lindos do mundo. As belas formas rendilhadas têm sido amiúde copiadas em peças de joalheria e nos padrões de tecidos. "É uma maravilha das maravilhas que a dança das moléculas produza tais desenhos geométricos", afirmou certa autoridade sobre flocos de neve.
Usualmente os flocos de neve caem individualmente, mas se a temperatura estiver pouco acima do ponto de congelamento, talvez adiram ao cair, às vezes formando um floco de uns dez centímetros de diâmetro. Quando cai suficiente neve, uma quantidade incomum de ar é captada dentro dos cristais de neve. Soube-se de homens que sobreviveram por dois dias enterrados na neve sem ficarem sufocados. Por causa de seu potencial de retenção de ar, a neve constitui excelente insultador, retendo o calor nas camadas inferiores do solo e preservando as sementes de se congelarem e as safras hibernais de serem destruídas. Quão útil é esta linda maravilha hibernal!
Outra maravilha do inverno é o gelo! O simples congelamento da água constitui tremendo milagre em seu significado. Segundo todas as regras de comportamento físico, o gelo não devia flutuar. Quase toda substância sólida, líquida ou gasosa diminuirá de volume ao baixar sua temperatura. A água segue esta regra precisamente como gás, e como líquido, durante 96 por cento da escala de temperatura até seu ponto de congelamento. Mas, a 4° Centígrados, algo acontece. Ao continuar o resfriamento, ao invés de contrair-se, a água se expande. As moléculas de gelo parecem captar moléculas de ar em suas estruturas enregeladas, congelando-se em forma sólida a 0° Centígrados, formando blocos de gelo que flutuam, tendo cerca de nove-décimas partes submersas sob a água circundante.
Se não fosse este fenômeno — esta maravilha do gelo flutuante — os mares, lagos e rios do mundo iriam gradativamente congelando-se em forma sólida, privando a terra de sua reserva de água muitíssimo necessária. Mas, como se dá, quando chega o inverno, o gelo se forma e flutua na superfície dos corpos aquosos, formando uma pele insultadora que protege a água embaixo de continuar congelando-se e, assim, salvaguarda as coisas viventes que se acham ali.


*** g70 22/7 pp. 3-4 ***


Provérbio da semana (14:1)

A mulher realmente sábia edificou a sua casa, mas a tola a derruba com as suas próprias mãos.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Preso por cheirar axilas!


Um homem de 36 anos, de Singapura, viciado em cheirar axilas femininas, foi condenado a 14 anos de cadeia e a 18 chibatadas nas nádegas, refere a agência Reuters.De acordo com a reportagem do jornal «Strait Times», o homem molestou 23 mulheres durante um período de 15 meses, ao cheirar as suas axilas. O «cheirador de sovacos» foi preso depois de uma dona de casa o ter denunciado à polícia.O homem é mentalmente instável e tem condenações anteriores ligadas a droga e sexo. A pena de prisão foi equacionada por receio de que o homem pudesse iniciar outra ronda de ataques.As chicotadas são um acrescento à pena que geralmente se aplica em Singapura a homens que cometem crimes que vão desde o vandalismo à posse ilegal de drogas e violação.

PD / EstranhomasVerdade.com


A questão que se levanta é: cheirava os sovacos antes ou depois de as senhoras colocarem desodorizante?!

Se bem que não tenho a certeza que em Singapura existam desodorizantes...


segunda-feira, 23 de junho de 2008

Um antigo líquido beneficia o mundo moderno


UM LÍQUIDO para embalagens, arquitetura, engenharia e arte! Essencial para automóveis, rádio, televisão e satélites, é também indispensável em hospitais, fábricas e lares. Pode ser tão forte como o aço, tão duro como pedras preciosas, tão pesado como ferro; ou pode ser tão frágil como a casca de ovos, macio como seda e leve como cortiça. Disponível numa abundância ultrapassada por poucos outros materiais, é o líquido da antiguidade: o vidro.
"Vidro um líquido?" talvez pergunte incredulamente. Sim, quando o vidro é fundido numa mistura incandescente de ingredientes derretidos, seus átomos e suas moléculas retêm a estrutura irregular dum líquido, embora se torne tão rígido como os sólidos comuns. Um líquido que tem aspecto, contextura e comportamento igual a um sólido parece fantástico, mas as propriedades peculiares de seu estado sem igual tornam o vidro um dos seus servos mais versáteis e valiosos.
O fabrico do vidro é uma das indústrias mais antigas. Também é bem moderno. O homem tem usado o vidro por mais de trinta e cinco séculos, mas quase ainda "nem tocou na superfície" da sua versatilidade, até cerca de setenta e cinco anos atrás. De fato, foi só em 1903 que se produziu a garrafa de vidro toda automaticamente, e a máquina para a produção de vidraça só se tornou realidade comercial por volta de 1916. Desde então, maior conhecimento e melhores meios de utilizar este líquido espantoso permitiram que a produção em massa transformasse o vidro de um luxo caro em servo, em miríades de formas.


Produção Contínua


Os ingredientes básicos do vidro não sofreram mudança, durante milhares de anos. Areia silicosa, cal e soda ainda constituem cerca de noventa por cento do vidro do mundo, mas a escala de produção foi aumentada consideravelmente para satisfazer as demandas modernas. Os atuais fabricantes de vidro selecionam escrupulosamente toneladas de matérias-primas puras, pesam-nas até em gramas, misturam-nas cabalmente e então levam esta mistura ou massa a gigantescos tanques de fornos, que podem conter cerca de mil toneladas de vidro fundido. Embora a adição de pedaços ou cacos de vidro da mesma fórmula a ser fabricada apresse o processo de fundição, o forno precisa ser aquecido a cerca de 1.550 graus centígrados! Nesta temperatura, o vidro em fusão é tão corrosivo, que o processo tem sido comparado à fundição dum bloco de gelo num vasilhame feito de açúcar. As paredes refratárias do forno precisam usualmente ser substituídas cada dois a quatro anos.
No entanto, uma vez que se iniciou o processo, ele continua dia e noite, semana após semana, até que consertos ou mudanças na fórmula obriguem a uma interrupção. A massa é continuamente introduzida numa extremidade do forno, ao passo que o vidro maleável, misturado e refinado até alcançar uma viscosidade uniforme, livre de bolhas e de impurezas, é retirado na outra extremidade. O líquido incandescente está então pronto para ser estirado, prensado ou soprado, para o seu uso.


Vidraça


Embora algumas casas romanas elegantes, durante o primeiro século E. C., ostentassem janelas de vidro quase transparente, há pouco mais de um século ainda eram consideradas luxo. Atualmente, a produção anual de vidraça ocuparia a extensão de milhares de quilômetros, enquanto o antigo líquido é estirado, cortado e emoldurado para deixar passar luz, reduzir o barulho, reter o calor e manter o frio fora.
A vidraça comum é produzida num forno de estiragem, uma pequena extensão do forno grande. Para se iniciar a produção, abaixa-se dentro da fusão uma grelha de ferro, que é então levantada vagarosamente. O vidro em fusão é bastante líquido para fluir, mas é suficientemente viscoso para aderir à grelha, de modo que é levantado verticalmente numa placa contínua! A grelha é então separada enquanto rolos condutores, movidos a eletricidade, elevam o líquido endurecido a uns dez metros para cima, a um lugar onde a placa polida pelo fogo é cortada em tamanhos padrões.
As superfícies da vidraça produzidas por este método não são perfeitamente paralelas, causando ligeiras distorções ópticas no vidro. Para se obterem janelas e espelhos opticamente superiores, o vidro plano, estirado desde o forno, move-se horizontalmente como uma fita contínua de trezentos metros de comprimento, entre gigantescos rolos desbastadores. É desbastado em ambos os lados simultaneamente até ficar quase que perfeitamente plano. A vidraça é então cortada em seções e polida para permitir a vista sem distorção da estrada a algum motorista ou para fascinar a criancinha com a sua imagem imaculada de faces rosadas no vidro.


Vidro Flutuante


Em 1959 anunciou-se um novo processo revolucionário para o fabrico de vidraça de qualidade. Chamado de processo de flutuação, elimina completamente os processos dispendiosos do desbaste e do polimento.
O vidro em fusão flui do forno numa tira contínua diretamente sobre a superfície dum tanque fechado, de estanho fundido. O vidro é mantido suficientemente aquecido para se eliminarem todas as irregularidades, ao passo que as superfícies se tornam perfeitamente lisas e paralelas. O vidro é cuidadosamente esfriado ao avançar sobre o tanque de flutuação, emergindo livre de distorções, com superfícies duras, polidas à fogo.
O vidro flutuante recebeu entusiástica acolhida, especialmente por parte da indústria automobilística, que absorve cerca de 50 por cento de todo o vidro plano fabricado anualmente.


Diversidade de Usos


Cada ano, o vidro fornece 29 bilhões de recipientes para tudo, desde para alimentos de bebês até os para ácidos corrosivos. Nenhum outro material conhecido pode igualar este serviço prestado, tornado possível pelo antigo descobrimento de que o vidro quente pode ser soprado quase em qualquer forma. A tecnologia moderna aplica este descobrimento à produção em massa, a velocidades fantásticas.
Quando se fabricam garrafas ou jarros, massas de vidro caem do forno em moldes com tanta rapidez, que são quase que invisíveis! Um contracunho obriga o vidro a tomar a forma do molde inicial, e o vidro é então transferido para um "molde de acabamento", onde se lhe dá a forma final por meio de ar comprimido. O molde se abre e o recipiente sai, ainda brilhando de vermelho, cerca de seis segundos depois de o vidro ter deixado o forno!


Uma Arte Antiga


Embora tais máquinas complexas talvez sejam impressionantes, é o soprador de vidro que realmente encanta o observador. Usando só algumas ferramentas simples e a perícia tradicional do antigo ofício, este artesão molda o líquido em artigos delicados e belos, além do alcance da automação.
Vidro artístico e belos utensílios de mesa são produtos da sopragem manual. As técnicas desta profissão clássica remontam a centenas de anos atrás. Quando Veneza era capital da indústria do vidro, no século quatorze, seus sopradores de vidro podiam ser punidos com a morte caso revelassem os segredos desta arte. Mais tarde, por volta dos meados do século dezessete, desenvolveu-se na Inglaterra um vidro lustroso, transparente, especialmente próprio para a sopragem manual. Conhecido como cristal ou vidro de chumbo, é o tipo mais em demanda para os modernos tesouros de vidro.
Os sopradores de vidro operam em "turmas’, de seis ou sete homens. Primeiro, o "colhedor" retira a quantidade necessária de vidro fundido na extremidade do seu tubo de soprar, ou cana. Este tubo oco de ferro, de um metro e meio de comprimento, tem numa extremidade um bocal e na outra um bulbo. Para os inexperientes, a cana de soprar é um tubo longo e desajeitado, mas para o mestre soprador de vidro é companheiro inseparável do artista e do seu ofício.
O colhedor modela o vidro aquecido por rolá-lo numa chapa usinada de ferro. Um sôpro através da cana dá ao vidro uma forma preliminar. Diversos operários acrescentam a sua perícia para dar forma ao vidro, rodando-se a cana constantemente para impedir que a massa mole perca a forma. Girando-se a cana, alonga-se o vidro; rodando-a rapidamente o achata. Ferramentas para dar forma produzem uma extremidade aberta ou apertam-na num gargalho, achatam as beiradas, arredondam a massa e cortam fora o excesso de vidro. O tamanho, o formato e a grossura dependem da quantidade de ar soprada no vidro, do ângulo em que se segura a cana e da proporção em que se deixa o vidro esfriar. De tempos em tempos, o vidro precisa ser devolvido ao forno de recozimento, para mantê-lo suficientemente quente a fim de ser maleável, numa temperatura de cerca de 980 graus centígrados!
Durante a operação, o olho vigilante do soprador leva a peça de arte à sua beleza final. O mestre-soprador da oficina cuida pessoalmente dos trabalhos mais difíceis, baseando-se em muitos anos de experiência adquirida na utilização do movimento fluido, gracioso do vidro, para obter linhas puras e elegantes. Seu conhecimento de onde e como o vidro se moldará é quase que incrível. Quando o soprador acabou a sua obra de arte e está satisfeito de que a peça é imaculada, esta é colocada no forno de recozimento para ser esfriada gradualmente.
Durante a moldagem final do vidro, este é preso a um "pontel", uma vara sólida e comprida, que deixa um sinal na base. Este sinal é esmerilado, deixando em algumas peças uma leve depressão, indício de vidro genuinamente fabricado à mão.
O objeto pode ser decorado por meio de cortes ou pela arte difícil da gravação com mós de cobre. O gravador pode usar tantas quantas cinqüenta mós rotativas de diversos diâmetros, supridas de pó de esmeril e de óleo, para talhar desenhos rasos que têm aparência de baixo-relevo. A qualidade brilhante do vidro captura a luz e a reflete através da obra-prima do gravador. Tais itens do antigo líquido, em formas estéticas, podem valer milhares de dólares, lembrando-nos de que o vidro ainda pode ser contado em valor comparável às pedras preciosas.
O grau em que as qualidades do vidro podem ser variadas e controladas é tão grande que se produziram mais de 100.000 fórmulas para usos diferentes. Diversas variações do vidro de chumbo fornecem isoladores para circuitos elétricos, luzes néon e lentes ópticas de precisão. O puro vidro silicioso produz espelhos para telescópios de satélites e refletores para o raio laser. Vidro especial que suporta o calor da reentrada e do frio do espaço é utilizado em veículos espaciais com janelas.
Combinações de fórmulas especiais e de tratamento especial produzem painéis de vidro colorido, tijolos de construção e de isolamento para decorar e proteger edifícios modernos. Os vidros temperados e quimicamente endurecidos aumentaram a sua segurança. Vidro colorido protege seus olhos. E agora, as novas famílias das fibras de vidro e da cerâmica de vidro parecem quase tão versáteis como seu antepassado antigo!
Deveras, este notável líquido da antiguidade é o seu servo moderno em mil formas, pedindo em troca apenas uma limpeza ocasional, para que o seu brilho possa continuar luminoso.


*** g70 8/7 pp. 21-24 ***

Provérbio da semana (13:25)

O justo come, fartando a sua alma, mas o ventre dos iníquos ficará vazio.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Habitantes das montanhas


MONTANHAS elevadas que penetram nas nuvens e atingem altitudes estonteantes talvez pareçam a nós, humanos, friamente majestosas, solitárias, até mesmo proibitivas. Todavia, para uma grande variedade de animais selváticos elas são o lar. Algumas destas criaturas nunca pensariam em descer a uma altitude mais baixa. E a observação delas num zoológico, mesmo que sobrevivam a tal experiência humilhante, não dá uma idéia realística do seu modo de vida entre os picos e os abismos.
Algumas destas criaturas não são bem conhecidas por nós, ao passo que os nomes de outras se tornaram palavras quase que familiares. Por exemplo, já ouviu falar do niala, com os seus chifres espiralados que chegam a medir até mais de um metro de comprimento? Foi descoberto em 1908, numa altitude de 2.700 metros, nas montanhas do sul da Abissínia. Por outro lado, quem é que não ouviu falar da chinchila? A variedade montanhesca vive numa altitude de 5.000 metros.
Naquelas altitudes há também aves que voam alto e fazem seus ninhos em lugares inacessíveis. Há grande variedade de aves, tais como falcões, águias, o pato fusco, o estorninho zaino de bico fino e uma multidão de outras.
Podemos olhar mais de perto para alguns destes moradores lá no alto, sem arriscarmos a vida ou quebrarmos os ossos? Sim, podemos, pois outros já subiram a tais altitudes atordoadoras e registraram suas observações de primeira mão para nosso benefício.


O Gorila das Montanhas


Comecemos com o gorila das montanhas, o símio gigante descoberto nas grandes elevações das florestas do oeste da África, em 1847. A belicosidade noticiada desta criatura, sua enorme força e o isolamento de sua habitação têm estimulado a imaginação do homem e criado um pouco de mistério, suscitando o interesse popular e científico.
A expedição para investigar os primatas africanos partiu em fevereiro de 1959 para esclarecer o mistério. Alcançar seu objetivo envolveu percorrer as florestas e subir às montanhas encobertas por nevoeiros. Por fim, em janeiro de 1961, chegaram ao lugar de morada do gorila das montanhas, cuja população supostamente soma no total entre 5.000 e 15.000. Durante as 466 horas que passaram em plena vista destas criaturas poderosas, aprendeu-se e registrou-se muita coisa.
Ao todo, os membros da expedição tiveram a oportunidade de estudá-los em 314 encontros separados. Imagine um destes enormes animais aproximar-se a cinco metros de distância — sem que nada lhe impeça chegar-se ainda mais perto! Esta foi a experiência de um dos membros do grupo visitante.
Estes camaradas enormes se levantam cedo, por volta das 6 horas da manhã, e se recolhem por volta das 18 horas. O desjejum pode durar umas duas horas, sendo que seus corpos maciços se locomovem de um petisco para outro. Aproximadamente das 10 às 14 horas, ficam ociosos. Depois começam novamente a buscar alimento — alimento em maior variedade do que qualquer zoológico proveria. Colecionaram-se um total de 100 plantas alimentícias nas diversas áreas em estudo, o que de modo algum constitui uma alimentação monótona!
Os observadores notaram que estas criaturas possuem um total de umas vinte e duas pronunciações ou vocalizações distintas, oito delas ocorrendo com bastante freqüência. Há um murmúrio suave — indício seguro dum símio contente. Uma série de grunhidos abruptos serve para manter o grupo unido. Um grito dissonante pode dar a impressão de que se comete um assassinato. É mais provável que seja apenas uma altercação com muitos blefes. Um grito estridente indica que um filhote tem medo de ser deixado para trás. A mamãe, sem dúvida, responde logo.
Mas que dizer daquele gesto notório dos gorilas, de baterem no peito? Para isso terá que ter paciência, pois não acontece freqüentemente. Mas uma vez que começa, presencia um verdadeiro espetáculo! Começa com uma série de sons semelhantes à buzina, após os quais o animal, ‘buzinando’ num ritmo mais acelerado, se levanta nas pernas traseiras como uma montanha de pêlo, lança algumas plantas ao ar, dá pontapé com uma perna e no auge bate no seu peito maciço diversas vezes com as mãos em concha. Daí corre lateralmente, batendo e arrancando a vegetação, e finalmente bate no chão com palma pesada. Estas batidas no peito foram gravadas; seus urros de alta intensidade são provavelmente os sons mais explosivos em todo o reino animal!
Um exame mais de perto destes brutos poderosos, que pesam até duzentos e setenta quilos, revela que, quanto à vista, ao ouvido e ao olfato, suas faculdades são aproximadamente iguais às do homem. Locomovem-se quase sempre de quatro. O mais longe que se viu um deles andar ereto foi a distância de vinte metros. É também interessante que durante todas as horas de observação nem uma única vez se viu um gorila usar qualquer espécie de instrumento.
Os membros mais jovens do grupo se entregam a uma série de brincadeiras: seguir a um líder em fila indiana, correr, trepar, deslizar e brincar de balança. Levam uma vida relativamente pacífica. Raras vezes se ouvem brigas. O banho de sol é uma das suas principais formas de descanso. Deitam-se de costas, com o peito peludo exposto aos raios quentes do sol. Sempre que chove, qualquer árvore oferece abrigo, ou podem simplesmente ficar sentados juntos, com os ombros encurvados, ao ar livre, esperando pacientemente que passe a tempestade.


Os Camelos das Montanhas


Agora, folheando as anotações dos naturalistas, demos uma olhada nos camelos das montanhas, no seu próprio meio-ambiente, lá no alto dos Andes sul-americanos, nos desertos de pedra ou punas. A vicunha é selvática, muito prezada pelo seu pêlo, ao passo que o lhama é domesticado, genuíno navio do deserto. Têm aspecto bastante diferente da criatura que costumamos chamar de "camelo", no entanto, ambos são verdadeiros camelos.
O lhama é principalmente animal de carga, mas um animal de carga sem igual, pois pode carregar fardos pesados mesmo no ar rarefeito das altas montanhas, amiúde abaixo de zero e no meio de fortes ventos e nevascas uivantes. Todavia, não aceita nem um quilo a mais de carga do que deseja carregar. Os lhamas ficam gordos e lustrosos naquelas encostas despidas, onde não se pode ver nenhuma folha de grama e onde há apenas rocha e areia.
Mas como sobrevivem? É nisto que se mostra a sua habilidade de alpinistas! Procuram petiscos deliciosos (isto é, para eles), tais como líquem-das-renas, outros líquens e cactos, que conseguem em pastos incrivelmente escarpados.
O lhama tem também equipamento especial, e precisa dele, pois alguns dos maiores caçadores do mundo animal vão atrás dele — a suçuarana e o jaguar. Os dedos macios e acolchoados dos pés, quase que como garras, permitem-lhe apegar-se às superfícies muito íngremes, como se tivesse copos de sucção em lugar de pés. Os próprios pés, muito soltos nas articulações, muitas vezes parecem desconjuntados, visto que se ajustam a todo ângulo e fenda.
Uma vista comum, mas espantosa, é ver o rebanho de lhamas pastando em rocha aparentemente despida, tão íngreme que nem mesmo o índio nativo encontra apoio! Ainda outra vista emocionante é ver um único lhama atravessar saliências despidas ou andar através do gelo vítreo duma geleira, centenas de metros acima duma torrente impetuosa. Parece que um passo em falso, poderia lançar a criatura no abismo.
A vicunha, por outro lado, não é mantida em rebanhos. É famosa pelos seus movimentos erráticos e rápidos, e pelos seus enormes pulos. A cerca de cinco mil metros acima do nível do mar, podem ser vistas correr com tal velocidade, que apenas se consegue ver a poeira que levantam, e depois parar instantaneamente. Podem dar saltos de até cinco metros, retorcer-se no ar, e, no momento em que seus pés tocam no solo, disparar como loucas em outra direção inteiramente diferente.
Às vezes se pode ver um rebanho de cinqüenta ou mais correr em círculo, brincar de eixo-badeixo, dar saltos mortais para frente ou para trás, como que para proclamar a sua liberdade. Ao menor sinal de perigo, se desvanecem numa nuvem de poeira. Evidentemente, não têm a mínima idéia, do perigo existente no seu elevado pátio de recreio. Amiúde se ferem ou morrem em quedas, apesar da idéia popular de que nunca dão um passo em falso.
É interessante que parecem ser simplórias. As vicunhas voltam vez após vez ao mesmo lugar de pouso, mesmo que várias delas sejam mortas cada noite. De modo que tudo o que o caçador precisa fazer quando encontra um lugar de pouso é esperar. Apanhará a sua caça na certa. A vicunha não pula por cima, nem rompe ou cruza qualquer barreira, não importa quão frágil. Esta talvez consista apenas em duas cercas de corda fraca, usadas pelos índios para fazer os animais descer num funil, em cuja extremidade podem ser mortas ao emergirem. Elas não tentarão romper a leve barreira de corda!
Seu pêlo valioso fez das vicunhas alvo especial dos caçadores. Um casaco de vicunha é tão fino e leve, que um manto de uns três metros quadrados pode ser dobrado e apertado num pacote de uns vinte e três por trinta e cinco centímetros, e não ter mais de dez centímetros de grossura — um pacote que pesa menos de dois quilos. Os governos do Peru e da Bolívia tiveram por fim de promulgar leis estritas para refrear a matança em massa destas criaturas amantes da liberdade.


Outros Alpinistas Intrépidos


O cenário muda agora para as montanhas do noroeste da América do Norte. Ali habita o cabrito montês de olhos amarelos, na realidade um antílope. Com a sua barba branca balançando serenamente ao vento, faz lembrar um velho professor, a quem o vê. No entanto, nenhum professor poderia acompanhar esta criatura das mais firmes no passo. Vestido de quente roupa de baixo, de lã de sete a dez centímetros de grossura, leva uma vida árdua e difícil acima da linha onde acabam as árvores. Seu casaco é longo e emaranhado, também de pura lã. Mas os naturalistas não têm muita certeza de como, apesar de tal equipamento, ele consegue sobreviver às condições árticas do norte das Montanhas Rochosas. Este animal larga às vezes tanta lã, que os índios podem ajuntar vários alqueires dela num espaço de poucos metros quadrados.
A segurança de passo deste cabrito é realmente fenomenal. Ele raras vezes avança a menos que tenha certeza do que tem na frente de si. Todavia, se a trilha elevada acaba em nada, não fica em pânico. Ele pode retroceder de costas até poder dar volta, ou pode erguer-se nas patas traseiras, com centenas de metros de abismo abaixo de si, encostar-se firmemente contra o rochedo, virar-se por dentro e deixar-se novamente cair sobre as quatro patas, tão facilmente como nós subiríamos à calçada. Mas este não é o limite do seu atrevimento. Pode preferir antes desafiar o abismo embaixo, esticando-se simplesmente para cima e se segurando numa pequena saliência de rocha, e puxar-se ainda mais para cima.
Iguais ao lhama, estes cabritos monteses têm os seus próprios sapatos especiais. A sola de cada dedo do pé é côncava e age como copo de sucção. As fendas entre os dois dedos se abrem para a frente, de modo que quando o animal desce numa encosta lisa de rocha seu peso abre os dedos ainda mais para lhe dar um passo seguro. Estas criaturas têm muita curiosidade a respeito dos homens que de vez em quando invadem interessados o seu meio ambiente montanhesco.
E depois há o carneiro das montanhas rochosas, também nascido num mundo de picos elevados. Esta criatura é realmente um animal ovino, mas sem a tradicional lã. Ele também é ágil e ligeiro de pé. Observou-se um carneiro velho, na Sierra Diablo, no oeste do Texas, descer um penhasco quase vertical de quinze metros de altura. Outro deu um salto de quase cinco metros sobre um abismo. Os carneiros monteses andam na maior parte em rebanhos. As mães vigiam severamente enquanto os cordeirinhos se divertem, brincam de pegador, seguem a um em fila indiana, pulam sobre rochas, correm em volta de picos e se dão cabeçadas.
Outro vizinho nesta região montanhosa do norte é o chamado castor das montanhas. Trata-se realmente dum nome impróprio, pois ele não é verdadeiro castor. Não tem cauda e não tem a reputação do verdadeiro castor quanto à diligência. Ora, o teto do seu túnel é muitas vezes tão fino que desaba. Se o entulho o incomoda, ele simplesmente o ajunta e empurra para fora. Pode ser visto durante o inverno inteiro, seguindo a sua rotina diária, pois não é criatura que hiberna.
Por fim, vamos dar uma olhada no hírax, na região em que normalmente habita, no Monte Quênia, na zona alpina da África. Sem cauda, com o tamanho aproximado dum coelho, diz-se que esta criatura peculiar está aparentada com o elefante e o rinoceronte. Seu esterco é peculiar, pois contém o hiráceo usado nos perfumes elegantes. Menos sofisticado e menos ágil do que alguns dos seus vizinhos montanheses, o hírax mora em tocas, em temperatura um pouco acima do congelamento. Está equipado com um casaco de pêlo marrom de uns cinco centímetros de grossura. Seus primos moram nas pradarias baixas, onde é mais quente, de modo que o seu pêlo tem apenas a grossura de um centímetro e pouco.
Portanto, onde quer que haja elevações montanhosas em toda a terra, há criaturas interessantes que consideram as montanhas o seu lar. A inacessibilidade significa para estas criaturas principalmente segurança contra predadores humanos. Há grandes e pequenas. Incluem uma grande variedade: o forte gorila, a vicunha risonhamente livre, o pacato cabrito montês, o estólido lhama de carga e o ligeiro castor das montanhas. Se vir alguma vez um destes num jardim zoológico, imagine mentalmente o mundo limpo e airoso de picos e abismos que eles chamam de lar.


*** g70 8/7 pp. 17-21 ***

Provérbio da semana (13:24)

Quem refreia a sua vara odeia seu filho, mas aquele que o ama está à procura dele com disciplina.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A evolução do conceito de roubo


Como os chineses celebram o Ano Novo


DE MODO geral, cada nação tem uma festa que considera mais importante do que as outras. Para os chineses, esta festa é o Ano Novo lunar. Durante milhares de anos, os chineses têm considerado o Ano novo como a época mais festiva do seu calendário.
Embora os chineses tenham adotado oficialmente o calendário gregoriano em 1912, o ano novo solar, em 1.° de janeiro, de modo algum é tão popular como o ano novo lunar. Por exemplo, no ano novo solar, a maioria das firmas e dos escritórios concedem apenas um dia de folga, mas durante a festa do Ano Novo lunar ficam fechados por três ou quatro dias, alguns até por uma semana. O ano novo lunar dos chineses cai na primeira lua nova depois de o sol entrar na casa do Aquário no zodíaco, que pode ser em qualquer tempo entre 21 de janeiro e 19 de fevereiro.


Preparativos Para a Festa


O entusiasmo dos chineses por esta celebração ultrapassa até mesmo o demonstrado pelos ocidentais para com o Natal. As pessoas começam a preparar-se para ela com meses de antecedência. Até mesmo famílias de poucos meios gastam muito dinheiro em fazer compras consideradas necessárias para a celebração. Visto que se dá ênfase à novidade, as pessoas gostam de comprar roupa nova. Em Hong Kong, o povo tem o costume de comprar sapatos novos, e todas as sapatarias fazem muitos negócios durante a semana que antecede ao ano novo.
Uma data preparatória importante para a celebração é o dia 24 de dezembro do calendário lunar. Muitos chineses acreditam que, naquele dia, o Deus da Cozinha volta ao céu para fazer um relatório ao Imperador do Jade, que supostamente é responsável pelas recompensas e punições. Visto que se crê que o deus encarregado da cozinha seja enviado do Imperador do Jade, as pessoas querem obter as suas boas graças, esperando que ele oculte as suas más ações e só fale sobre as suas ações boas, ao fazer o seu relatório. Portanto, para obter o seu favor, limpam bem o santuário dele acima do fogão e oferecem-lhe bolos e doces. Alguns até mesmo queimam papel-moeda para ajudar ao Deus da Cozinha com as despesas da viagem, ou queimam um cavalo de papel para ele montar. Outros dão um passo mais longe. Achando que não é bastante seguro subornar o Deus da Cozinha, procuram embriagar o deus para ter a certeza de que não faça um relatório ruim sobre eles. Fazem isso por mergulhar em vinho um retrato do Deus da Cozinha. À meia-noite o despedem com uma salva de bombinhas. Querem que ele "leve um bom relatório ao céu e proclame paz à terra".
Durante os poucos dias que antecedem o ano novo, os mercados ficam mais apinhados de gente do que de costume, visto que todos compram mantimentos extras para a refeição especial e para os feriados do Ano Novo, durante os quais os mercados se fecham. As pessoas gostam também de comprar flores para a ocasião festiva. É a época em que o narciso está em flor, de modo que se vê muitos vendedores ambulantes vendendo bulbos de narciso no mercado. Flores de pêssego e tangerineiras em miniatura são também muito populares. A cor que mais se vê nesta época do ano é o encarnado vivo, considerado uma cor feliz.


A Festa


À meia-noite se fazem em toda a parte explodir bombinhas, aclamando o ano novo. Durante os dias que se seguem, o ruído das bombinhas é quase que constante. Além de ser uma época para reuniões em família, o Ano Novo é também ocasião para se visitar amigos e parentes. No primeiro e no segundo dia do ano novo, pode-se ver famílias inteiras ir de um lugar para outro fazer visitas. Além de presentes, levam consigo suprimentos generosos de pacotinhos vermelhos com diversas quantias de dinheiro neles, para serem distribuídos entre as crianças. É compreensível que estes pacotinhos vermelhos sejam bem populares entre as crianças, visto que lhes fornecem um pouco de dinheiro para comprar doces e brinquedos. Em teoria, qualquer solteiro tem o direito de receber pacotinhos vermelhos, mas na prática são poucos os adultos solteiros que os aceitam.
Quando os visitantes chegam, oferecem-se-lhes doces e sementes de melão. Às vezes são também convidados a tomar algum suco doce e comer bolo de Ano Novo. Embora as crianças gostem muito de tal hospitalidade, os adultos amiúde a consideram com menos entusiasmo. Depois de se banquetearem com tal abundância de alimento rico, durante alguns dias, é freqüente que se tenha indigestão.
Segundo o costume, as pessoas evitam fazer visitas no terceiro dia do ano novo, pois crê-se que fazer isto os levaria a brigar com seus amigos durante o ano. Embora muitos não mais creiam nisso, a maioria ainda se apega ao costume, pois dá-lhes a oportunidade de descansar um pouco depois de dois dias movimentados de visitas.
O sétimo dia do ano novo é considerado dia importante, chamado de "Aniversário de Todos". Segundo um costume antigo, o primeiro dia do ano novo é considerado o dia natalício do galo, o segundo dia é o do cão, seguido pelo dia natalício dos porcos, das cabras, do gado, dos cavalos, sendo o sétimo dia designado aos humanos.
Neste sétimo dia, os cantonenses costumam reunir-se para outra refeição em família. Assim acaba a primeira fase da celebração do Ano Novo. Embora a celebração, no passado, se prolongasse até o décimo quinto dia, a vida agitada das pessoas hoje em dia raras vezes lhes permite continuar até então. De fato, muitas lojas já se abrem no quarto dia.
Além de se designar um dia de aniversário natalício geral para cada um dos animais mencionados, os chineses usam também doze animais diferentes para representar seus anos. São os ratos, o gado bovino, os tigres, os coelhos, os dragões, as serpentes, os cavalos, os carneiros, os macacos, os galos, os cães e os porcos. O respectivo ano é determinado pela conjugação de duas séries de números chineses, um de doze algarismos, o outro de dez. Os adivinhos gostam de fazer conjeturas segundo estes diversos animais quanto às bênçãos ou males sobrevindo a um certo ano.


Ênfase no Dinheiro e na Boa Sorte


Aqui em Hong Kong, o cumprimento mais popular no Ano Novo é "Kung hei fat choy", que significa: "Que tenha boa sorte e riquezas." Parece que o povo em geral considera as riquezas materiais o maior sucesso e o alvo mais desejável na vida. De fato, em muitas comunidades da China, o quinto dia do ano novo é considerado dia do Deus do Dinheiro. Naquele dia, as pessoas acolhem o Deus do Dinheiro nas suas casas com ofertas de incenso e sacrifícios, esperando que isso lhes dê prosperidade no ano novo. Há anos atrás na cidade de Xangai, as pessoas costumavam ficar acordadas toda a noite na véspera da volta do Deus do Dinheiro, para fazer explodir bombinhas, a fim de mostrar-lhe suas boas-vindas.
Conforme é de se esperar, em vista do cumprimento popular, muitos dos costumes do Ano Novo se relacionam intimamente com a boa sorte. Algumas pessoas religiosas oferecem incenso nos templos, no esforço de obter boa sorte no ano entrante. Oferecem ali também alimentos, e depois levam o alimento para casa e o dão às crianças para comer, crendo que isto lhes dê boa sorte. Também, muitos evitam o uso de instrumentos cortantes, tais como facas e tesouras, durante a festa do Ano Novo, imaginando que estes poderiam cortar-lhes a sua boa sorte. Muitos fixam cartazes de boa sorte sobre as suas portas.
Visto que os chineses se preocupam tanto com a boa sorte durante o ano novo, algumas religiões se aproveitaram da situação. Podem-se ver em algumas casas lanternas penduradas por cima da porta e dentro da casa. Em tais lanternas há diversos dizeres, tais como: "Seja próspero em todas as coisas." Elas são trazidas dos templos taoístas ou dos santuários budistas. De fato, muitos templos em Hong Kong fazem um leilão de lanternas e recolhem bastantes fundos para sustentar-se durante o resto do ano. Visto que as lanternas são vendidas ao que faz a maior oferta, alguns pagam mais de cem dólares por uma, esperando receber as bênçãos prometidas pelos dizeres da lanterna.
Há também certos tabus durante a festa do Ano Novo, intimamente relacionados com a boa sorte. Por exemplo, muitos não varrem o chão durante a festa, visto que temem que talvez varram a boa sorte para fora dos seus lares. Todo o varrer é feito antes da véspera do Ano Novo. Não só isso, mas quem por acaso varrer o pó exerce cuidado de como o faz; precisa-se varrer para dentro, para que a boa sorte não seja varrida para fora da casa. Portanto, desde a acolhida do Deus do Dinheiro até o cumprimento tradicional do Ano Novo, e mesmo da varredura do chão, vê-se que o desejo de ficar rico se destaca na celebração chinesa do Ano Novo.


8/7/70-9

Provérbio da semana (13:23)

O terreno lavrado de pessoas de poucos meios [produz] grande quantidade de alimento, mas há aquele que é arrasado por falta de juízo.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

O saber não ocupa lugar - 178


Leonardo da Vinci começou o retrato de Mona Lisa em 1503, e o terminou três ou quatro anos mais tarde.


E a senhora esteve esse tempo todo na mesma posição?! Coitada!!!

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Fadiga e barulho


NUM AMBIENTE de barulho acima do nível de 50-60 decibéis, o corpo humano trabalha sob constante tensão. O ataque à membrana dos tímpanos dos ouvidos cria uma sensação de tensão; os nervos ficam tensos e a irritabilidade aumenta. O pulso se altera e a pressão do sangue aumenta. Esta tensão criada ao se viver e trabalhar num ambiente barulhento impede que o corpo afrouxe a tensão e se chega ao fim do dia num estado de grande fadiga.
A fadiga causada pelo barulho reduz a eficiência do trabalho. As experiências demonstraram que o homem usa muitas vezes um quinto mais de energia para fazer certo trabalho, em ambiente barulhento, do que feria em condições sossegadas. O barulho afeta seu critério e a faculdade de concentração; parte do cérebro se ocupa com os sons que realmente não quer ouvir.
Estes efeitos físicos e mentais se refletem na eficiência com que se executa o trabalho. Em certa fábrica, quando se reduziu o barulho de 100 a 75 decibéis, os engenheiros de acústica reduziram a proporção dos acidentes a quase a metade e aumentaram a produtividade em um quinto. A eliminação do barulho numa fábrica de motores reduziu à metade o consumo de comprimidos contra a dor de cabeça. Com a instalação de novos rolamentos num ventilador barulhento, o gerente duma fábrica aumentou a produtividade em 12 por cento.
Uma grande companhia de seguros, nos Estados Unidos, obteve notáveis resultados com a redução do barulho nos escritórios. Uma queda de oito decibéis no nível do barulho reduziu os erros das dactilógrafas em quase um terço, e os dos operadores de máquinas pela metade. A mudança de empregos também foi reduzida em 47 por cento. A companhia calculou que, com a redução do barulho, aumentou a eficiência geral em 9 por cento e economizou cinqüenta e oito dólares por empregado durante o primeiro ano.
O efeito dum "barulho inesperado e indesejável" foi recentemente descrito pelo Dr. Samuel Rosen, cirurgião oftalmologista de Nova Iorque: "As pupilas se dilatam, a pele empalidece, as membranas mucosas se secam, há espasmos intestinais e as glândulas supra-renais produzem segregações em grande quantidade."
Os decibéis são unidades de som. O som audível mais baixo é de um decibel. Um som de 80 decibéis constitui o nível máximo ainda confortável. Um avião a jato, de perto, pode emitir 150 decibéis. O tráfego pesado produz aproximadamente o nível do limite tolerável de 80 decibéis. Mas pode ser acentuado pelo grito duma mulher (90 decibéis), por uma motocicleta (110 decibéis), por uma sereia (125 decibéis) ou por um martelo de ar comprimido (130 decibéis). As buzinas dos automóveis, o guinchar dos trens, as máquinas de trituração, as perfuratrizes pneumáticas barulhentas, multiplicaram-se com os milhões de novos habitantes que apinham as cidades do mundo. O que passou quase que despercebido é que muitos níveis de barulho encontrados numa comunidade excedem as normas encontradas na industria.
O que pode fazer neste respeito? Não pode reformar o mundo. Mas pode ajudar a fazer seu próprio ambiente mais pacífico por meio daquilo que pessoalmente faz.


22/6/70-29

Provérbio da semana (13:22)

Quem é bom deixará uma herança para os filhos dos filhos, e a riqueza do pecador é algo entesourado para o justo.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Mulher morreu há 35 anos e ninguém deu pela sua falta


Os governos mudaram. Uma guerra começou e chegou ao fim. Os vizinhos tiveram filhos e depois netos. Mas Hedviga Golik nunca deixou o seu pequeno apartamento em Zagreb, Croácia, até que o seu corpo já mumificado foi descoberto 35 anos após a sua morte.A polícia afirmou que ninguém a tinha dado como desaparecida e que o corpo continua por reclamar.Os moradores do prédio de Hedviga, na baixa da capital croata, decidiram entrar em sua casa por considerarem que o apartamento lhes devia pertencer a eles e não a Hedviga. Quando entraram viram o corpo deitado na cama. Assustados chamaram a polícia.Os peritos calculam que a mulher deve ter morrido em 1973, altura que coincide com a última vez que foi vista por uma das vizinhas. Davor Strinovic, um dos criminalistas, afirmou que a causa da morte parece ter sido natural, mas «é quase impossível afirmá-lo com certeza» após tanto tempo.Alguns dos vizinhos disseram que Hedviga tinha falado em ir para o estrangeiro, o que parece explicar a razão pela qual ninguém deu pela sua falta.Segundo os criminalistas, o mau cheiro, característico dos cadáveres, foi dissipado pelas janelas que permaneceram abertas durante este tempo. Não se sabe ainda ao certo se alguém ou quem pagava as contas de Hedviga e a quem pertencia, realmente, a casa. Em 1973, os apartamentos pertenciam ao Estado.Os vizinhos querem agora que o apartamento seja partilhado pelos restantes inquilinos.A descoberta do cadáver de 35 anos trouxe o debate para os media: «Como é possível que uma mulher tenha morrido há tanto tempo sem que ninguém tivesse dado pela sua falta?». Uma jornalista local afirmou que era a prova da crescente alienação das pessoas.«Meus queridos vizinhos! Por favor continuem a ser curiosos e às vezes incómodos, como têm sido até agora»,escreveu a jornalista Merita Arslani no jornal Jutarnji .

in SOL / EstranhomasVerdade.com


Mas que belos vizinhos que a senhora tinha!!!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Seu apêndice — qual é seu valor?


"O APÊNDICE, Muitas Vezes Removido, Talvez Seja o Próximo em Transplantes." Assim rezava o título de um relatório de pesquisa feita na Universidade de Minneapolis, conforme publicado em The National Observer. O relatório passava a dizer: "Não faz muito tempo, os médicos removiam incidentalmente apêndices durante cirurgia realizada principalmente por razões que não eram a apendicite. Agora fala-se de talvez se transplantarem realmente apêndices em algumas pessoas."
O que é exatamente o apêndice? Qual é sua função? Por que as pessoas contraem apendicite? O que se pode e se deve fazer quanto a isso?
Tem-se descrito o apêndice humano como um dos menores órgãos do homem e, contudo, o que mais lhe traz problemas. Nos círculos médicos, é chamado de apêndice "vermiforme" ou "ileocecal", pois o corpo humano possui outros apêndices.
Um dos menores? Sim, pode ser tão pequeno quanto oito milímetros de diâmetro e ter apenas dois centímetros e meio de comprimento. O comprimento médio, porém, é de cinco a dez centímetros, embora, às vezes, pode crescer a vinte e dois centímetros. A maioria dos animais não tem apêndice. Quanto à sua localização no homem, estende-se da parte dianteira, em forma de bolsa, do intestino grosso, conhecida como ceco, perto do intestino delgado. Tão pequeno, e contudo causa tantos problemas! De fato, mais pacientes se internam nos hospitais para a remoção do apêndice do que para qualquer outra operação abdominal.


Nenhuma Função?


Qual é a função do apêndice? O que muitos médicos dizem dele faz lembrar o que diziam do timo, por séculos: órgão vestigial. Mas, na última década, descobriram que o timo desempenha indispensável papel para aumentar a imunidade do corpo à doença. E parece que se tem há muito difamado similarmente o apêndice. O dicionário se refere a ele como "órgão atrofiado"; obras médicas o qualificam de "sobra evolucionária", "órgão vestigial", "órgão sem função", e dizem que "não tem utilidade nenhuma".
Assim, o Dr. John Paul North, diretor do Colégio Norte-Americano de Cirurgiões, é citado numa revista popular como tendo dito que "qual medida preventiva contra apendicite, é aceita a prática médica em que o cirurgião remove o apêndice — muito embora não esteja inflamado — no decurso de outras operações".
Mas, como no caso das atitudes para com o timo, verifica-se gradual mudança. Assim, a equipe de pesquisas médicas da Universidade de Minneapolis "está começando a crer que o outrora desprezado apêndice talvez tenha um papel valioso no combate à doença", especialmente a de natureza maligna, e que o papel do apêndice é particularmente vital nos jovens. Também o Dr. J. B. Murphy comenta no British Journal of Câncer, que o apêndice, as adenóides e as amígdalas, são "acúmulos fixos dos linfócitos do homem, e o tecido linfóide, segundo constatado, desempenha papel vital nos ratos quanto à resistência de tumores malignos", e que o mesmo bem que se pode dar com o homem.
Similarmente, o Journal of Chronic Diseases, continha um relatório no sentido de que homens com a doença de Hodgkin tinham um índice significantemente mais elevado de remoção passada do apêndice do que os homens sem esta doença, mas de idênticas circunstâncias gerais. E o Dr. J. R. McVay, no Medical Tribune, declarou que "o apêndice talvez esteja idealmente situado para por-se em contato com vírus e produzir células de maior eficiência do que as camadas linfóides comuns na região intestinal. Se for o caso, talvez tais células eficientes, desenvolvidas no apêndice, possam ir até as camadas linfóides em outras partes do corpo, muito semelhante a soldados que recebem treinamento num posto central e são então enviados a vários postos avançados onde se colocam para enfrentar os invasores". (Incidentalmente, algo idêntico a isso é o que se verificou ser a função do timo.)
Que esta teoria não deixa de ter mérito é evidente do que o Dr. Sussdorf descobriu no tratamento de pacientes de câncer com radiação. Descobriu que blindar o apêndice dava maior proteção contra a radiação do que blindar qualquer outro órgão. Também verificou que por meio de isótopos radioativos pôde estabelecer que "as células linfóides no apêndice blindado migravam para o baço prejudicado pela radiação, repovoavam aquele órgão e fabricavam anticorpos ali". — Science News Letter.
Assim, também, o Dr. H. R. Bierman constatou que de várias centenas de pacientes que sofriam diversas doenças malignas, 84 por cento tinham removido o apêndice há algum tempo no passado, enquanto que dentre os que não tinham tais doenças, apenas 25 por cento tinham removido o apêndice. E disse ele: "Ironicamente, a maioria dos pacientes em nosso estudo contraíram câncer depois da remoção ‘rotineira’ de um apêndice perfeitamente sadio." — Science Digest.
Em vista desses fatos, porque alguns cirurgiões ainda insistem em fazer a remoção rotineira do apêndice? Uma das razões talvez seja que nem toda a pesquisa tem sido inequívoca nesse assunto.
Quanto a outras funções do apêndice, parece haver certa base para a posição assumida pelos chamados médicos "naturalistas" de que o apêndice lubrifica o intestino grosso e que a remoção dele tende a aumentar o problema da constipação. Isto parece ter sido deduzido do fato de que um extrato feito do apêndice de porcos, mostrou-se útil no combate à constipação e outros distúrbios digestivos depois da remoção do apêndice. Isto bem que poderia ser verdade, visto que o apêndice segrega um fluido grosso, amarelado, de odor pungente, que contém uma proteína mucosa.


O Problema do Diagnóstico


Quando o apêndice se inflama, geralmente revela isso por meio de dores agudas no lado direito inferior do abdômen, acompanhadas de constipação ou, às vezes, diarréia. Às vezes, é acompanhado de náuseas e vômitos. Há uns quatro séculos atrás, descreveu-se a condição pela primeira vez na literatura médica, e há uns dois séculos, realizou-se a primeira apendicectomia, ou operação para a remoção do apêndice. No entanto, o entendimento e o tratamento modernos dele remontam apenas à cerca de oitenta anos. Não tem havido diminuição no número de casos de apendicite, embora as fatalidades provenientes dela tenham sido grandemente reduzidas. Ainda só nos Estados Unidos, umas 2.000 pessoas morrem cada ano de rupturas do apêndice e das complicações que seguem as operações.
É deveras um problema saber se um paciente tem o apêndice inflamado ou não e quão seriamente inflamado está. O que parece ser apendicite poderá apenas ser também uma inflamação da região pélvica, especialmente no caso de uma paciente. E a diagnose é também compreensivelmente difícil no caso de alguém muito jovem, bem como no caso de alguém muito idoso.
Uma das indicações de apendicite aguda é geralmente o aumento dos corpúsculos brancos do sangue. Em geral, sua contagem é de 5 a 10 mil, e se estes aumentarem de repente para 12 a 20 mil, é indício de que o corpo se mobilizou por causa de séria infeção, e assim talvez seja necessária uma operação. No entanto, às vezes, o apêndice talvez esteja inflamado e a contagem do sangue talvez seja normal, assim como em outras vezes a contagem do sangue talvez seja elevada e, contudo, o apêndice esteja normal. Daí, também, pode acontecer que o apêndice não esteja localizado no lugar costumeiro. Todos esses fatores tendem a dificultar a diagnose.


Operações Desnecessárias


É compreensível que os médicos difiram quanto à necessidade de operar. Assim, num hospital havia duas equipes de médicos, uma procedendo conservadoramente, a outra mais liberalmente. As fatalidades de ambos os grupos eram as mesmas, embora o grupo conservador operasse em apenas três de cada cinco casos, ao passo que o outro grupo operasse em quatro de cada cinco. No entanto, do modo como é a natureza humana, é fácil ver como alguns cirurgiões talvez se sintam tentados a realizar operações desnecessárias. De modo que o West Virgínia Medical Journal, declarou: "Estamos convictos de que a remoção ocasional de um apêndice normal pode ser justificável, mas não podemos tolerar a remoção tão elevada quanto 50 por cento dos apêndices normais, conforme praticada por alguns cirurgiões."
Com efeito, por causa da tendência de alguns cirurgiões de operar sem mais nem menos, sem haver indicação suficiente, os hospitais vêm sendo obrigados a ter comissões especializadas em tecidos. Estas inspecionam as descobertas do patologista que deve supostamente examinar todos os tecidos removidos pelos cirurgiões para ver se estavam doentes ou não, de modo a julgar a qualidade do trabalho do cirurgião. Isto se tem mostrado um grande coibidor de operações desnecessárias. Todavia, há registros de patologistas que trabalham de mãos dadas com cirurgiões que gostam de usar o bisturi e que relatam que as amostras estão infeccionadas quando, na realidade, não estão.
De interesse, neste particular, é o relatório sobre quatro hospitais feito por um diretor do Hospital Universitário Johns Hopkins, conforme publicado em Hospitals. Revelava que o hospital que tinha a mais elevada proporção de fatalidades era também o que tinha o mais elevado número de apendicectomias desnecessárias. E a proporção de operações desnecessárias era mais elevada entre pacientes em quartos privados ou semiprivados do que entre pacientes de enfermarias — os que não podem pagar muito. O relatório também revelava que os pacientes segurados pela Cruz Azul tinham maior proporção de operações desnecessárias do que os não assegurados. Similarmente, as mulheres tinham mais operações desnecessárias do que os homens; e as pessoas brancas tinham mais operações desnecessárias do que as pessoas de cor.
No entanto, uma apendicectomia que muito provavelmente era necessária foi noticiada no Times de Nova Iorque. Relatava o caso de um médico russo a bordo de um submarino que realizou a operação em si mesmo com a ajuda de um anestésico local e dois marinheiros. O submarino ficou submerso enquanto se realizava a operação para assegurar completa imobilidade. A operação foi um sucesso, noticiou o Pravda.


Sua Causa


Quanto à causa de apendicite: embora haja os que sustentem que não se pode apresentar nenhuma causa específica, parece haver pelo menos vários fatores contribuintes. Alguns médicos sustentam que os fatores psicossomáticos, tais como excitamento, pesar, e assim por diante, causam apendicite aguda, e outros sustentam que a exposição ao frio pode ocasioná-la. Entretanto, sendo o apêndice parte do canal alimentar, é bem provável que os hábitos de comer da pessoa tenham algo a ver com isso. Assim, Pathology de Boyd, declara:
"A doença é comum em países e comunidades urbanas altamente civilizados, mas rara em distritos rurais remotos e entre povos primitivos. Durante os nove anos que McCarrison praticou a medicina entre as tribos montanhesas dos Himalaias nunca viu um caso de apendicite. Os nativos que vivem de uma dieta abundante em celulose são imunes a esta doença, mas quando adotam a dieta da civilização, perdem essa imunidade. Estes e muitos outros fatores similares sugerem que os hábitos de vida, e em especial os costumes de alimentação . . . são de importância na predisposição à apendicite." Disto é evidente que alimentos altamente refinados, tais como os feitos de farinha branca e açúcar branco, bem que poderiam ser os culpados.
Entre outros fatores contribuintes, acham-se a ocupação sedentária, com a resultante falta de exercício e a constipação crônica, especialmente onde haja a tendência ao uso de laxantes fortes. Mas, uma coisa que definitivamente não causa apendicite é a semente de frutas tais como as uvas, conforme se afirmava no passado. A opinião médica moderna desacreditou completamente tal idéia, assim como o Dr. H. W. Hill a expressou: "Nunca vi uma só semente de uva num caso de apêndice. Muitíssimas pessoas comem sementes de uva. Talvez contraiam apendicite, mas não a contrairão de comer sementes de uva."
Visto que amiúde há dúvida quanto à necessidade de operar, recomenda-se o seguinte: Descanse na cama; não coma nenhuma comida; não tome nenhum laxante de espécie alguma; ao invés, tome um enema. Alguns recomendam o uso de compressas quentes ou frias, e pode-se recorrer a uma bolsa de gelo para aliviar a dor. O uso de medicamento, tal como antibióticos, não é recomendável como cura. No entanto, em casos de dor abdominal persistente, os médicos recomendam prontamente buscar cuidado médico competente.
Acumula-se a evidência quanto ao valor do apêndice. Não há dúvida de ser ele um dos menores órgãos do corpo e, contudo, o mais provável a causar problemas. Em vista de quão séria pode ser uma ruptura do apêndice, com a probabilidade de causar peritonite, que poderia ser fatal, parece que, em caso de dúvida, a diretriz segura é operar.
Mas, nesse caso também se aplica o antigo adágio: "Mais vale um grama de prevenção do que um quilo de cura." Empenha-se numa ocupação sedentária? Então, certifique-se de fazer suficiente exercício. Também, consuma uma quantidade suficiente de alimentos naturais, os que ainda contenham a sua celulose, tais como produtos de trigo integral e arroz não polido e, naturalmente, bastantes frutas e legumes. Apenas essas duas precauções podem livrá-lo de ter um apêndice inflamado.


22/6/70-13

Provérbio da semana (13:21)

Os pecadores são os que a calamidade persegue, mas os justos são os a quem o bem retribui.

OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.