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sexta-feira, 7 de novembro de 2003

A SAGA# DO CHICO BRILHANTE



VIVENTIA* I§


Corria o ano de mil novecentos e tal. Sim, já foi há muitos anos que esta história se passou. Mas também posso dizer que esta história se passa actualmente. Deixo ao critério do leitor.
Esse foi um ano memorável. Tão memorável que eu não me lembro qual foi o ano. As memórias são como os travões dos automóveis. Gastam-se.
Mas há quem diga que este foi um ano memorável.
E com isto já estou a pagar direitos de autor por usar a palavra “memorável” três vezes. Quatro.
Pelo menos para uma pessoa esse foi um ano…inesquecível. Foi o ano do seu nascimento. O ano em que o mundo conheceu alguém inesquecível.
Bem, com os direitos de autor que tenho para pagar nesta altura, vou ter de abreviar esta história.
Conforme já está muito bem explicado, nesse ano nasceu uma pessoa muito importante, pelo menos ele pensa que sim.
Estávamos num dia muito frio. Em Janeiro. Numa aldeia algures entre Bragança e Faro. Ou seja, num país entre Portugal e Rússia. Deixo ao critério do leitor.
Aliás, aproveito para dizer que o leitor terá sempre o critério nesta história. Inclusivamente o critério de não ler.
Como já mencionado, estava um dia muito frio. Um dia ideal para ter um bebé, claro.
Nesse dia, Dona Juventina, após quase 10 meses de gestação, estava preocupada. Já tinha dito ao marido, o Senhor Namérico que algo de errado se passava com o seu filho. Mas o marido, sempre amável, só dizia que o atraso se devia ao frio. O filho certamente não estava com vontade de sair, sabendo que estava um frio de rachar. Esta explicação, embora não descansasse a Dona Juventina, serve para percebermos logo no início da história que o rapaz seria muito inteligente, pois antes de nascer já se apercebia da temperatura exterior. Já perceberam que é um rapaz, não? Se ainda não perceberam, recuem na história até ao sétimo parágrafo…
Depois desta demonstração da minha capacidade, seja ela qual for, vamos avançar.
E está na altura de recuarmos um pouco no tempo. Já que o rapaz esperou quase 10 meses, não se importará de esperar mais uns minutos. E vamos recuar até ao dia em que a Dona Juventina recebeu o seu nome. Ah, pois, já tinha reparado que estavam curiosos em saber isso! Em relação ao nome do Senhor Namérico, já lá chegaremos.
Dona Juventina nasceu num dia de muito calor. Os seus pais ficaram perturbados com tanto calor que não sabiam que nome dar à sua amada filha. Após grande discussão, ficou combinado que iriam escrever o nome preferido num papel e tirar à sorte. Isso incluía a família, composta por avó e tia da bebé. E assim foi. O nome que saiu foi Juventude. Ora, a avó da moçoila, já meia gagá, estava muito confusa, e então, ouvindo na televisão que a juventude seria o futuro do país, resolveu escrever esse nome no papelinho, achando que a sua neta seria o garante do país. E assim foi.Com uma natural adaptação, surgiu o nome Juventina. E todos ficaram contentes com a perspicácia evidenciada pela avó. Coitados…
Já o Senhor Namérico foi um caso diferente. Igualmente idiota, mas diferente. O seu nome estava escolhido – Américo. Mas infelizmente no registo civil aconteceu algo que fez mudar essa escolha, embora de forma involuntária. Acontece que a pessoa que fez o registo era surda, ligeiramente, mas o suficiente para confundir tudo. Foi isto o que se passou:
- Então diga por favor, mas fale um pouco mais alto que eu não oiço bem…
- Vinha registar o meu filho, por favor.
- Milho??! Se temos milho??!! Isso não é aqui, enganou-se…
- Não, não… Vinha REGISTAR O MEU FILHO!!!
- Ah, muito bem…Mas não precisa gritar, basta falar um pouco mais alto… Então e qual será o nome do rapazote?
- Américo.
- América??!! Mas é um rapaz ou uma rapariga??!! E esse nome não é válido, pois é o nome de uma…
- Perdão, eu disse AMÉRICO!
- Numérico??!! Desculpe, mas também não pode…
- Desculpe, mas importa-se de CHAMAR OUTRO COLEGA?
- Com certeza! Ó Vidal, chega aqui…
- Diz…
- Este senhor quer registar o filho mas eu não entendo bem o que ele quer.
- Ora então diga qual será o nome…Temos nomes muito bonitos, Rafael, Luís, André, Miguel…
- Muito obrigado, mas já escolhemos o nome…
- Será Joaquim?
- Nnnnããããã…Américo. Esse é o nome…
Escusado será dizer o que o senhor Teimoso escreveu…
E assim está desfeito o mistério dos nomes. Podemos voltar então à narrativa da nossa história. Deixem-me só ver se…ah…não…o rapaz ainda não nasceu…
Como já disse, Dona Juventina estava muito preocupada. Mas de repente, eis que as dores de parto se apoderam dela! O dia glorioso do nascimento do herói estava escolhido! Apesar de serem onze horas da noite e ainda não se ter bem a certeza em que dia ele nasceria! Mas isso não importa! O que interessa é que estamos a chegar ao clímax da Viventia I! Está quase…
Chegou o momento! Chegou o momento de parar de escrever. Estou cansado, muito cansado…

Explicações absolutamente necessárias:
# Palavra de origem germânica saega - o que se diz
Nome genérico das lendas escandinavas; canção baseada nessas lendas.
Do Latim saga - bruxa; feiticeira.
Do Árabe saka - retaguarda.
Agora escolham…

* Latim.O facto de ter vida;existência;experiência de vida;o que se viveu;modo de viver;hábito de vida;exuberância de vida.

§ Numeração romana; significa um.

Sem comentários:

OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.