NEM toda a propaganda provém dos políticos. Em realidade, somos quase que diariamente vítimas de alguma espécie de propaganda. A "propaganda" é qualquer esforço combinado e sistemático de lhe converter a mente e de fazê-la aderir a determinado modo de pensar. Não raro é astuto tipo de publicidade usada para conquistar os crédulos e incautos. Como poderia o leitor se tornar sua vítima?
A propaganda política, que favorece determinado país, é relativamente fácil de se reconhecer. Mas, não é tão fácil reconhecer outros tipos de propaganda, porque, de modo usual, não estamos tão bem treinados a ficar bem prevenidos contra eles.
A propaganda pode ser feita a favor de uma causa boa ou ruim, porém, a fim de proteger-se do tipo errado de propaganda, é preciso reconhecer todo tipo quando vir um. Apenas por manter-se alerta é que poderá aceitar apenas aquilo que a lógica e a razão lhe ditam, ao invés de aquilo que os propagandistas lhe querem fazer crer.
Estórias, dramas, peças e anúncios de televisão, todos ajudam a fazer propaganda, a mudar nosso modo de pensar, a persuadir e a convencer pessoas de que certa idéia é certa. Às vezes, mudam o modo de pensar para o bem, às vezes para o mal; mas mudam-no de uma forma ou de outra.
O novelista, o escritor de estórias e o teatrólogo têm todos "algo a dizer". Seus personagens não só irão progredindo no decorrer da estória, mas também deve frisar algum ponto, ou ilustrar algum fato da vida. Talvez a moral da estória seja que a virtude compensa (uma boa moral), ou que lutar a favor de certa nação é nobre (pelo menos o inimigo acharia péssima esta moral), ou talvez até mesmo dê a entender que a fornicação e a imoralidade estão grassando e que não há nenhuma esperança verdadeira, assim, o leitor também faria bem em aderir à devassidão. Por certo isto seria um dos piores tipos de moral.
A falsa propaganda se tem tornado especialmente notória nos livros de estórias em quadrinhos sobre crimes, que subentendem que é engraçado ser perverso. Certa subcomissão do Senado dos EUA disse que os filmes brutais, violentos ou sadísticos demais eram potenciais "espoletas" para a delinqüência juvenil.
Que as peças teatrais e as estórias podem conter e contêm propaganda se evidencia pela forma em que os grupos raciais não raro protestam contra serem apresentados em má luz, e pela maneira em que os a favor ou contra a integração racial não raro reagem a filmes que tratam quer com uma questão racial, quer com a cooperação entre as raças. Um notável exemplo disto foi a novela do século dezenove, A Cabana do Pai Tomás, de Harriet Beecher Stowe. Chamada de "uma das maiores peças de propaganda na história da humanidade", tornou-se incrível best seller e poderoso instrumento na luta contra a escravidão.
Às vezes, até mesmo idéias religiosas são apresentadas desta forma, quando filmes apresentam certa religião, ou suas doutrinas, em luz excepcionalmente favorável ou carregada de emoções. Em tempo de guerra se torna especialmente evidente o uso político de tal propaganda. Ambos os lados caracterizam o inimigo como sendo composto de vilões horríveis e sadistas, e o próprio lado daquela nação como sendo o dos heróis.
Em toda essa propaganda, o conceito do autor poderá ser certo ou errado. Poderá concordar ou discordar do seu conceito. Mas, a menos que esteja alerta, poderá aceitar prontamente um conceito que, sob circunstâncias normais, rejeitaria num abrir e fechar de olhos.
Daí, também, o poder da publicidade comercial, embora óbvio, serve como outro meio de propaganda. Considere simplesmente a êxtase transcrita da propaganda a favor do fumo, através das rádios e televisões comerciais. Incessantemente, está sendo inundado com: Divirta-se. Fome do modo moderno. Fume o real. Seja homem. Junte-se aos demais. Por que ser diferente? Fume, fume, fume, fume. Propaganda? Naturalmente que sim!
A lógica, a razão e a ciência médica mostram que fumar é ruim para a saúde, encurta a vida e é uma das principais fontes do câncer pulmonar. O lema do anunciante brasileiro de cigarros, de que seu produto tem ótimo sabor, "como um cigarro deveria ter", seria mais apropriado se dissesse que seu produto tem ótimo sabor, "como um cravo de caixão de defunto deveria ter". Mas, a lógica, a razão, e a ciência, dizem uma coisa sobre o fumar, ao passo que alguns dos mais bem pagos propagandistas do mundo dizem outra. Caiu em suas malhas?
Até mesmo as estórias em quadrinhos nos jornais amiúde fazem propaganda, pregando as idéias dos seus autores. Examine algumas delas e veja se poderiam ter influenciado seu modo de pensar.
Não há nada de errado em as pessoas expressarem suas idéias em estórias, peças teatrais ou estórias em quadrinhos. As pessoas expressam suas idéias em quase tudo que fazem. Mas, a coisa importante é reconhecer que as idéias, e talvez as falsas, podem ser apresentadas desta forma. De outra maneira, tais idéias apresentadas por meio de um veículo de entretenimento podem, não raro, pegar-nos dormindo quanto à nossa capacidade de julgar as coisas.
A propaganda política, que favorece determinado país, é relativamente fácil de se reconhecer. Mas, não é tão fácil reconhecer outros tipos de propaganda, porque, de modo usual, não estamos tão bem treinados a ficar bem prevenidos contra eles.
A propaganda pode ser feita a favor de uma causa boa ou ruim, porém, a fim de proteger-se do tipo errado de propaganda, é preciso reconhecer todo tipo quando vir um. Apenas por manter-se alerta é que poderá aceitar apenas aquilo que a lógica e a razão lhe ditam, ao invés de aquilo que os propagandistas lhe querem fazer crer.
Estórias, dramas, peças e anúncios de televisão, todos ajudam a fazer propaganda, a mudar nosso modo de pensar, a persuadir e a convencer pessoas de que certa idéia é certa. Às vezes, mudam o modo de pensar para o bem, às vezes para o mal; mas mudam-no de uma forma ou de outra.
O novelista, o escritor de estórias e o teatrólogo têm todos "algo a dizer". Seus personagens não só irão progredindo no decorrer da estória, mas também deve frisar algum ponto, ou ilustrar algum fato da vida. Talvez a moral da estória seja que a virtude compensa (uma boa moral), ou que lutar a favor de certa nação é nobre (pelo menos o inimigo acharia péssima esta moral), ou talvez até mesmo dê a entender que a fornicação e a imoralidade estão grassando e que não há nenhuma esperança verdadeira, assim, o leitor também faria bem em aderir à devassidão. Por certo isto seria um dos piores tipos de moral.
A falsa propaganda se tem tornado especialmente notória nos livros de estórias em quadrinhos sobre crimes, que subentendem que é engraçado ser perverso. Certa subcomissão do Senado dos EUA disse que os filmes brutais, violentos ou sadísticos demais eram potenciais "espoletas" para a delinqüência juvenil.
Que as peças teatrais e as estórias podem conter e contêm propaganda se evidencia pela forma em que os grupos raciais não raro protestam contra serem apresentados em má luz, e pela maneira em que os a favor ou contra a integração racial não raro reagem a filmes que tratam quer com uma questão racial, quer com a cooperação entre as raças. Um notável exemplo disto foi a novela do século dezenove, A Cabana do Pai Tomás, de Harriet Beecher Stowe. Chamada de "uma das maiores peças de propaganda na história da humanidade", tornou-se incrível best seller e poderoso instrumento na luta contra a escravidão.
Às vezes, até mesmo idéias religiosas são apresentadas desta forma, quando filmes apresentam certa religião, ou suas doutrinas, em luz excepcionalmente favorável ou carregada de emoções. Em tempo de guerra se torna especialmente evidente o uso político de tal propaganda. Ambos os lados caracterizam o inimigo como sendo composto de vilões horríveis e sadistas, e o próprio lado daquela nação como sendo o dos heróis.
Em toda essa propaganda, o conceito do autor poderá ser certo ou errado. Poderá concordar ou discordar do seu conceito. Mas, a menos que esteja alerta, poderá aceitar prontamente um conceito que, sob circunstâncias normais, rejeitaria num abrir e fechar de olhos.
Daí, também, o poder da publicidade comercial, embora óbvio, serve como outro meio de propaganda. Considere simplesmente a êxtase transcrita da propaganda a favor do fumo, através das rádios e televisões comerciais. Incessantemente, está sendo inundado com: Divirta-se. Fome do modo moderno. Fume o real. Seja homem. Junte-se aos demais. Por que ser diferente? Fume, fume, fume, fume. Propaganda? Naturalmente que sim!
A lógica, a razão e a ciência médica mostram que fumar é ruim para a saúde, encurta a vida e é uma das principais fontes do câncer pulmonar. O lema do anunciante brasileiro de cigarros, de que seu produto tem ótimo sabor, "como um cigarro deveria ter", seria mais apropriado se dissesse que seu produto tem ótimo sabor, "como um cravo de caixão de defunto deveria ter". Mas, a lógica, a razão, e a ciência, dizem uma coisa sobre o fumar, ao passo que alguns dos mais bem pagos propagandistas do mundo dizem outra. Caiu em suas malhas?
Até mesmo as estórias em quadrinhos nos jornais amiúde fazem propaganda, pregando as idéias dos seus autores. Examine algumas delas e veja se poderiam ter influenciado seu modo de pensar.
Não há nada de errado em as pessoas expressarem suas idéias em estórias, peças teatrais ou estórias em quadrinhos. As pessoas expressam suas idéias em quase tudo que fazem. Mas, a coisa importante é reconhecer que as idéias, e talvez as falsas, podem ser apresentadas desta forma. De outra maneira, tais idéias apresentadas por meio de um veículo de entretenimento podem, não raro, pegar-nos dormindo quanto à nossa capacidade de julgar as coisas.
22/3/70-10
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