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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Desenterrando carvão da pradaria


O CARRO se desviou da rodovia principal em direção aos “montes” cinzentos esboçados lá adiante na pradaria. Em quase toda direção, “serras” desoladas pareciam surgir das planícies. Estávamos a caminho para visitar uma mina incomum, não naqueles “montes”, mas ao lado deles.
A estrada atravessava uma represa de terra contendo uns quatorze quilômetros de reservatório para a enorme usina geradora de energia logo adiante. Um letreiro rezava: “Usina Geradora da Represa Boundary — Companhia de Energia de Saskalchewan”, lembrete de que estávamos apenas a uns onze quilômetros ao norte da fronteira Canadá — Estados Unidos. O carro passou entre a usina e enorme pilha de carvão, daí, deu uma volta para acompanhar a curva de uma “serra”, que resultou ser, não de rochas e pedras, mas pilhas de terra colocadas lado a lado. Em torno de uma destas pilhas, a estrada se tornou estreita trilha que conduzia à beira de profundo buraco.
As duas crianças pequenas pularam excitadas para fora do carro. Foram avisadas para não se desviar de nós, pois, embora fosse feriado, ainda havia perigo em perambular pela mina sem alguém cuidar delas. Mas, nosso anfitrião estava bem preparado para dirigir nossa excursão de forma segura por esta mina incomum. Gostaria de juntar-se a nós?


Máquinas Que Desenterram Uma Mina


Nossa primeira surpresa é quando espreitamos para dentro da mina, não num poço escuro, mas num buraco aberto de cerca de 15 metros de fundo! Foi há cerca de cem anos que a mineração a céu aberto fez pela primeira vez tais escavações para desenterrar o carvão da pradaria.
Mas, o que chama a nossa atenção é a elevada máquina ao lado do buraco. Trata-se de enorme draga rolante — apelidada de “Mr. Klimax”! Diz-se-nos que é a maior de seu tipo no Canadá e que tais máquinas são um dos fatores principais de êxito na mineração a céu aberto. Ah, eis aqui o capataz do dia que bondosamente tirará tempo para fornecer-nos inesperado destaque à nossa excursão.
“É tão alto quanto um prédio de dez pavimentos e pesa 1.700 toneladas”, diz-nos o capataz sobre o “Mr. Klimax”. Isso é cerca de mil vezes mais posado do que nosso carro!
“Pode escavar a uns 27,50 metros de profundidade e traga quase 27 metros cúbicos de uma só escavada”, continua. “Mas, visto que não estamos operando hoje a máquina, talvez apreciasse vê-la por dentro?”
Deveras apreciaríamos! Subimos na enorme base, e o capataz abre a porta como se estivéssemos prestes a entrar num grande prédio. Dentro, olhamos admirados as gigantescas engrenagens, cabos e motores.
“Todos os motores e engrenagens estão colocados dentro desta parte principal”, explica o capataz. “Estes controlam os cabos que movimentam a lança e a caçamba da parte da frente da máquina. Quando a lança é abaixada, um cabo deixa cair a caçamba e outro a empurra ou arrasta pelo solo, enchendo-a com terra. A lança sobe, a máquina inteira gira em sua base e a caçamba é inclinada, deixando cair a terra na pilha de restos junto ao buraco aberto.”
Subimos então alguns degraus metálicos, desta vez em direção à pequena cabina do operador, que se situa num canto superior frontal da máquina. Deste lugar vantajoso, um homem usa três alavancas e dois pedais para controlar a inteira operação de escavação.
“É tão fácil quanto guiar um carro”, sorri o capataz. “O operador pode comunicar-se com o escritório da mina a qualquer tempo por meio de um rádio de duas faixas em sua cabina.”
A vista da pradaria, estendendo-se abaixo, é estimulante, mesmo para a menininha para quem tal aventura inclui o perigo de que o pó de carvão ou graxa possa sujar um lindo vestido. E para o menininho que se senta na cadeira acolchoada do operador e segura as potentes alavancas em suas mãozinhas, tal visão inspira a deleitosa imaginação da infância.
Ao descermos em direção à saída, ficamos admirados de como tão monstruosa máquina poderia mover-se pela pradaria.
“Ao mover-se, abaixa os enormes pontões laterais, ergue-os e salta como uma rã para trás. É por isso que é chamada de draga ‘andante’ ”, explica o capataz. “Trata-se duma operação delicada, contudo, visto que a lança de 72 metros e a caçamba de 20 toneladas precisam ser equilibradas com precisão ou, de outra forma, a inteira unidade virará.”
“Mr. Klimax” deu longo passeio pelo país recentemente. Isso deve ter sido uma cena e tanto!
“Sim, a grande draga andou cerca de treze quilômetros de uma mina para o atual local, à velocidade de quase dois metros por minuto. Visto que funciona a eletricidade, tivemos de estender cabos e pequenas barracas — ou ‘casas de cachorro’ como nós as chamamos por todo o caminho. As casas de cachorro contêm transformadores que reduzem a voltagem da linha de 72.000 volts para 4.160 volts, o que é o exato para ‘Mr. Klimax’.”
Em caminho, o “Mr. Klimax” atravessou uma linha férrea, duas rodovias, um rio e uma corrente. Mas, a parte mais difícil da jornada foi através do vale corrente abaixo da represa.
“A queda vertical por ali é de 27 metros e tivemos de abrir uma estrada especial a um grau de 10 por cento pelas encostas do vale”, o capataz nos conta. Apesar disto, dezesseis dias depois de começar seu passeio, o “Mr. Klimax” chegou são e salvo a seu novo emprego.
Talvez pense que esta escavadora deve ser a maior do mundo, mas não é. Com efeito, parece ananicar-se diante daquela que faz um trabalho similar em Ohio meridional, EUA. Sua caçamba escavadora tem capacidade de 167 metros cúbicos.
Como pode a mineração a céu aberto ser econômica quando envolve o uso de dragas que custam milhões de dólares? A eficiência com que tais máquinas removem as sobrecargas para atingir o carvão torna prática a mineração a céu aberto. Usualmente operam-nas vinte e quatro horas por dia. Desse modo, a mina aqui, por exemplo, pode produzir carvão ao custo de um sexto das minas de poço em outras partes do Canadá.


Passeio Pela Mina de Carvão


Então, visto que se juntou a nós na nossa excursão, venha ter uma experiência incomum! De volta ao carro, passamos por montes de terra desolados que se parecem a áridas regiões devastadas. Seguindo a estrada em um ângulo bem inclinado, chegamos a um campo de terra preta — estacionamos numa mina de carvão!
“A faixa de carvão sobre a qual estamos poderia estender-se por mais de três quilômetros”, observa nosso anfitrião. “O carvão é dum tipo chamado lignita. Certa vez considerado inferior, os métodos aprimorados de combustão o transformaram agora em seleto combustível para as usinas geradoras de energia elétrica.”
“É como se estar num canyon.”
“As encostas têm cerca de dezoito metros no local em que estamos.”
“E quão profunda é a faixa de carvão?”
“Tem, em média, um metro e oitenta de fundo. As faixas sobem e descem por toda a sua extensão como as ondas oceânicas. Em certos lugares, terminam de repente, e daí o carvão começa a aparecer de novo a alguns metros.”
Pelo menos dois anos antes de qualquer mineração ser efetuada, delineiam-se as faixas e estabelece-se um programa que reduza a movimentação do equipamento pesado, dando-se a mínima distância de transporte.
“Ao ser desenterrado o carvão, tratores removem alguns centímetros da camada superficial e escovas especiais talvez limpem o carvão, se necessário”, continua nosso anfitrião. “Daí, escavadeiras montadas sobre tratores de lagartas chegam e carregam os caminhões basculantes, alguns dos quais podem transportar oitenta toneladas.”
Ao examinarmos o cenário e perscrutarmos os pedaços brutos de carvão, ficamos intrigados com a formação de tão amplos depósitos.
“Partes de árvores podem não raro ser reconhecidas nas faixas de carvão lignita”, explica. “Evidentemente, o carvão resultou de tal vegetação em decomposição.”
Nossa palestra se volta para a extensão de tempo exigido para a transformação de tal matéria orgânica em carvão, visto que as teorias comumente aceitas, envolvendo milhões de anos, colidem com a cronologia acurada da Bíblia. Nosso anfitrião nos lembra que antes do dilúvio global dos dias de Noé, o inteiro clima da terra era igual a úmida estufa. Esta condição existia por milhares de anos depois da criação da vida vegetal, no terceiro “dia” da criação. Era muito adequado para o crescimento de enormes florestas e de vegetação pesada e, também para a decomposição preliminar das árvores e das plantas quando morressem.
É digno de nota que as mudanças químicas e físicas necessárias para formar o carvão resultam de tremenda pressão e do calor gerado por tal pressão. O tempo não é todo-importante. Em um ano, em que as águas do Dilúvio cobriram a terra, tremenda pressão deve ter sido exercida sobre estas matérias orgânicas decompostas. Talvez tenha acontecido que tais condições anormais desempenharam um papel principal na formação mais rápida do carvão.
Estudos científicos confirmam não só as condições climáticas que certa vez existiam, mas também que o carvão pode ser formado em tempo muito mais curto do que se crê comumente. Em 1963, o Times de Nova Iorque noticiou que, em apenas seis semanas, um grupo de cientistas australianos conseguiu produzir um carvão que não se podia diferençar quimicamente do carvão linhita minerado no estado de Vitória, Austrália.


Valioso Recurso


Ao retornarmos à usina de energia, nosso anfitrião aponta para a enorme pilha de carvão.
“Os caminhões basculantes sobem por aquele aclive até uma balança, que pesa o carvão que entregam É então lançado num funil de carga, e britadeiras reduzem o tamanho dos pedaços para estocagem. Mais tarde, é transportado pela correia transportadora fechada que passa sobre nós para depósitos no alto da usina geradora. Dali, é introduzido em grandes moinhos de esferas, que pulverizam o carvão até que se torna tão fino como pó-de-arroz das senhoras.”
O carvão pulverizado é então introduzido com jatos de ar nas fornalhas, onde a mistura explosiva queima como gás, quase. O vapor das fornalhas move as turbinas, que movimentam geradores que produzirão 432.000 kilowatts de eletricidade quando a usina ficar pronta.
Mas, a contribuição do carvão retirado da pradaria não termina no inferno da fornalha. Provê ainda outro serviço por suas “cinzas volantes”. Este pó fino é extraído como subproduto do carvão lignita que queima. É útil aditivo para se fazer concreto. Enormes silos junto da usina geradora podem estocar 4.250 toneladas de cinzas volantes para ser carregadas por caminhões gigantescos que transportam o pó para as indústrias de construção.
Milhares de toneladas de cinzas volantes indicam a queima de grandes quantidades de carvão. Com efeito, quando ficar pronto o novo anexo da usina geradora, o consumo anual deverá ultrapassar dois milhões de toneladas de carvão. Tal demanda conduzirá Saskatchewan à posição de segunda província produtora de carvão do Canadá.
Alto nível de produção é o que se espera que continue por algum tempo, visto que as reservas conhecidas apenas nesta área, ao redor de Estevan, são calculadas em 450 milhões de toneladas. E esta é apenas uma parte dos campos totais de carvão de Saskatchewan, que, abrangem cerca de 26.000 quilômetros quadrados, ou, a grosso modo, quase a área da Bélgica!
Aumenta a demanda de carvão. A indústria química exige o carvão para produzir uma variedade de produtos, inclusive perfumes, remédios, plásticos e fertilizantes. E o carvão permanece destacado como fonte barata de calor e energia, o uso principal do carvão lignita minerado das pradarias canadenses. Todavia, parece haver pouco perigo de se esgotarem as reservas no futuro próximo, pois algumas autoridades crêem que as reservas mundiais conhecidas poderiam durar outros 5.000 anos no presente índice de consumo. Deveras, o carvão permanece sendo importante e valioso recurso natural.


Apreciando as Riquezas da Terra


Partindo da usina geradora, à medida que os “montes” somem à distância, ficamos pensando nas pilhas desoladas de terra deixadas como lembretes áridos das riquezas ocultas da pradaria. Sob o atual sistema de coisas, os recursos da terra são explorados primariamente em troca de lucro comercial, de modo que, onde a lei não exige que as pilhas de terra sejam niveladas e cobertas de solo fértil, tal despesa é usualmente evitada.


in Despertai de 8/6/1971 pp. 12-15

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.