Brandus dream list

Mensagens populares

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Mergulhar para viver


AS AVES conseguem viver de modos diferentes. No entanto, as que mergulham para viver são, provavelmente, as mais fascinantes de se observar.

Algumas aves usam o céu, aparentemente, como gigantesco escorrega, mergulhando de cabeça na água, de grandes alturas, para pegar sua prêsa. Outras deslizam pela superfície, apanhando sua refeição à medida que voam. Ainda outras talvez mergulhem vagarosamente abaixo da superfície, sem deixarem uma ondulação sequer na água, e então perseguem os peixes debaixo da água, sobrepujando-os.

Mergulhadores das Altitudes

As honras do mergulho das altitudes devem ser atribuídas, provavelmente, ao mergulhão ou atobá, de cêrca de noventa centímetros. Este relâmpago branco, com pontas das asas negras, mergulha sobre sua refeição em perspectiva de várias alturas, dependendo de quão fundo o peixe nada. Talvez mergulhe na água apenas de alguns metros. Ou, talvez dê uma picada de uns trinta metros, fechando completamente suas asas, de um metro e oitenta de envergadura um instante antes de atingir a água. O impacto tem tal fôrça que, às vezes, os borrifos sobem a três metros no ar. Que espetáculo emocionante de se contemplar!

A profundidade a que o mergulhão pode descer é indicada pelo fato de que já foi apanhado em redes de pesca a uns 27 metros abaixo da superfície da água Mas, é comum subir à tona depois de alguns segundos, e descansar sobre a água pelo tempo suficiente para engolir sua prêsa. Daí, sobe atrás de outra caça.

O pelicano é outro mergulhador das altitudes, embora seja difícil de se crer nisto, quando se lhe observa na terra. Tentando andar com suas pernas curtas, e robustas, o pelicano é tão desajeitado quanto um palhaço de circo. E seu bico gigantesco, com a ampla bolsa dilatável pendurada, somente contribui para sua aparência cômica. Mas, no ar, o quadro é inteiramente diverso. É extremamente gracioso, e, a grandes alturas, exibe sua força e dignidade só igualadas pela águia. Seu corpo branco, de um metro e meio e sua envergadura de dois metros e meio a três metros o tornam uma rara beleza em vôo!

O pelicano pardo, um tanto menor que seu parente alvo, é o mergulhador por excelência da família. Quando espreita o peixe, não raro de mais de 15 metros de altitude, dobra as asas e precipita-se para baixo a grande velocidade. Mas, apesar da fôrça de seu mergulho, não se aprofunda além de sessenta centímetros devido à flutuabilidade de seu corpo. Todavia, dificilmente deixa de enfiar o peixe em sua bolsa.

O pelicano sobe, não só com peixe na bolsa, mas, talvez, com onze ou mais litros d’água. Com freqüência, as gaivotas ou outras aves marinhas de menor porte estão bem ali, à espera. E à medida que o enorme pelicano abre o bico para deixar sair a água, eles pousam em suas costas ou cabeça e alcançam e se apoderam do peixe. Assim, o trabalho árduo do pelicano pode reduzir-se a nada, se ele não fôr cuidadoso.

Outro mergulhador das altitudes, a águia-marinha ou águia-pescadora tem um problema similar. Depois de pegar sua prêsa, a águia-calva, se estiver na vizinhança, usará seu tamanho e fôrça superiores para obrigá-la a cêde-la a ela. Isto não quer dizer que a águia-pescadora seja pequena ou fracota. Trata-se realmente de uma ave de grande porte, tendo uma envergadura que pode chegar a um metro e oitenta. Assim, seu mergulho é um verdadeiro espetáculo, em especial se fôr de 90 metros ou mais, o que não é incomum.

Quando vê um peixe perto da superfície, a águia-pescadora o mirará, fechará suas asas e mergulhará de ponta-cabeça, mas com os pés para a frente. Atinge a água com grande esguicho, e não raro fica inteiramente submersa. De usual, sobe rápido à tona com a caça firmemente segura em suas prêsas. Mas, sabc-se que também comete erros de julgamento.

Certa vez se observou uma águia-pescadora enfiar suas prêsas num peixe maior do que ela podia manejar. Assim, ao invés de subir à tona, o peixe a puxou para baixo. Por fim, a águia-pescadora conseguiu livrar suas prêsas e atingir a superfície antes de morrer afogada. Mas, ficou repousando por dez minutos antes de recuperar-se o suficiente para voar de nôvo.

Um mergulhador consideravelmente menor, porém não menos audacioso ou gracioso, é o martim-pescador. Fica imóvel num ramo sêco duma árvore alta, seus olhos aguçados perscrutando a água talvez a quinze ou mais metros abaixo. Quando incautos barrigudinhos ou outros peixinhos se aventuram a chegar na superfície, ele mergulha de ponta-cabeça para pegá-lo com seu longo bico. O martim-pescador também consegue voar e, quando avista uma refeição, pára, paira brevemente no ar e mergulha como uma flecha.

Uma vista agradável para os pescadores é um bando de andorinhas-do-mar pairando no ar e mergulhando no mar. Alimentam-se de peixinhos que não raro são obrigados a subir à tona por cardumes de peixes maiores embaixo, daí o interêsse dos pescadores. Estes parentes das gaivotas são mui graciosos ao voar.

Mergulhador de Superfície

Um pescador verdadeiramente ímpar é o corta-mar, uma ave marinha prêta e branca que se assemelha à andorinha-do-mar em muitos respeitos. Mas, diferente de todas as outras aves, o corta-mar dispõe dum bico verticalmente achatado, como uma faca, tendo a metade inferior consideravelmente mais longa do que a superior. Assim, o apelido de “bico-rasteiro”. Este bico incomum é empregado num estilo incomum de pesca.

O corta-mar voará pela água por talvez uns noventa metros, com seu bico inferior apenas cortando a superfície. Isto atrai as pequenas criaturas marinhas. Daí, volta, coletando tais criaturas com seu bico inferior ao deslizar pela água. O bico se fecha quando entra em contato com algo, de modo que o corta-mar se parece a uma costureira trabalhando com suas tesouras.

Mergulhadores de Profundidade

Um dos mais interessantes mergulhadores de profundidade é o biguá ou corvo-marinho, de sessenta a noventa centímetros, e dotado de fortes músculos. Sua plumagem é predominantemente escura, não raro preta com lustres esverdeados e azulados. E seu bico é longo, e tem um gancho na ponta. É aparentado do pelicano.

Mas, diferente do pelicano e de outros mergulhadores das altitudes, o biguá mergulha da superfície ou de baixas posições. Ao nadar, movimenta-se para cima e para a frente, e entra na água numa curva graciosa com as asas comprimidas contra o corpo. Talvez aviste sua presa antes de mergulhar, ou talvez mergulhe primeiro e então procure os peixes debaixo d’água. Usando tanto as asas como os pés para propulsão, persegue e capta sua presa. Às vezes mergulha a grandes profundidades, sendo um biguá apanhado junto à costa da Inglaterra, num covo para caranguejos, a 36 metros abaixo da superfície da água!

Capturados desde pequenos, os biguás têm sido treinados por pescadores a pegar peixes para eles. Este costume era certa vez comum na Inglaterra, e já há muito é conhecido no Oriente. Coloca-se uma correia bem solta no pescoço do biguá para impedi-lo de engolir nada que não seja os peixes pequenos.

Entre os melhores mergulhadores de todos se acham o mergulhão-pequeno e o mergulhão-grande. Ambos têm algumas das mesmas características, notavelmente a perícia na água e a falta de jeito em terra. Suas pernas são colocadas muito atrás de seus corpos, o que é excelente para mergulhar e nadar, mas que os torna quase que inermes na terra. E, visto que os mergulhões-grandes não conseguem alçar vôo da terra, se forem obrigados a aterrissar longe da água isto usualmente significa a sua morte.

Os movimentos de mergulho dos mergulhões-pequenos são fascinantes de se observar. Somem quieta e rapidamente da vista, sem ruído ou ondas na água. Um minuto depois, estão pousados sobre a água, e no minuto seguinte sumiram. Um observador talvez se pergunte se realmente os viu. E, se esperar, talvez conclua que jamais os viu, pois talvez não apareçam de novo. Podem ficar submersos por longo tempo, nadando submersos considerável distância. Daí, ardilosamente sobem à tona, apenas pondo o bico e os olhos fora d’água, tornando-se difícil vê-los.

O mergulhão-grande é bem maior, tendo cerca de 90 centímetros, e é, provavelmente, o mergulhador campeão de profundidade dentre todas as aves. Literalmente voa debaixo d’água, impulsionado como uma flecha disparada dum arco por suas asas poderosas. O mergulhão-grande pode sobrepujar até o peixe mais veloz. E pode ficar submerso por vários minutos, a fim de perseguir sua presa a profundidades quase inacreditáveis. Já foram apanhados mergulhões-grandes em redes colocadas a mais de 48 metros abaixo da superfície! E crê-se que atingem ainda maiores profundidades.

Talvez imaginássemos que as aves só estavam à vontade no ar. E, ao passo que a andorinha do mar, a águia-pescadora, o pelicano e outras aves marinhas se acham entre os melhores pilotos, algumas são também notáveis mergulhadores. Algumas delas até se rivalizam com os peixes em mobilidade submarina! Não é de admirar que sejam tão bem sucedidas em mergulhar para viver.

in Despertai de 22/3/1972 pp. 13-15

Sem comentários:

OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.