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sábado, 26 de março de 2011

Gibraltar — mais do que um símbolo de solidez



ERGUENDO-SE como uma sentinela que guarda a entrada ocidental do Mar Mediterrâneo há uma enorme rocha — o famoso Rochedo de Gibraltar. Tornou-se tão associada com a qualidade de solidez que, sempre que mencionada, vem de imediato à mente a expressão: “Tão sólido quanto o Rochedo de Gibraltar.”

Mas, Gibraltar é mais do que um rochedo solidamente fortificado. É também o lar de muitas pessoas. Desde antes do primeiro século de nossa Era Comum há registro de sua ocupação pelos fenícios, gregos, cartagineses e romanos; os romanos cederam a possessão aos godos invasores no quinto século da E. C.

Ocupantes Mais Recentes

Em 711 E. C. Tarik ibn-Ziyad liderou cerca de 12.000 mouros na captura da cidadela estratégica. Os mouros a chamaram de “Jabal Tarik” (Montanha de Tarik) em honra de seu líder. Com o tempo, o nome veio a ser corrompido para “Gibraltar”.

Seiscentos anos mais tarde, a ocupação mourisca foi interrompida quando a Espanha se apoderou do Rochedo em 1309. O Rei Fernando IV de Castela expediu um decreto destinado a encorajar o povo a estabelecer-se ali. O decreto isentava os colonos do serviço militar e do pagamento dos impostos reais. Até mesmo tornava Gibraltar um santuário para os criminosos que fugiam da justiça. Seus crimes seriam perdoados ao completarem um ano e um dia de residência.

Os empenhos espanhóis de manter a fortaleza falharam, contudo, os mouros a tomando de novo em 1333. Nos anos seguintes, ferozes batalhas pela posse ocorreram intermitentemente, tendo a Espanha por fim capturado de novo o prêmio em 1462. Embora fortificada pelos espanhóis de modo que era considerada inexpugnável, Gibraltar caiu em mãos dos ingleses em julho de 1704, e eles a mantiveram desde então.

Ao capturarem Gibraltar, os ingleses permitiram que os 6.000 residentes espanhóis escolhessem permanecer ou partir. Pouco menos de cem permaneceram. Os demais atravessaram o istmo e fundaram o pequeno povoado de San Roque, a cerca de dez quilômetros de distância A população de Gibraltar foi assim drasticamente reduzida.

Com o tempo foi preenchido o vácuo humano, principalmente por meio de colonos espanhóis e italianos. Mas também judeus, marroquinos, indianos e outros fixaram residência ali. Por fim, todos estes se fundiram num povo distinto — gibraltarinos. Atualmente, a colônia tem cerca de 25.000 habitantes. A maioria deles fala tanto o espanhol como o inglês.

Lar Distinto

O lar dos gibraltarinos é uma península rochosa, tendo menos de cinco quilômetros de comprimento e um quilômetro e meio de largura, que se lança do continente espanhol. Tem cerca de um décimo do tamanho da Ilha de Manhattan, de Nova Iorque, e também seria uma ilha não fora o istmo baixo e arenoso que forma uma “zona neutra” pesadamente guardada entre a Espanha e Gibraltar.

O Rochedo maciço, naturalmente, é a caraterística predominante da colônia. Ergue-se uns 420 metros acima do nível do mar e, do cume, pode-se, ver a Europa, a África, o Mar Mediterrâneo e o Oceano Atlântico. A única cidade da colônia situa-se no lado ocidental do Rochedo, onde boa parte do solo foi retirada do mar. O inteiro distrito comercial se acha ao nível do solo; no entanto, a área residencial adere espetacularmente às encostas socalcadas.

Aqui há vielas sombreadas e jardins suspensos e o ar fica carregado com o perfume das flores. Segundo a contagem real, há mais de quinhentas espécies de plantas. Estas incluem a tamareira, o pinheiro, o cipreste, o eucalipto, a alfarrobeira, a figueira, a pimenteira, a oliveira brava, as laranjeiras e limoeiros e uma variedade de cactos. Quase toda esta vegetação rica cresce do lado ocidental. As faces orientais e setentrionais do Rochedo são nuas e íngremes.

Os gibraltarinos são abençoados com um clima tépido, porém não extremamente quente, que favorece as atividades ao ar livre. No verão, quase todo o mundo gosta de passar tempo nas praias. Muitas famílias preparam suas refeições na noite anterior de modo que possam estar na praia bem animados e cedinho. Alguns jovens apreciam a pesca submarina, não raro voltando com filhotes de polvo e outras deliciosas iguarias do mar.

Por outro lado, muitos apreciam ir ao cume do Rochedo em um dos novos carros do telesférico. Estes percorrem o caminho aéreo em questão de minutos. Dali pode-se ver as Montanhas Rif do Marrocos e, olhando-se para o outro lado, a Costa del Sol da Espanha. Quão espetacular!

Dentro do Rochedo

Algumas das mais notáveis atrações de Gibraltar se acham dentro do próprio Rochedo, onde se encontram muitas cavernas naturais. A caverna de S. Miguel é às vezes usada como auditório em que até seiscentos espectadores têm comparecido a espetáculos musicais. É emocionante observar as estalactites e estalagmites ao assumirem várias tonalidades das luzes projetadas sobre elas.

Mas, além de cavernas naturais, o Rochedo está literalmente cheio de túneis feitos pelo homem e de enormes escavações que servem como reservatórios. Na Segunda Guerra Mundial, os ingleses escavaram quarenta e oito quilômetros de passagens subterrâneas. Ali estabeleceram hospitais, alojamentos, depósitos de munição, oficinas — uma cidade regular! Recentemente, eu e minha família fizemos uma excursão dentro do Rochedo.

Nosso guia nos mostrou diversos reservatórios, explicando: “Cada um tem seis metros e meio de profundidade e seu fundo se acha a 103 metros acima do nível do mar. Todos foram escavados em rocha maciça.” Tudo junto, há treze reservatórios, fomos informados, com a capacidade total de sessenta milhões de litros de água. Para dar melhor idéia do seu tamanho, o guia esclareceu que um deles fora usado como alojamento de três andares capaz de acomodar quatrocentos soldados durante a guerra!

Quando fizemos a excursão, já não havia chovido por vários meses, de modo que vários reservatórios estavam vazios, prontos para receber as chuvas aguardadas. “Vinte e cinco milímetros de chuva”, explicou o guia, “produzem 2.850 mil litros, que duram apenas três dias”. Assim, para suplementar a reserva de água potável da colônia foram escavados poços, e também foram construídas algumas usinas de dessalinização a fim de produzir água potável da água do mar.

Por último, saímos do túnel no lado oriental, bem na extremidade da enorme área de captação de água. Aqui, 72.000 folhas de metal corrugado cobrem uma área de quase quatorze hectares, captando a chuva e a canalizando para os reservatórios. Assim, até mesmo a superfície nua da encosta oriental é utilizada proveitosamente.

Ao voltarmos pelo túnel, torna-se óbvio que Gibraltar não é realmente tão sólida como se poderia pensar. Não é de granito, mas de pedra calcária. E certamente não é compacta, pontilhada como está de cavernas, reservatórios e túneis. Mas, daí, Gibraltar é muito mais do que um símbolo — é o lar de milhares de pessoas.

in Despertai de 8/4/1972 pp. 25-27

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.