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sábado, 16 de abril de 2011

A pedra de Roseta — chave dos hieróglifos egípcios



ERA o ano de 1799. A uns seis quilômetros e meio do pequeno povoado egípcio de Rashid, ou Roseta, uma unidade de soldados franceses trabalhava arduamente, fazendo alterações no Forte Julien. Lançados na defensiva pela vitória da armada inglesa sob Nelson, o exército francês debaixo de Napoleão se preparava para a última resistência.

Subitamente, um dos soldados deparou com uma pedra muitíssimo incomum. Era negra e possuía um som metálico quando se lhe batia com a picareta do trabalhador. Três cantos haviam sido quebrados. Olhando mais de perto, notou que estava coberta com uma escrita curiosa. Um oficial chamado Boussard reconheceu o valor da pedra. Inquestionavelmente, a escrita era muito antiga. O que é mais, havia tipos diferentes de escrita que constituíam a inscrição, um dos quais incluía caracteres gregos.

Quando Napoleão ouviu falar da pedra, ordenou que fossem feitas cópias da mesma, e, mais tarde, quando a pedra foi entregue como parte do despojo de guerra, foi levada para a Inglaterra. Por volta do fim de 1802, estava em exibição no Museu Britânico, onde ainda ocupa a posição mais destacada na Galeria de Escultura Egípcia.

A Pedra de Roseta é de importância para os lingüistas porque a sua inscrição se acha em duas línguas, egípcio e grego. No alto, os intrigantes caracteres hieróglifos são talhados na pedra, e em baixo disto, aparece a forma demótica, a forma mais popular e simplificada, a escrita do povo em geral. A última faixa contém a tradução grega.

Trabalho Primitivo Nesta Nova Chave

A escrita desconhecida sempre atraiu a curiosidade do homem. Mas, desvendar o mais difícil e secreto dos códigos não raro se prova simples pela comparação com alguns escritos antigos. No passado, os hieróglifos egípcios foram considerados erroneamente como simples adorno. De algum modo, pensava-se que os chineses estivessem envolvidos neles, e, na melhor das hipóteses, eram considerados como simbolismo puramente pictórico. Mas, na décima oitava centúria, foram feitas tentativas mais sérias para desvendar seus mistérios, e as idéias e teorias começaram a tomar forma.

A Pedra de Roseta foi rapidamente reconhecida como descoberta de valor imenso para os estudantes da história do Egito. A tradução da parte grega aparecera em francês e inglês por volta de 1802, e, armados disso, os estudiosos de diversos países começaram a estudar os textos egípcios. David Akerblad, orientalista sueco, identificou todos os nomes gregos na seção demótica e formou um alfabeto parcial de dezesseis letras. Seu erro, contudo, foi de pensar que a escrita demótica era exclusivamente alfabética.

Em 1814, um cientista inglês, Thomas Young, começou a fazer algum progresso com os hieróglifos. Começou a dividir a totalidade dos textos para corresponder ao grego. Notou algo que outros investigadores antes dele haviam comentado. Seis grupos de sinais estavam encerrados por um anel oblongo chamado cartucho, e isto os destacava de forma proeminente dos outros sinais. Suas posições correspondiam a um nome no texto grego, o do Rei Ptolomeu. Young tentou desvendar os sinais em letras e sílabas do nome dele.

Outro inglês, W. J. Banks, descobriu um obelisco na ilha de Philae, no Rio Nilo, e identificou o cartucho de Cleópatra. Continha três dos sinais encontrados no cartucho de Ptolomeu. Tendo outros textos hieróglifos para ajudá-lo, e um tanto de adivinhação judiciosa também, Young fez uma lista de mais de 200 palavras por volta de 1818, mas apenas um terço delas estava certo. Adicionalmente, contudo, foi o primeiro a compreender que muitos dos sinais tinham valor fonético ou silábico.

Nesse ponto, Young perdeu o interesse pelos seus estudos, e desapareceu de cena. O campo ficou aberto para o homem que deveria desvendar os segredos do antigo passado do Egito da maneira mais decisiva e final.

Champollion Intensifica a Pesquisa

Jean François Champollion não tinha ainda nove anos quando se encontrou a Pedra de Roseta. Em tenra idade, compreendeu que a antiga língua cóptica descendera da ainda mais antiga língua egípcia, e, assim, empenhou-se em dominar o copta. Que esta foi uma alpondra vital ficou demonstrado quando seu conhecimento do copta o levou a seu primeiro êxito com os hieróglifos.

À medida que vários sinais deixaram escapar seus significados por meio de intensivos e dolorosos esforços de Champollion, uma idéia simples, porém importante, lhe ocorreu, em 1821. Somou o número de sinais hieroglíficos da Pedra de Roseta, e descobriu que o total era 1.419. Mas, o texto grego continha apenas 486 palavras, assim, de modo patente, os hieróglifos não poderiam ser apenas ideografias ou símbolos, visto que havia três vezes mais deles.

Retornou ao nome Ptolomeu, já parcialmente decifrado por Young. Corretamente, leu-o agora como ‘Ptolomis’.

Com a descoberta do obelisco de Bankes, Champollion pôde também corrigir sua própria leitura sugerida do cartucho de Cleópatra. Tendo analisado estes dois nomes, letra por letra, Champollion estudou cada cartucho real ao seu alcance.

Ao ir soletrando um nome após outro, foi observado que sempre pareciam pertencer ao posterior período de declínio da história egípcia, em tempos ptolemaicos ou romanos; também, nenhum dos nomes era genuinamente egípcio, mas eram estrangeiros. Será que sua interpretação também abriria os segredos dos faraós mais antigos? Certo dia, apareceu um cartucho diferente. O primeiro sinal, ele sabia que era o do sol, que em copta é ‘Re’. No fim havia um ‘s’ duplo. Se o sinal do meio era um ‘m’, ora, o nome tinha de ser ‘R - m - s - s’, Ramsés! Os hieróglifos não haviam mudado radicalmente por centenas de anos.

Agora, por fim, Champollion estava certo de que encontrara a chave para desvendar os segredos da história egípcia, mas, a pesquisa excitada e incansável, levada a efeito não raro contra suas necessidades físicas, o deixara fraco e exausto. Por cerca de uma semana, ficou doente demais para anotar suas descobertas de modo apresentável. Quando sua evidência se tornou conhecida em 1822, suscitou muito ceticismo em certas áreas, e, até sua morte devido a um derrame, em 1832, não conseguiu aplacar a tempestade controversial suscitada pela sua decifração.

A Pedra Conta Sua História

Mas, agora, a porta estava aberta. Outros estudiosos reassumiram o trabalho onde Champollion parara. Em especial, Karl Richard Lepsius, um alemão, determinou obstinadamente elucidar cada pormenor, e, em 1837, forneceu um tratado cabal sobre o assunto. Outra inscrição encontrada em Tanis (no Baixo Egito) em 1866 era semelhante à Pedra Roseta. Tal estela continha um texto hieróglifo e um grego; um texto demótico se achava na margem. Veio a ser chamada de Decreto ou Tábua de Canopo. Lepsius leu os textos hieróglifo e grego na sua primeira tentativa.

Agora que a Pedra de Roseta podia ser lida por completo, junto com milhares de outras inscrições egípcias, que história tem a contar? Contém um decreto feito pelos sacerdotes do Egito no nono ano de Ptolomeu V Epifânio, que corresponde a 196 A. E. C. Devido aos atos benéficos do rei durante seu reinado, as honras tributadas a ele como “Salvador do Egito” seriam aumentadas. Sua estátua seria erguida em todo templo no Egito, e estatuetas de ouro seriam usadas em procissões. Seu aniversário de nascimento e de sua coroação seriam festas “para sempre” e todos os sacerdotes assumiriam um novo título, “Sacerdotes do beneficente deus Ptolomeu Epifânio, que aparece na terra”. Por fim, o decreto deveria ser esculpido em tábuas de basalto e eregido junto de sua estátua nos templos, e gravado na “escrita da linguagem do deus” — a linguagem hieroglífica.

Quase dois mil anos depois, ao ser desenterrada a Pedra de Roseta do quase esquecimento total, os templos do Egito jaziam em ruínas. A glória do Egito tornara-se uma lenda, seus reis e faraós tendo morrido há muito. Os deuses e as estátuas haviam caído de seus nichos, impotentes de ajudar seus sacerdotes na celebração das festas de Ptolomeu “para sempre”. Até mesmo a linguagem do deus fora perdida e esquecida, e a busca de indícios para desvendar de novo os segredos do passado iria provar se um desafio que exigia a engenhosidade de mais de uma geração de estudiosos.

in Despertai de 8/5/1972 pp. 24-27

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.