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sábado, 11 de dezembro de 2010

Epilepsia




ERA meio-dia num ginásio da Califórnia, EUA. Uma atraente jovem do décimo ano descia as escadas, junto com muitas de suas colegas. Subitamente, caiu ao solo. Os músculos de seu corpo se endureceram. Brevemente deixou de respirar, e seus músculos entraram em contrações, agitando violentamente seu corpo. Muitas colegas olhavam ansiosamente, tomadas de completa surpresa com o que viam acontecer à jovem. Tratava-se dum ataque epiléptico.

Como reagiria se a jovem fosse sua colega ou conhecida? Continuaria a tratá-la como amiga? Ou, pensaria agora que era um tanto indesejável? Sentiria medo dela e tentaria evitá-la?

Conceitos Primitivos e Atitudes Atuais

Por milhares de anos cria-se comumente que havia algo de mágico ou demoníaco ligado à epilepsia. Os epilépticos eram acusados de feitiçaria e relegados ao ostracismo. Abriam-se buracos em suas cabeças e eram tratados com ferros quentes para expulsar os maus espíritos. Sua perturbação era tida como “mancha familiar” hereditária, e como causando o retardamento mental.

Tais conceitos persistiram até os tempos modernos, e foram incluídos nas leis dos países. Na década de 1950, cerca de um terço dos estados dos Estados Unidos possuíam leis que restringiam o casamento dos epilépticos. Muitos estados também possuíam leis de esterilização aplicáveis a eles. Proibia-se os epilépticos de guiar automóveis. Poucas firmas os empregavam.

Assim, o antigo diretor do Instituto Nacional das Moléstias Neurológicas e Cegueira, Dr. Pearce Bailey, sentiu-se movido a comentar: “A epilepsia é a única perturbação em que o sofredor fica mais prejudicado pela atitude da sociedade do que pela sua deficiência.”

Felizmente, o conceito melhorou nos últimos anos. Quase todos os estados dos EUA apagaram as leis de esterilização aplicáveis aos epilépticos, bem como as leis que os proibiam de casar-se. Tornou-se possível aos epilépticos obter uma carteira de motorista por todos os Estados Unidos. A Dinamarca, já em 1937, permitia que os epilépticos obtivessem carteiras de motoristas. E os patrões agora estão mais inclinados a empregá-los.

Em harmonia com o conceito melhorado, há a mudança de atitude do público em geral, como refletida nas enquêtes do Instituto Estadunidense de Opinião Pública. Em 1949, 57 por cento das pessoas inquiridas afirmaram que não objetariam a que seu filho brincasse com epilépticos, em comparação com 81 por cento que afirmaram em 1969 que não objetariam. Quando inquiridas se achavam que a epilepsia era uma forma de insanidade, 59 por cento, em 1949, disseram “Não”, mas, em 1969, 81 por cento responderam “Não”. E, em 1949, apenas 45 por cento pensavam que os epilépticos podiam ser empregados, ao passo que, em 1969, 76 por cento achavam que deviam ser empregados.

Qual é sua opinião de tais assuntos? Hesitaria em associar-se com epilépticos ou permitiria que seus filhos o fizessem, pensando talvez que tal perturbação é necessariamente causada por espíritos perversos?

O Que É a Epilepsia

Epilepsia é um termo que abrange uma variedade de condições básicas. Todas estas condições, contudo, têm um sintoma dominante em comum: ataques recorrentes. E se tem verificado que as várias formas de epilepsia também possuem em comum o mal funcionamento de algumas células do cérebro.

Por perscrutar o cérebro, aprendemos que suas células emitem impulsos elétricos. O disparo elétrico das células cerebrais é normalmente rítmico, formando padrões semelhantes a ondas. Inventou-se certa máquina que pode captar estes padrões de ondas e registrá-las numa tira móvel de papel. Mas, em alguns, a atividade elétrica do cérebro se torna interrompida temporariamente, e lançam-se mensagens deficientes aos centros de ação do corpo. Isto resulta num ataque epiléptico. Mas, a perturbação no cérebro, às vezes chamada de “tempestade”, logo passa, e termina o ataque.

Assim, pode-se ver por que o Dr. Louis D. Boshes, explicou: “A epilepsia não é doença. É sintoma de que há algo de errado com o cérebro — assim como a febre não é doença ou enfermidade em si mesma, mas sim um sintoma de que há uma infecção em alguma parte do corpo.”

Longe de ser uma condição rara, a epilepsia é bem comum. Crê-se que uma pessoa em cada cem é atingida, a maioria delas crianças, nos EUA. Isso equivale a mais de dois milhões de epilépticos nos Estados Unidos! Em adição, milhões mais, em uma ocasião ou outra, tiveram ataques isolados, mas isto não é classificado como epilepsia, pois tais ataques não são recorrentes.

Embora os ataques variem grandemente em suas manifestações, há três formas principais alistadas freqüentemente pelas autoridades. Cada uma se associa com característicos padrões de ondas cerebrais, refletindo o tipo de “tempestade” elétrica no cérebro. A forma mais grave é a sentida pela jovem descrita na introdução do artigo. Ela possuía o grand mal, que é o que a maioria das pessoas consideram como verdadeiro ataque epiléptico.

Embora um ataque de grande mal possa ser aterrorizante para o espectador, visto que a vítima fica inconsciente, não é doloroso e raramente causa dano. As contorções e convulsões do corpo duram apenas cerca de um minuto, embora pareçam mais demoradas para alguém que observa. A pessoa então se descontrai, e, depois de alguns minutos, talvez já fique de pé e possa reassumir as atividades normais, como se nada lhe tivesse acontecido.

Uma segunda forma principal é o petit mal, comum na faixa etária de cinco a doze anos. No entanto, esta forma raramente continua na vida adulta. Caracteriza-se por breves interrupções da consciência, que de usual duram apenas de cinco a dez segundos. Podem ocorrer com freqüência cem vezes ou mais por dia. Os olhos talvez virem para trás e talvez haja pequeno movimento de convulsão da cabeça ou dos braços mas a pessoa não cai. Imediatamente depois da crise, a pessoa fica mentalmente alerta e pode continuar em suas atividades.

Os ataques psicomotores constituem a terceira forma principal de epilepsia. Caracterizam-se por movimentos estereotipados automáticos ou comportamento esquisito. A vítima parece ter-se “desligado” de uma só vez, empenhando-se em atividades irrelevantes. Ou, talvez, comece a mexer ou a repuxar suas roupas, a examinar objetos em sua volta ou a andar em redor. Um paciente, numa sala de espera, foi certa vez observado apanhando um cinzeiro e dirigindo-se de pessoa em pessoa, oferecendo pontas de cigarros a cada uma delas.

Um ataque psicomotor usualmente só dura dois ou três minutos. Depois, há geralmente pouca ou nenhuma recordação do ocorrido. Apenas se a pessoa for fisicamente restrita talvez pareça irada ou se torne teimosa.

Embora o mal funcionamento das células cerebrais seja a fonte da dificuldade, a inteligência não é atingida. A maioria dos epilépticos têm inteligência mediana, alguns são brilhantes e, como qualquer grupo da população em geral, alguns estão abaixo da média.

Causas Físicas

O que provoca “tempestades” elétricas recorrentes no cérebro das pessoas, trazendo os ataques? O fato é que, na maioria dos casos de epilepsia, a causa não é conhecida. Contudo, diz-se que tudo que prejudique as células nervosas do cérebro pode ser responsável.

Assim um golpe no cérebro pode ser a causa, ou um tumor cerebral. Infecções também podem ser responsáveis. Os vírus que causam o sarampo, a meningite e outras doenças podem percorrer a coluna espinhal e atingir o cérebro. Ou um desequilíbrio na química do corpo talvez seja a fonte da perturbação. Por exemplo, o corpo da pessoa talvez não tenha certa enzima que pode levar a uma irritação das células cerebrais. Ou a deficiência de piridoxina, a vitamina B6, pode ser responsável.

Embora os transtornos emocionais não sejam reconhecidos como causando a epilepsia, freqüentemente provocam os ataques em pessoas já sujeitas a eles. Preocupações financeiras ou domésticas, o temor dos ataques ou outros fatores transtornadores, podem precipitar os ataques. Nas moças, os ataques às vezes ocorrem apenas em associação com o ciclo menstrual, em geral antes da menstruação.

Parece que alguns têm predisposição à epilepsia. É esta tendência que parece passar de geração em geração, assim como a suscetibilidade a outras perturbações, tais como o câncer e as doenças cardíacas também parecem ocorrer em famílias. A epilepsia em si mesma, porém, não é herdada. Destarte, as leis que proíbem os epilépticos de casar-se têm sido amplamente repelidas. O conceito aceito em geral é que o epiléptico tem a possibilidade de um em cinqüenta de ter um filho epiléptico, e uma pessoa não epiléptica tem uma possibilidade de um em duzentos.

Conceito Encorajador

É encorajador que as crianças epilépticas com freqüência se recuperam da epilepsia ao crescerem. Também, pelo menos a metade de todos os epilépticos agora podem ficar livres de ataques. Em outros 35 por cento, os ataques podem ser drasticamente reduzidos. Até mesmo os restantes 15 por cento dos epilépticos podem ser ajudados. Como isto é feito?

Principalmente por meio de drogas anticonvulsivas. Atualmente, vinte ou mais se acham disponíveis, o fenobarbitol e o sódio difenil-hidantoína sendo as mais amplamente usadas. A terapia envolve encontrar-se a dosagem de uma droga, ou uma combinação de drogas, exigida para se eliminarem os ataques, ao passo que se empenha em evitar os efeitos colaterais, ao máximo possível. As drogas atuam de forma a suplementar os equilíbrios químicos naturais do corpo e assim suprimir a atividade elétrica anormal do cérebro. Mas, as drogas não constituem curas. São tomadas regularmente para evitar ataques, assim como os diabéticos tomam regularmente insulina para manter a saúde.

Mas, a fim de obter o máximo benefício da terapia de drogas, o conceito mental saudável e um estilo de vida saudável é vital. Os temores, as frustrações e as ansiedades que podem provocar ataques precisam ser mitigados. E, a melhor medicina para isto é o AMOR. O epiléptico precisa sentir-se desejado e que os outros realmente se interessam por ele.

É importante, também, a devida nutrição, descanso, exercício e moderação em todo aspecto de sua vida. Os ataques em alguns epilépticos têm sido controlados por se tomarem suplementos dietéticos de vitamina B6 e magnésio.

Controlados os ataques, o epiléptico age de forma tão normal como qualquer outro. Assim, depois de um período livre de ataques, usualmente de um a dois anos, permite-se que os epilépticos obtenham carteiras de motorista nos EUA. É somente correto que se lhes permita usufruir um emprego adequado. Depois de um estudo extenso, o Dr. Melvin M. Udell disse que não encontrou “evidência substancial para provar qualquer verdadeira diferença no trabalho efetuado pelos epilépticos e outros”.

Ser de Ajuda

Se for parente, amigo ou simples conhecido de um epiléptico, certamente deseja ser de ajuda. E, talvez, a melhor maneira de poder fazer isto é por tratar o epiléptico de forma tão normal quanto possível. De todas as formas, não tente evitá-lo ou tratá-lo como sendo algo indesejável. Lembre-se, a epilepsia somente se deve ao mal funcionamento físico, assim como a afecção cardíaca e outras perturbações semelhantes.

No que tange às crianças epilépticas, não seja demasiadamente protetora. Deixe que se empenhem nas atividades das outras crianças. Ataques reais raramente ocorrem em períodos de atividade física, de modo que o perigo enquanto brincam é mínimo. Naturalmente, quanto às crianças sujeitas a ataques freqüentes, atividades tais como andar a cavalo e subir em árvores são sabiamente proibidas.

O que fazer se testemunhar um ataque? Mantenha-se calmo. Não há nada que possa fazer para pará-lo. Limpe a área ao redor da pessoa de modo a que não se fira, e não tente interferir com seus movimentos. Se sua boca estiver aberta, pode colocar um objeto macio, tal como um lenço limpo dobrado, entre os dentes laterais, de modo que não morda a língua. Mas, cuide de fazer isto de forma a não ficar com os dedos mordidos. E, quando terminar o ataque, pode estar ali ao seu lado e falar com a pessoa de modo calmo e encorajador.

in Despertai de 8/2/1972 pp. 20-24

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OBRIGADO RUI COSTA!

AMOR MEU, DOR MINHA

DOR MINHA QUE BATES NO CORAÇÃO,
OLHOS TEUS QUE CRUZAM COM A PAIXÃO;

PARA ONDE FORES CONTIGO IREI,
ONDE ESTIVERES AÍ FICAREI;

NA ROTA DO AMOR BUSCAMOS SINTONIA,
SENDO O MAIS IMPORTANTE A COMPANHIA;

FELIZ AQUELE QUE TE AMA,
E QUE PODE ALIMENTAR A CHAMA;

FICAREI. FELIZ. SINTO O TEU ABRAÇO FORTE,
SINTO QUE O AMOR NÃO ALIMENTA A MORTE;

POR TUDO ISTO UM ADEUS NÃO PERMITO,
NO NOSSO CORAÇÃO O AMOR NÃO É MALDITO.